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Cogna reduz em 72% prejuízo no 3º tri com crescimento de Kroton e já mira dividendos em 2025

Considerando números ajustados, grupo de educação teve lucro de R$ 32 milhões, com redução de alavancagem e geração de caixa operacional 57% maior

Kroton: negócio de educação superior da Cogna cresceu 13% compensando perda em Vasta e Saber (Eduardo Frazão/Exame)

Kroton: negócio de educação superior da Cogna cresceu 13% compensando perda em Vasta e Saber (Eduardo Frazão/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 09h24.

Última atualização em 8 de novembro de 2024 às 09h40.

No terceiro trimestre, foi a Kroton, negócio de educação superior, que deu fôlego à Cogna (COGN3), dona também da Saber e da Vasta.

A empresa reduziu em 71,6% o prejuízo líquido, para R$ 29 milhões. Nos números ajustados, sem impacto das amortizações de aquisições, a empresa reverteu prejuízo e reportou lucro de R$ 32 milhões. Agora, de olho em 2025, a administração da companhia já fala em voltar a distribuir dividendos.

"Temos a perspectiva de fechar o ano com um lucro líquido, um ponto que abre espaço para ano que vem não só crescer, ter rentabilidade, gerar caixa e diminuir dívida líquida, mas também distribuir dividendos", diz Roberto Valério, CEO da Cogna em entrevista à EXAME.

O executivo também descartou a possibilidade de grandes M&As, com a empresa focada em seu próprio negócio. Recentemente, notícias apontavam negociações para fusão entre Cogna e Yduqs. "Não tem nenhuma conversa. O que estamos sempre olhando são M&As pequenos, como uma faculdade de medicina, por exemplo, ou do tipo do investimento que fizemos em Educbank."

A companhia ficou com receita estável em R$ 1,3 bilhão, com queda de 1,4% e 28,6%, respectivamente, nas vendas de Vasta e Saber por questões sazonais.

Na Saber, o PNLD, que é o Programa Nacional do Livro Didático, acabou "congelado" pelo período de eleições municipais em 2024. Na Vasta, o impacto foi por razões similares, enquanto as receita líquida de subscriação cresceu 5,6%, puxada pelos produtos vendidos aos colégios privados, naõ houve receita de vendas para o governo (B2G). Em meio às incertezas do processo eleitoral, os governos seguram as compras, postergando as licitações para o trimestre seguinte.

Mas na Kroton, que representa 65% do negócio, a receita cresceu 13,3%, puxada por captações crescentes ao longo dos trimestres anteriores e com safras melhores, segundo Valério.

"Não estamos tão preocupados com o volume, e sim com a qualidade e engajamento do aluno. Isso dá foco para a quantidade de receita que aquela safra traz", diz o executivo destacando que a companhia tem conseguido manter as rematrículas.

Outro esforço tem sido o antecipar as matrículas, o que traz, segundo o executivo, alunos mais engajados e reduz os índices de evasão. No terceiro trimestre, a evasão subiu 27,3%, puxada principalmente pelos cursos EAD (ensino a distância). A base de alunos, porém, ainda terminou 12,6% maior do que um ano antes, superando 1 milhão de alunos.

A antecipação, porém, intensifica as despesas com marketing da Kroton, que ficaram 31% maiores. Ainda assim, a companhia, conta Valério, tem feito um trabalho intenso de ganho de eficiências. No consolidado do grupo, as despesas ficaram 0,9% menores.

O EBITDA recorrente atingiu R$385,0 milhões, um crescimento de 25,9% com expansão de 6 pontos percentuais na margem EBITDA, que chegou a 30%. Esse crescimento veio principalmente do ganho de eficiência nas despesas
operacionais, na provisão para créditos duvidosos e nas despesas corporativas da Kroton.

Para o time do Citi, os números da Cogna foram "razoáveis" e em linha com as expectativas. Segundo os analistas, ajustando-se pela reversão única de provisões de R$50 milhões registrada na Kroton, o EBITDA “limpo” seria de R$335 milhões.

No terceiro trimestre de 2024, a geração de caixa operacional após investimento foi de R$400,1 milhões, aumento de 57% maior do que um ano antes.

A empresa diminiu sua dívida líquida em 7,8%, para R$ 257,5 milhões e viu a alavancagem cair de 1,88 vez para 1,58 vez, no menor patamar desde o quarto trimestre de 2018.

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