Há muita expectativa sobre a posição do novo presidente americano em relação à China (Lintao Zhang/Getty Images)
AFP
Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 06h19.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou pela primeira vez por telefone nesta quarta-feira (10) com seu homólogo chinês, Xi Jinping, anunciou a Casa Branca.
Na ligação, Biden expressou suas "profundas preocupações" sobre as práticas econômicas "injustas e coercitivas" de Pequim, sobre a repressão em Hong Kong e sobre "violações dos direitos humanos em Xinjiang", região onde vive a minoria muçulmana uigur.
Os dois líderes também conversaram, de acordo com o comunicado da Casa Branca, sobre a pandemia da covid-19 e os "desafios comuns" colocados pela segurança global de saúde e mudanças climáticas.
De acordo com especialistas, mais de um milhão de uigures estão sendo mantidos em campos de reeducação política em Xinjiang.
Pequim rejeita o termo "campos" e garante que são centros de treinamento vocacional, projetados para fornecer emprego para a população e manter o extremismo religioso sob controle.
Biden disse nesta quarta-feira que o Pentágono vai revisar sua estratégia em relação à China, mirando áreas essenciais, incluindo inteligência, tecnologia e presença militar de Washington na região.
A revisão será feita entre várias outras que o Pentágono já está realizando, desde tropas no Oriente Médio até políticas em relação à Otan.
Os dois países estão em desacordo sobre questões que vão de tecnologia e direitos humanos a atividades militares chinesas no disputado Mar do Sul da China, com cada um acusando o outro de comportamento deliberadamente provocativo.
Sob o comando do antecessor de Biden, Donald Trump, o Pentágono tornou o esforço para conter China sua prioridade, algo que o secretário de Defesa, Lloyd Austin, sinalizou que continuará.
Falando durante uma visita ao Pentágono, Biden disse que Austin o informou sobre uma nova força-tarefa que examinaria a estratégia militar em relação à China.
Biden disse que a China e as questões relacionadas a ela vão exigir que as agências governamentais trabalhem em conjunto, juntamente com o apoio bipartidário no Congresso e fortes alianças.
"É assim que enfrentaremos o desafio da China", declarou Biden, ao lado de Austin e da vice-presidente Kamala Harris.
Há muita expectativa sobre a posição do novo presidente americano em relação à China, devido aos múltiplos pontos de tensão que existem na relação entre as duas principais potências mundiais.
E embora Biden tenha mostrado claramente sua disposição de se distanciar da política externa de Donald Trump, a China é uma das poucas questões onde ele poderia promover alguma continuidade em relação a seu antecessor.
Em entrevista transmitida neste domingo pela CBS, Biden alertou que a rivalidade entre China e Estados Unidos se transformará em "competição extrema", ao mesmo tempo em que disse que quer evitar um "conflito" entre os dois países.