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Egito e Vietnã: dois países que vão sofrer menos com a pandemia

Apesar da perda de receita com turismo, o Egito e o Vietnã devem estar entre os poucos países que vão crescer em 2020, segundo o FMI

Pirâmides no Egito: o país atrai o dobro de turistas do Brasil, mas este ano precisou apertar os cintos (Ricardo Liberato/Wikimedia Commons)

Pirâmides no Egito: o país atrai o dobro de turistas do Brasil, mas este ano precisou apertar os cintos (Ricardo Liberato/Wikimedia Commons)

O turismo é uma das atividades que mais estão sofrendo com a pandemia de covid-19. Isso afeta a economia de dois países que dependem muito da receita gerada pelo fluxo de visitantes estrangeiros: o Vietnã e o Egito. No ano passado, o Vietnã recebeu 18 milhões de turistas de outros países e tinha a meta de chegar a 20 milhões neste ano. Já o Egito atraiu 13,6 milhões de visitantes do exterior em 2019 e pretendia receber 15 milhões neste ano (o Brasil atrai menos de 7 milhões de turistas estrangeiros por ano). Com as medidas de quarentena adotadas para evitar a propagação de covid-19, é certo que esses números não serão alcançados.

 

Ainda assim, o Vietnã e o Egito estão entre os poucos países cuja economia poderá crescer neste ano. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o produto interno bruto do Vietnã deverá crescer 2,7% em 2020, enquanto a economia egípcia deverá ter uma expansão de 2%. “Infelizmente, não existia um manual de instruções de como lidar com a pandemia, mas a proliferação da doença não afetou tanto a economia”, diz Hany Hassan, cônsul do Egito no Brasil. Com aeroportos e pontos turísticos fechados, restou ao governo seguir a cartilha internacional e mitigar os efeitos da pandemia. Foram mais de 6 bilhões de dólares de auxílio aos setores mais afetados, entre eles o turismo, responsável por 12% do PIB local. Do FMI foram contraídos 3 bilhões de dólares em empréstimos, o que foi possível graças à redução da dívida pública de mais de 100%, em 2017, para 85%, em 2019. Os programas de infraestrutura, educação e saúde também foram mantidos.

 

 

No Vietnã, um dos países mais eficientes no controle da covid-19 (com 96 milhões de habitantes, tinha apenas 11 óbitos até 9 de agosto), a expectativa é a entrada em vigor, neste mês, do acordo de livre-comércio com a União Europeia, que vai eliminar 99% das tarifas entre as duas partes. Será um impulso e tanto para a economia vietnamita, que vem se beneficiando da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos — vários países asiáticos, entre eles a Coreia do Sul e o Japão, estão realocando investimentos para o Vietnã para se proteger da disputa entre as duas maiores economias do mundo. Em 2019, o Vietnã exportou 304 bilhões de dólares (bem mais que os 224 bilhões do Brasil). No ritmo atual, a previsão é que, até 2029, a economia vietnamita supere a de Singapura — hoje 50% maior.

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