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PIB do segundo trimestre, PMI industrial nos EUA e commodities: o que move o mercado

Investidores repercutem forte desvalorização do minério de ferro. Somente entre esta segunda e terça-feira, a commodity recuou mais de 8%

Radar: investidores repercutem PIB do Brasil (Getty Images/Getty Images)

Radar: investidores repercutem PIB do Brasil (Getty Images/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de setembro de 2024 às 09h03.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 10h00.

Os mercados internacionais operam em baixa na manhã desta terça-feira, 3. Na volta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, os índices futuros recuam, com investidores de olho no payroll, relatório de empregos americanos que será publicado na sexta-feira, 6, referência para medir o termômetro da economia por lá.

Na Europa, as bolsas não sustentaram o tom positivo da abertura e agora caem, em meio à deterioração dos preços de commodities. Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda na esteira de preocupações em relação ao ritmo de recuperação da economia chinesa.

PIB do segundo trimestre

Investidores avaliam o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do Brasil, divulgado nesta manhã. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador apresentou uma alta trimestral de 1,4%, frente a expectativa de 0,9% e a alta de 0,8% no primeiro trimestre de 2024.

O mercado de trabalho mais aquecido, com uma maior geração de vagas e aumento da massa salarial, somado aos impactos climáticos menos severos do que o previsto no Rio Grande do Sul e uma maior robustez fiscal do governo podem ter auxiliado para esse crescimento bem acima do esperado, explicam analistas.

PMIs

A semana também é marcada pela divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de diversas economias. Ontem, a S&P Global divulgou o PMI de fabricação do Brasil, que recuou de 54 em julho para 50,4 em agosto. O número foi o mais fraco de 2024. De acordo com o relatório, o maior aumento nos preços de compra já registrado em quase dois anos e meio foi um dos principais desafios enfrentados pelos produtores de bens no Brasil.

Hoje, a S&P Global divulga o PMI industrial dos EUA às 10h45, enquanto o PMI medido pelo ISM sai às 11h. A depender do resultado, o número pode dar suporte às projeções do mercado sobre a desaceleração da economia americana neste ano, o que colabora com a tese de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) irá realizar três cortes de juros neste ano.

Commodities

O minério de ferro amarga duras perdas nesta terça-feira, registrando a maior queda em quase dois anos.

O contrato para janeiro, o mais negociado na bolsa de Dalian na China, encerrou as negociações com desvalorização de 4,74%, a 703,5 iuanes (US$ 98,87 dólares) a tonelada, sua maior queda desde 31 de outubro de 2022. Já o minério de ferro para outubro na Bolsa de Singapura recuou 2,75%, a US$ 94,15 a tonelada.

Somente nesta segunda e terça-feira, a commodity desvalorizou mais de 8%, diante do temor que a economia chinesa não conseguirá cumprir a meta de crescimento de 5% do PIB. Isso porque dados recentes mostraram que a atividade industrial da China em agosto caiu para uma mínima recorde de seis meses.

Além disso, os preços de novos imóveis no país subiram em ritmo mais lento no mês passado, apesar do setor imobiliário ter recebido incentivos políticos de apoio.

A China é um dos maiores países importadores de minério de ferro e sua desaceleração pode implicar em uma menor demanda pelo produto, o que pressiona o preço. Na esteira dessa preocupação, o petróleo também recua fortemente nesta manhã. A referência WTI desvaloriza 1,57%, enquanto o Brent cai 2,03% às 8h49.

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