Regina Durante, diretora das Lojas Renner: "A nossa força de trabalho precisa refletir a sociedade brasileira. Isso não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também um diferencial competitivo" (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Repórter
Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 12h05.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2025 às 12h31.
O ano mal começou e as Lojas Renner já está pensando em como desenvolver e reter seus 24 mil funcionários. O turnover voluntário (que é a rotatividade do funcionários, quando ele pede para sair) é um dos desafios do setor de varejo que recebe muitos profissionais que estão buscando o primeiro emprego. Para este ano, as apostas na área de gestão de pessoas serão mais estratégicas, e por isso a Renner está fazendo desse desafio da rotatividade (que gira na casa dos dois dígitos) um trampolim para atrair os seus talentos. Como? Apostando em diferentes iniciativas que focam no desenvolvimento de seus talentos.
Um dos pilares dessa estratégia é o Talent Hub, uma plataforma que cruza aspirações individuais com oportunidades internas, garantindo maior retenção e crescimento dentro da empresa. ]
"Nosso ecossistema permite que os funcionários visualizem e sejam indicados para projetos, movimentações laterais e verticais, além de job rotations", afirma Regina Durante, diretora de gente e sustentabilidade das Lojas Renner. “Investimos em um banco de talentos interno antes de buscar contratações externas, reforçando a cultura de valorização dos profissionais.”
Outro diferencial da varejista é o Balance, um programa de escuta ativa que permite que os líderes acompanhem individualmente os desafios e aspirações dos funcionários. "Essa interação fortalece os vínculos e assegura que o desenvolvimento da carreira esteja alinhado com as necessidades de bem-estar e crescimento", afirma.
O programa garante que todos os funcionários tenham a oportunidade de serem ouvidos pelas lideranças, conta Durante. "Para isso, os funcionários recebem um formulário para responder a perguntas sobre percepções sobre carreira, qualidade de vida e ambiente de trabalho de forma contínua".
Entre os benefícios que o programa Balance já proporcionou internamente, estão:
Além de ser um canal de feedback, o Balance está diretamente ligado a outras iniciativas da Renner, como o "#EuMeCuido", que incentiva práticas de autocuidado, como yoga e terapia ocupacional. Os funcionários também têm acesso ao "Dr. B", uma plataforma que oferece telemedicina e atendimento psicológico remoto, ampliando a assistência em saúde mental.
Desde 2018, a Renner adotou metas públicas para suas iniciativas de sustentabilidade e responsabilidade social.
"Nosso compromisso é ser referência em moda responsável. Estamos na segunda fase do nosso plano estratégico, agora com 12 metas claras para 2030", afirma Durante.
As metas são organizadas nos três pilares estratégicos:
A empresa também impulsiona a inclusão social por meio do Instituto Lojas Renner, que lidera projetos como o "Empoderando Refugiadas", oferecendo capacitação profissional para mulheres em situação de vulnerabilidade.
"Temos mais de 100 refugiadas trabalhando conosco em lojas, centros de distribuição e atendimento. É um orgulho ver essa transformação na vida dessas mulheres", conta Durante.
No atual debate sobre trabalho presencial e remoto, a Renner adota um modelo híbrido estruturado para o time do administrativo.
"Não é cada um vindo quando quer. Cada diretoria define dias fixos para trabalho presencial, garantindo encontros produtivos e colaborativos", afirma a diretora de Gente e Sustentabilidade da Renner, que reforça que a empresa também investiu na modernização dos escritórios, criando ambientes acolhedores e funcionais para otimizar a experiência do funcionário no presencial.
A diversidade é um valor central na estratégia da Renner, afirma Durante, que conta que a companhia se comprometeu a atingir 50% de lideranças negras e 55% de mulheres na alta liderança até 2030.
"Acreditamos que nossa força de trabalho precisa refletir a sociedade brasileira. Isso não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também um diferencial competitivo", reforça Regina.
A tecnologia tem sido um grande aliado na modernização da gestão de pessoas. O setor de RH da Renner utiliza, por exemplo, o People Analytics para prever turnover e mapear necessidades de desenvolvimento. "Hoje, conseguimos oferecer insights preditivos aos líderes, ajudando a entender quem tem mais propensão a sair, ser promovido ou precisa de suporte", conta a executiva de RH. No recrutamento e seleção, Durante afirma que a automação reduziu drasticamente o tempo de contratação e aumentou a assertividade na escolha dos funcionários.
Para 2025 e os próximos anos, Durante afirma que a Renner continuará focada na evolução da cultura organizacional e na implementação de iniciativas que sustentem seu crescimento. "Queremos acelerar nossa alta performance e reforçar a orquestração das transformações organizacionais, sempre alinhadas ao nosso compromisso com sustentabilidade e diversidade”.
Num ecossistema de receita anual de quase 14 bilhões de reais, a companhia brasileira de moda criada em 1912, em Porto Alegre (RS), busca com as iniciativas de atração de talentos e com as 12 metas públicas mostrar que a melhor forma de atender a todos os estilos, é conhecendo e promovendo seus próprios talentos.