Entre os destaques, a pesquisa mostra um movimento crescente em direção ao trabalho híbrido e presencial. (Getty Images/Divulgação)
Repórter
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 18h06.
Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 18h54.
Como o RH pode ser mais estratégico no próximo ano? Essa é uma questão que muitas empresas já devem estar avaliando hoje para promover um time engajado e produtivo no próximo ano. Para ajudar com essa questão, a Swile Brasil, empresa de benefícios flexíveis, junto com a Leme Consultoria, empresa especializada em soluções para gestão de pessoas e desenvolvimento organizacional, realizou a pesquisa “Planeta Firma - Anuário de Benefícios Corporativos, Boas Práticas e Tendências para os Recursos Humanos” para entender como organizações e funcionários estão se adaptando aos desafios e mudanças do mercado de trabalho brasileiro. “Queremos entender o que realmente está acontecendo no mundo do trabalho: as expectativas, anseios e até as angústias dos trabalhadores”, afirma Júlio Brito, CEO da Swile Brasil.
O estudo foi conduzido de forma online, entre abril e julho deste ano. O formulário online foi enviado a 800 empresas participantes e mais de 900 mil funcionários responderam a pesquisa.
Entre os destaques, a pesquisa mostra um movimento crescente em direção ao trabalho híbrido e presencial. “Vimos um aumento na concessão de vale-combustível de 203% e do auxílio-mobilidade de 76%, o que indica que muitas empresas estão retomando regimes presenciais ou híbridos,” afirma o CEO da Swile Brasil.
A proporção de empresas no presencial já supera as que estão no formato híbrido e remoto. Segundo a pesquisa, 33% das empresas já operam em regime 100% presencial, enquanto 32% optam pelo modelo híbrido.
No entanto, Brito reforça que o home office não desaparecerá. “O trabalho remoto, especialmente em áreas de tecnologia, ainda representa 13% do mercado”, diz. “A tendência é que empresas equilibrem flexibilidade com a necessidade de interação presencial.”
O pacote de benefícios tem se tornado decisivo em um processo seletivo – mas como uma exigência do funcionário. A pesquisa mostrou que 57% dos funcionários consideram o pacote de benefícios decisivo para aceitar uma oferta de trabalho, enquanto 39% o veem como um fator de desempate.
“A flexibilidade nos benefícios se consolida como uma das maiores demandas, sinalizando uma mudança estrutural nos modelos de trabalho”, diz o CEO.
A inteligência artificial foi destacada como uma das maiores tendências para o futuro do trabalho. “Ela transforma o ambiente corporativo, sendo usada para recrutamento, treinamento e gestão de desempenho. Apesar disso, 48% dos trabalhadores afirmaram não utilizar IA no dia a dia, mostrando que ainda há espaço para crescer.”
No campo do ESG (ambiental, social e governança), o estudo aponta que 64% das empresas adotam práticas relacionadas, como grupos de afinidade e iniciativas de inclusão. “Hoje, é praticamente uma exigência da geração Y e Z. Organizações que não abraçam ESG têm dificuldade em atrair e reter talentos,” diz Brito.
Com a volta do presencial ganhando forças, as empresas estão apostando em iniciativas para tornar o trabalho no escritório mais atrativo e produtivo. A Swile Brasil, por exemplo, colocou todos os funcionários de home office neste fim de ano, porque está de mudança para um novo escritório que ficará mais próximo do metrô e da localidade de mais de 60% dos funcionários, segundo pesquisa interna.
“Estamos migrando para um novo escritório com melhor localização e comodidades que promovem qualidade de vida, como bicicletário, duchas e espaços colaborativos,” diz o CEO que reforça que o time tem um regime híbrido que exige três dias de trabalho presencial e deve começar no novo local em fevereiro.
“No final, a pesquisa mostrou que o segredo para atender as expectativas dos funcionários em 2025 está em ouvir as pessoas e criar um ambiente onde ele se sinta parte,” afirma Brito.