Paula Valência, diretora de RH da Disney Brasil: “Não é só uma questão de contratar. Precisamos preparar os nossos talentos para um futuro promissor” (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 08h30.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 12h13.
Trabalhar na Disney é um sonho para muitos profissionais, mas como fazer parte da equipe no Brasil e, eventualmente, chegar aos parques nos Estados Unidos? Paula Valencia, Diretora de Recursos Humanos da Disney Brasil e Diretora Regional de Recursos Humanos Latam da divisão Disney Consumer Products (DCP) conta que a empresa oferece diversas portas de entrada para jovens talentos, desde programas de estágio até oportunidades de intercâmbio.
Com mais de 800 funcionários no país, a Disney Brasil possui operações diversas, como canal de esporte, o serviço de streaming Disney+ e produtos de consumo. "Temos uma ampla gama de áreas onde o talento local pode se desenvolver", conta a chilena Valencia, que cuida do RH da Disney no Brasil.
Diferente de muitas empresas, a Disney Brasil tem um baixo índice de turnover, ou seja, poucos funcionários deixam a companhia.
"Isso é ótimo, porque conseguimos cuidar da experiência do funcionário", afirma Valencia. Assim, as principais portas de entrada são programas de jovem aprendiz, estágio e trainee, que oferecem trilhas de desenvolvimento e, muitas vezes, levam os profissionais a uma posição fixa.
Os funcionários da Disney têm uma série de benefícios exclusivos focados no desenvolvimento profissional e no bem-estar do funcionário, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Segundo Valencia, um dos diferenciais da Disney é o forte investimento em educação.
Como não trabalha com metas formais de diversidade, a Disney Brasil se compromete com a inclusão. "Queremos que nosso time represente a realidade do país", afirma Valencia. Programas de estágio e jovem aprendiz flexibilizam requisitos, como conhecimento em inglês, para ampliar a diversidade de candidatos.
"Inclusive, apoiamos financeiramente a todos que precisam aprender idiomas como inglês e espanhol, além de oferecermos cursos em diferentes plataformas de ensino", diz a executiva de RH da Disney Brasil.
Os funcionários da Disney também possuem outros benefícios mágicos, que vão além dos tradicionais, como o acesso gratuito aos parques e ingressos para amigos e familiares, atendimento médico nos escritórios da Disney, day off para estudo, mudança de casa, aniversário, casamento ou até para cuidado de familiares, suporte para medicamentos (que podem ser entregues no escritório), três feriados adicionais por ano, definidos pela empresa, short friday e previdência privada, em que a empresa cobre 50% do valor.
Como a empresa adota o regime híbrido de trabalho, com três dias presenciais e dois remotos, nos dias no escritório, para criar momentos especiais e fortalecer a cultura interna, a Disney Brasil oferece incentivo para carona solidária, em que o funcionário que dá carona para algum colega recebe um bônus no final do mês.
O crescimento interno também é um diferencial, e por isso quando uma vaga aparece a companhia abre primeiro a oportunidade para quem está na empresa, prática conhecida no mercado como “job rotation”.
"Temos histórias de profissionais que começaram como recepcionistas ou estagiários e hoje ocupam cargos de liderança. A cultura da Disney valoriza a curva de aprendizado interna", afirma Valencia. “Não é só uma questão de contratar, mas de preparar esse talento jovem para um futuro promissor.”
Para quem sonha em trabalhar nos parques da Disney, a companhia tem uma parceria que conecta seus talentos aos programas internacionais. "Não gerenciamos diretamente essa seleção, mas criamos uma ponte para nossos aprendizes e estagiários participarem do processo seletivo global", diz Valencia.
Essa experiência é um diferencial que, na maioria dos casos, resulta em contratação ao retornarem ao Brasil. "Temos uma taxa de conversão impressionante: 100% dos que não conseguiram uma vaga imediatamente após o programa acabam sendo contratados depois", afirma a diretora de RH.
Até o momento, cerca de 40 brasileiros já tiveram a experiência de trabalhar nos parques da Disney, após passarem por alguma experiência de trabalho na Disney Brasil.
A Disney também se diferencia pelo formato de seus processos seletivos. Em vez de entrevistas tradicionais, a empresa propõe desafios criativos, como a criação de vídeos de apresentação, para avaliar as competências dos candidatos. "Recebemos materiais incríveis, que nos ajudam a identificar talentos com habilidades diferenciadas", diz Valencia
Entre as habilidades essenciais para quem deseja trabalhar na Disney, a executiva de RH afirma que independentemente da área ou cargo, os candidatos devem possuir as seguintes competências:
Quem for selecionado para trabalhar na Disney Brasil, vai se deparar com um pilar importante para a companhia: a cultura de reconhecimento. "Temos premiações para marcos de tempo na empresa, além da Global Recognition Week, um evento global focado em reconhecimento entre colegas", afirma Valencia.
Os programas de aprendiz e estágio têm ciclos definidos. O próximo programa de jovem aprendiz começa em outubro, com seleção prevista para julho. Já o estágio abre inscrições em outubro para iniciar em janeiro de 2026. As vagas serão anunciadas no site da Disney Brasil.
Para quem deseja trabalhar nos parques, o processo seletivo global costuma ocorrer em abril, e quem já trabalha na empresa terá orientações internas sobre essa experiência internacional. "Valorizamos quem já teve essa experiência e buscamos manter esse talento na empresa", conta Valencia. “Queremos criar oportunidades para que o talento jovem brilhe e tenha um futuro de sucesso dentro da Disney.”