Mundo

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano

Promessa de retaliação foi feita pelo comandante Hossein Salami ao secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, nesta quinta-feira

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 17h55.

Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 17h56.

Tudo sobreIsrael
Saiba mais

O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, afirmou nesta quinta-feira que Israel vai enfrentar "uma resposta esmagadora do Eixo da Resistência" após os ataques lançados contra o Líbano, incluindo a detonação de milhares de pagers e walkie-talkies utilizados pelo Hezbollah.

Teerã é a principal aliada e fornecedora de armas do braço armado do movimento libanês que contesta a existência do Estado judeu.

A promessa de retaliação foi feita pelo chefe da principal unidade armada iraniana ao secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que se pronunciou pela primeira vez sobre a série de explosões nesta quinta-feira. Assim como o comandante iraniano, o líder xiita libanês afirmou que Israel vai sofrer uma "punição justa" pelos ataques — oficialmente, o Estado judeu não comentou sobre as detonações.

"Tais atos de terrorismo são indubitavelmente o resultado o desespero pelos fracassos sucessivos do regime sionista [como o Irã se refere a Israel]. Isso logo vai encontrar uma resposta esmagadora do Eixo da Resistência e vamos testemunhar a destruição deste regime criminoso e sanguinário", disse Salami em sua mensagem a Nasrallah, segundo agências iranianas citadas pela britânica Reuters.

Teerã exerce um papel central no chamado Eixo da Resistência, uma aliança informal entre países e movimentos extremistas islâmicos espalhados pelo Oriente Médio. Os integrantes compartilham entre si a oposição à influência do Ocidente na região e à existência do Estado de Israel. Embora a maioria dos grupos seja de maioria xiita, como o próprio Irã, o Hamas, sunita, e o regime alauita de Bashar al-Assad, na Síria, integram a formação.

Em várias ocasiões desde o atentado de 7 de outubro, autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmaram que a guerra em Gaza na verdade seria um conflito com o Eixo da Resistência como um todo, citando que as ações do Hamas atenderiam a interesses gestados em Teerã. Outros integrantes do bloco, como o próprio Hezbollah e os Houthis do Iêmen lançaram ataques contra Israel em solidariedade à resistência palestina, prometendo manter atividades hostis até que o confronto tenha fim.

Apesar da ameaça pública iraniana, é incerto até que ponto Teerã tem capacidade (e interesse) em se envolver em uma guerra direta com Israel e seus aliados ocidentais. O país foi atacado diretamente ao menos duas vezes — quando teve a embaixada na Síria explodida por um ataque israelense, e na ação que matou Ismail Haniyeh, então chefe do Gabinete político do Hamas, em uma visita oficial à capital iraniana. Em ambas, prometeu retaliar, mas não conseguiu dar uma resposta na mesma medida.

Após pagers, walkie-talkies do Hezbollah explodem no Líbano e deixam nove mortos e 300 feridos

Após o bombardeio na embaixada na Síria, que matou onze pessoas, incluindo comandantes de alto escalão da Força Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, Teerã respondeu disparando uma série de mísseis, drones e foguetes contra Israel, a partir do seu próprio território, em um ato que pareceu particularmente encenado. Países da região disseram ter sido avisados com antecedência sobre o ataque — informação que os EUA disseram ter recolhido previamente ao anúncio.

A previsibilidade resultou em um esforço conjunto, que incluiu Washington e países da região, como a Jordânia, para derrubar os artefatos iranianos. Quase todos os projéteis — não se reportou o uso de nenhum dos itens de elite do arsenal iraniano — foram abatidos, a exceção de algumas unidades que impactaram em uma base israelense, sem maiores danos. Apesar disso, a resposta foi comemorada como um sucesso pelo aiatolá Ali Khamenei, líder supremo da nação persa.

O assassinato de Haniyeh, condenado como uma violação de soberania grave, até o momento ficou sem nenhuma resposta. Nesta quinta-feira, a Polícia de Israel e o Shin Bet, serviço de inteligência interna, anunciaram ter prendido um cidadão israelense suspeito de ter sido recrutado para executar atividades de sabotagem no país, incluindo um plano para matar o premier Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e outras autoridades.

Acompanhe tudo sobre:IsraelConflito árabe-israelenseGuerras

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'