51ª edição de Melhores e Maiores leva em conta não somente os indicadores financeiros e contábeis, como também a diversidade na gestão, boas práticas ambientais e de governança (Kerkez/Getty Images)
Jornalista colaborador
Publicado em 10 de agosto de 2024 às 10h56.
O setor privado brasileiro tem bons motivos para celebrar o ano de 2023. As mil empresas listadas no ranking Melhores e Maiores 2024 registraram, juntas, R$ 8,26 trilhões em receita líquida no ano passado, crescimento de 3,43% em comparação a 2022, quando a soma da receita foi de R$ 7,9 trilhões. Para efeitos de comparação, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no mesmo período foi menor, de 2,9%, e fechou o ano em R$ 10,9 trilhões.
“As empresas registradas como melhores e maiores apresentaram um desempenho superior ao da economia brasileira como um todo, o que pode indicar que o ano de 2023 beneficiou as grandes companhias do país”, diz Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro. O crescimento, destaca Barros, ocorreu em meio a um cenário macroeconômico desafiador, marcado pela taxa básica de juros, que encerrou 2023 em 11,75%.
“O crescimento de 2,9% no PIB indica que a economia brasileira está em expansão. Mas a inflação, que fechou o ano em 4,62%, corrói o poder de compra da população”, afirma o reitor. “É um cenário que exige atenção por parte das autoridades econômicas, que precisam buscar políticas para controlar a inflação e promover um crescimento econômico mais sustentável e inclusivo”, complementa.
Com metodologia desenvolvida pela EXAME, em parceria com o Ibmec, a 51ª edição de Melhores e Maiores leva em conta não somente os indicadores financeiros e contábeis, como também a diversidade na gestão, boas práticas ambientais e de governança.
Foram avaliadas um total de 1287 empresas, das quais 1000 estão classificadas no ranking, que será divulgado no dia 17 de setembro. Dos 22 setores analisados, sete deles apresentaram crescimento de receitas superiores a 10% no período abordado, como transporte e logística, serviços financeiros e saneamento e ambiente.
Além dos 3,43% de melhoria nas receitas líquidas, também foram observados, no total, aumentos de 9,1% nos ativos das empresas listadas e 11% nos patrimônios líquidos delas. O setor com maior número de representantes no ranking é o de energia, com 113 companhias avaliadas, seguido pelos bancos, com 105 instituições. O menor setor é o de educação, com 13 empresas. Na média, foram 45 empresas por setor.
São Paulo é o estado mais representando, com 511 empresas listadas no ranking, seguido do Rio de Janeiro, com 132. “São Paulo continua sendo o grande motor propulsor da economia brasileira. Isso fica demonstrado no ranking de Melhores e Maiores: mais da metade das empresas tem suas sedes no Estado”, diz Barros.