A Datasul anunciou, nesta quinta-feira (24/5), a compra de 80% do capital da YMF Arquitetura Financeira de Negócios, por 43,68 milhões de reais. Este é o maior negócio fechado pela companhia catarinense desde que abriu o capital em junho do ano passado. O acordo também marca a entrada da Datasul no mercado de softwares e serviços para gestão de investimentos. Criada em 1993, a paulista YMF conta com 250 clientes, dos quais 70 de grande porte, como os bancos ABN Amro, Bradesco, HSBC e Itaú. Sua carteira é composta por empresas de gestão de ativos, fundos de hedge, fundos de pensão, seguradoras e bolsas de valores.

"A compra da YMF consiste apenas no primeiro passo para entrar no segmento financeiro, dentro de uma estratégia muito ampla que inclui novas aquisições até o final deste ano", afirmou, em nota à imprensa, o diretor de novos negócios da Datasul, Paulo Caputo. No ano passado, a YMF faturou 33 milhões de reais, com crescimento de 17% sobre 2005. A nova controlada da Datasul continuará administrada pelos seus fundadores, Yuryi Ferber e Diether Muller. Marcos Puccini, da equipe de novos negócios da Datasul, assumirá a diretoria financeira da empresa.

De acordo com Ferber, o setor financeiro responde por 19% dos investimentos feitos em tecnologia da informação no país. No ano passado, esse segmento representou 7 bilhões de reais, mas pouco dessa quantia foi aplicado na terceirização de serviços - foco da YMF. "A sinergia das duas corporações [Datasul e YMF] trará robustez excepcional para nossa oferta, que certamente funcionará como um catalisador para novos negócios", afirmou também em nota.

A compra de 80% da YMF será paga integralmente com recursos próprios da Datasul. O preço - 43,68 milhões de reais - representa sete vezes a parcela da geração de caixa da YMF que será incorporada pela Datasul nos próximos 12 meses.

Esta é a quinta aquisição realizada pela empresa, desde que abriu o capital e levantou 137 milhões de reais com a oferta primária de ações. No prospecto definitivo do IPO, a Datasul informou que pretendia aplicar de 77% a 77,55% dos recursos obtidos em aquisições. Se mantida a porcentagem, isso significa que a companhia reservou cerca de 105 milhões de reais para as compras. A empresa já aplicou, pelo menos, 56 milhões de reais em aquisições. A quantia refere-se aos desembolsos para levar a YMF, a Ilog (2,16 milhões de reais), a Próxima (8 milhões), e a argentina Meya (1,7 milhão de dólares). Outro acordo - o da Informenge - não teve seu valor revelado.