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Como se destacar no mercado de trabalho em 2025, segundo CEO da Robert Walters

Gerrit Bouckaert, CEO da Robert Walters, compartilha os desafios globais e o que tornará um profissional atrativo no mercado de trabalho - inclusive no Brasil

Gerrit Gouckaert, CEO da Robert Walters: “As empresas estão cada vez mais assumindo o papel de formar seus próprios talentos” (Robert Walters/Divulgação)

Gerrit Gouckaert, CEO da Robert Walters: “As empresas estão cada vez mais assumindo o papel de formar seus próprios talentos” (Robert Walters/Divulgação)

Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 13h24.

Última atualização em 30 de janeiro de 2025 às 14h29.

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O mercado de trabalho global vem passando por transformações significativas nos últimos anos, impulsionado por fatores como avanço da tecnologia, instabilidades geopolíticas e mudanças nas expectativas dos profissionais. Para Gerrit Bouckaert, CEO da Robert Walters, consultoria global de recrutamento, 2025 será um ano de crescimento lento, com setores estratégicos ganhando destaque e novas habilidades se tornando essenciais.

Após um crescimento acelerado das contratações no período pós-pandemia, o mercado passou por um momento de correção em 2023 e 2024, motivado por fatores como inflação, altas taxas de juros, guerras no Oriente Médio e na Ucrânia e resultados eleitorais com viés populista. Essa instabilidade impactou a tomada de decisão das empresas, que adotaram uma postura mais conservadora nas contratações.

“Quando há incerteza, as empresas e os candidatos hesitam em fazer movimentações no mercado de trabalho, o que reduz o volume de contratações”, afirma Gouckaert. Apesar disso, ele acredita que 2025 trará uma retomada gradual.

Setores em alta

Mesmo diante da instabilidade global, alguns setores continuam apresentando crescimento. Segundo Gouckaert, as áreas de energia renovável, tecnologia na saúde (HealthTech) e tecnologia educacional (EdTech) são destaques globais e tendem a expandir ainda mais.

“O Brasil, por exemplo, está recebendo investimentos significativos em energia renovável, inclusive de empresas chinesas”, diz o executivo. Além disso, o avanço da inteligência artificial e a digitalização estão impulsionando mudanças nas áreas de educação e saúde, tornando essas indústrias promissoras para os próximos anos.

Habilidades essenciais para o futuro do trabalho

A crescente demanda por novas habilidades é um dos grandes desafios do mercado atual. De acordo com Bouckaert, o profissional que quiser se destacar precisará investir em qualificações como:

  • Habilidades digitais: conhecimentos em programação (especialmente Python), análise de dados e marketing digital já são considerados básicos para muitos setores.
  • Liderança com propósito: a Geração Z está buscando empresas que ofereçam significado e impacto social em seu trabalho.
  • Fluência em idiomas: o inglês continua sendo essencial para multinacionais, mas idiomas como mandarim, japonês e coreano estão ganhando relevância.
  • Aprendizado Contínuo: plataformas como LinkedIn Learning e cursos online das universidades americanas estão tornando a educação mais acessível.

“A responsabilidade de se manter relevante é do profissional. As empresas podem oferecer treinamentos, mas é essencial que cada um busque constantemente aprimorar suas competências”, afirma o executivo.

Neste cenário, o profissional brasileiro costuma se destacar no mercado global, afirma o executivo britânico. "O brasileiro é conhecido por sua capacidade de adaptação, aprendizado contínuo e disposição para assumir desafios. Empresas valorizam candidatos que demonstram iniciativa em expandir seus conhecimentos e desenvolver novas competências, especialmente em tecnologia e digitalização", afirma Bouckaert.

O futuro do trabalho 

Desde a pandemia, as empresas têm experimentado diferentes formatos de trabalho. No entanto, Gouckaert aponta uma tendência de retorno gradual aos escritórios.

“O número de vagas remotas publicadas no LinkedIn vem caindo, especialmente nos EUA e no setor financeiro. Além disso, muitas pessoas sentem falta do ambiente de trabalho presencial”, conta. Ele também destaca que, em alguns escritórios da Robert Walters, mesmo onde há flexibilidade, muitos funcionários optam por trabalhar presencialmente mais dias por semana para aumentar a produtividade e interação com colegas.

Para o executivo, o modelo ideal varia de acordo com a cultura da empresa e a necessidade de interação com clientes e equipes. “Em alguns setores, a presença física é essencial, enquanto outros podem operar de forma totalmente remota”, afirma.

Automatização e o impacto na mão de obra global

Outro fator crítico para os próximos anos é a crescente automação de funções operacionais. Gouckaert aponta que a digitalização e o uso de robôs já estão substituindo trabalhadores em setores como logística e armazenagem.

“Antes, os armazéns dependiam de operadores de empilhadeiras para movimentar mercadorias. Hoje, são os robôs que fazem esse trabalho, com apenas dois ou três funcionários supervisionando”, afirma. Ele também ressalta que a automação não se restringe a países desenvolvidos e que mesmo em mercados emergentes esse processo está avançando rapidamente.

Diante dessas tendências, o profissional do futuro precisa estar atento às transformações do mercado e investir no desenvolvimento de novas habilidades. A qualificação contínua, o domínio de novas tecnologias e uma mentalidade de aprendizado ao longo da vida serão diferenciais essenciais para aqueles que desejam se destacar no mundo corporativo.

“As empresas estão cada vez mais assumindo o papel de formar seus próprios talentos, mas cabe a cada profissional buscar se manter competitivo em um mercado que está em constante evolução”, afirma Bouckaert.

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