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Júri começa a deliberar no julgamento de filho de Joe Biden

Hunter Biden é acusado de declarar falsamente, ao adquirir um revólver calibre .38, que não estava usando drogas ilícitas

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 10 de junho de 2024 às 20h00.

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O júri começou a deliberar, nesta segunda-feira, 10, no julgamento de Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por acusações federais de posse de arma de fogo, o primeiro processo penal contra um filho de um mandatário americano em exercício.

Hunter Biden, de 54 anos, é acusado de declarar falsamente, ao adquirir um revólver calibre .38 em 2018, que não estava usando drogas ilícitas.

O julgamento ocorre em plena campanha de Joe Biden na busca pela reeleição e menos de duas semanas após a condenação por fraude contábil de Donald Trump, o provável candidato presidencial republicano em novembro.

Os 12 membros do júri começaram a deliberar depois que os promotores e a equipe de defesa de Hunter Biden apresentaram seus argumentos finais.

O colegiado se reuniu por aproximadamente uma hora antes de concluir suas deliberações do dia, informaram a CNN e outros veículos de imprensa americanos. Os trabalhos serão retomados às 9h desta terça-feira.

Hunter Biden não testemunhou durante a semana do julgamento, que foi realizado em Wilmington (Delaware), sua cidade natal.

O processo, juntamente com outras acusações de evasão fiscal contra Hunter na Califórnia, complica os esforços dos democratas para manter o foco em Trump, primeiro ex-presidente americano a ser condenado criminalmente.

A primeira-dama, Jill Biden, assistiu ao julgamento por vários dias. O presidente não compareceu, mas disse que ele e sua esposa estavam "orgulhosos" de Hunter.

"Como presidente, não faço nem farei comentários sobre casos federais pendentes, mas como pai, tenho um amor ilimitado por meu filho, confiança nele e respeito por sua força", disse Biden em um comunicado.

Além de ser uma distração política, os problemas legais de Hunter Biden reabriram velhas feridas familiares, devido aos seus problemas com drogas.

Seu irmão, Beau, morreu de câncer em 2015 e sua irmã, Naomi, faleceu quando ainda era criança, em 1972, em um acidente de carro que também vitimou sua mãe, Neilia, primeira esposa de Joe Biden e mãe dos três.

Hunter, advogado formado em Yale e lobista que se tornou artista, é acusado de declarar falsamente, ao comprar um revólver calibre .38 em 2018, que não fazia consumo de drogas ilícitas.

Na mira dos republicanos

Hunter também é acusado do crime de posse ilegal de arma de fogo, a qual esteve sob seu poder durante apenas 11 dias após a compra.

O filho do presidente, que muito já escreveu sobre seu vício em drogas, afirmou que no momento em que comprou o revólver não se considerava viciado.

Hunter, que afirma não consumir entorpecentes desde 2019, pode ser condenado a até 25 anos de prisão, embora se espere uma sentença mais leve, possivelmente sem reclusão, pela ausência de antecedentes criminais.

O filho do presidente está há muito tempo na mira dos republicanos, que encamparam uma investigação exaustiva contra ele no Congresso por corrupção e tráfico de influência, embora nunca tenham sido apresentadas acusações formais por tais suspeitas.

Seus negócios na China e na Ucrânia também serviram de base para que os republicanos tentassem abrir processos de impeachment para destituir Joe Biden, mas os esforços não prosperaram.

A Casa Branca disse no ano passado que não haverá indulto presidencial para Hunter em caso de condenação.

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