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Pró-Labore: como funciona, como fazer e quem tem direito

Saiba mais sobre como funciona o pró-labore, tão importante para a vida financeira de empreendedores

 (Tom Werner/Getty Images)

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Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 13h59.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 17h43.

O pró-labore desempenha um papel crucial no cenário empresarial, sendo uma forma de remuneração destinada a sócios e diretores.

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Este artigo explora em detalhes o seu conceito, como ele é determinado, os impostos envolvidos e a importância da sua declaração fiscal.

O que é Pró-Labore?

O pró-labore é uma remuneração regular paga a sócios ou diretores de uma empresa, geralmente em sociedades limitadas ou empresas familiares.

Essa compensação não está vinculada ao lucro da empresa, ao contrário dos dividendos, mas sim ao trabalho e dedicação dos sócios ou diretores.

Ele é fixado em acordo entre os envolvidos e pode variar de acordo com o cargo, responsabilidades e o desempenho do indivíduo na empresa.

Ele é uma maneira de recompensar o trabalho e o tempo investido na gestão ou operação do negócio, independentemente de os lucros estarem disponíveis para distribuição.

Além disso, ele também é usado para fins fiscais, uma vez que é considerado uma despesa dedutível para a empresa.

O Pró-Labore é obrigatório?

O pró-labore não é obrigatório por lei no Brasil. No entanto, sua utilização é comum em empresas, especialmente em sociedades limitadas e empresas familiares.

Embora não haja um valor mínimo ou máximo estipulado, ele deve ser definido de acordo com o mercado e as responsabilidades individuais.

Além disso, a sua ausência pode levantar questões fiscais e trabalhistas, já que pode ser interpretada como uma forma de sonegação de encargos sociais e tributos. Portanto, é importante ter um planejamento financeiro apropriado.

Portanto, embora não seja uma obrigação legal, é altamente recomendável para garantir transparência e conformidade nas operações da empresa.

Quem tem direito ao pró-labore?

O direito ao pró-labore é concedido aos sócios e administradores que desempenham funções gerenciais em uma empresa.

Ele se estende aos sócios de sociedades limitadas e aos administradores de sociedades anônimas, sendo uma forma de remuneração pela participação ativa na administração do negócio.

Em sociedades simples, onde não há distinção entre o patrimônio da empresa e dos sócios, o pagamento de pró-labore é menos comum.

O direito ao pró-labore não é automático e deve ser estipulado no contrato social ou estatuto da empresa, indicando os critérios para sua definição e pagamento.

Assim, aqueles que têm responsabilidades na gestão e direção da empresa, independentemente de serem sócios ou administradores, são os beneficiários legítimos do pró-labore, uma compensação financeira pelo papel estratégico desempenhado na condução dos negócios.

Qual a diferença entre Pró-Labore e salário?

Para entender melhor o que é pró-labore, é preciso diferenciá-lo do salário, entendendo que essa diferença reside no contexto em que essas remunerações são aplicadas.

O pró-labore é comumente utilizado em empresas, principalmente sociedades limitadas e empresas familiares, para remunerar sócios ou diretores que desempenham funções de gestão ou administrativas.

Ele não está vinculado ao regime CLT e não segue as mesmas regras de horas de trabalho, férias ou benefícios como o salário de um empregado comum.

Por outro lado, o salário é a remuneração paga a um empregado de acordo com as leis trabalhistas do país. Isso inclui direitos como férias remuneradas, 13º salário, FGTS, horas extras e outros benefícios determinados pela CLT.

O salário é fixado com base na jornada de trabalho e pode variar com o tempo de serviço e as negociações coletivas. Com o planejamento adequado, é possível usar ambos os valores para investir em Tesouro Direto, ações e outros tipos de ativos.

Como calcular o pró-labore?

O cálculo do pró-labore é personalizado, refletindo a realidade e as necessidades da empresa, além de respeitar as normas estabelecidas em seus documentos legais. Esse cálculo envolve considerar diversos fatores, visando estabelecer uma remuneração justa para sócios e administradores.

Primeiramente, é crucial definir no contrato social ou estatuto os critérios para essa remuneração, como percentuais sobre o faturamento, lucro líquido ou um valor fixo mensal.

Em sociedades limitadas, é comum atribuir um percentual do lucro ou do faturamento para o pró-labore, enquanto em sociedades anônimas, as diretrizes podem variar.

O valor também deve levar em conta a participação de cada sócio na gestão e nas atividades da empresa. Além disso, é essencial considerar o contexto econômico, a saúde financeira da empresa e o mercado em que ela atua.

Avaliar as responsabilidades, carga horária dedicada e a complexidade das funções desempenhadas pelos sócios e administradores também contribui para um cálculo mais preciso.

Pró-labore tem descontos?

O pró-labore tem descontos, assim como um salário tradicional. Sobre o valor bruto do pró-labore, incidem descontos obrigatórios, como o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), contribuições previdenciárias (INSS) e, eventualmente, outros descontos previstos em acordos ou benefícios oferecidos pela empresa.

Os descontos variam de acordo com a legislação vigente e as características específicas de cada empresa e do beneficiário. Apesar de existirem ativos com isenção do Imposto de Renda, o pró-labore não se enquadra neste caso.

Como definir o valor do Pró-Labore?

A determinação do valor do pró-labore envolve considerar várias variáveis. Primeiro, é essencial avaliar as responsabilidades do sócio ou diretor dentro da empresa, ponderando a carga de trabalho e as obrigações associadas.

Além disso, uma análise do mercado relevante, levando em conta empresas semelhantes em termos de tamanho e setor, pode servir como referência para estabelecer o valor. Deve-se considerar também a dívida líquida e outros indicativos importantes.

É crucial também avaliar a saúde financeira da empresa, assegurando que o montante financeiro seja sustentável e não prejudique as operações ou os investimentos necessários.

Chegar a um acordo entre os sócios ou diretores é fundamental para evitar conflitos internos, e é importante revisar periodicamente o valor. Pode-se usar uma calculadora de pró-labore para isso.

Como deve ser feito o pagamento do Pró-Labore?

Para aprofundar mais no pró-labore significado, é preciso entender que ele deve ser realizado de maneira organizada e documentada para garantir transparência e conformidade.

Primeiramente, é necessário definir o valor a ser pago, considerando as responsabilidades do sócio ou diretor e os acordos estabelecidos entre as partes.

Em seguida, é importante estabelecer a periodicidade dos pagamentos, que pode variar de acordo com a preferência das partes envolvidas, como mensal, quinzenal, etc. Um contrato ou acordo deve ser elaborado para formalizar as condições acordadas.

Para garantir a separação entre as finanças pessoais e empresariais, é essencial manter contas bancárias separadas.

Assim, o pagamento em si pode ser efetuado por meio de cheque ou transferência bancária (como TED, DOC ou PIX) da conta corporativa para a conta pessoal do beneficiário. Manter um registro preciso desses pagamentos é crucial para fins contábeis e fiscais.

Quais são os impostos do Pró-Labore?

Os principais tributos que incidem sobre o pró-labore incluem o Imposto de Renda Retido na Fonte, o qual varia de acordo com a faixa de renda do beneficiário e é descontado pela empresa no momento do pagamento.

Além disso, há a Contribuição Previdenciária (INSS), que é obrigatória para os sócios ou diretores e segue alíquotas correspondentes à faixa salarial.

Não se aplica o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pois é voltado, principalmente, para empregados com carteira assinada.

Por fim, os impostos PIS, COFINS e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não são incidentes, uma vez que estão relacionados ao lucro da empresa.

Como declarar o Pró-Labore no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)?

A declaração do pró-labore no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é um processo importante para garantir a conformidade fiscal.

Primeiro, é necessário reunir a documentação relevante, incluindo os comprovantes de pagamento e os informes de rendimentos fornecidos pela empresa. Vale lembrar que esse tipo de pagamento é um rendimento tributável.

No formulário de declaração do IRPF, a seção de "Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica" é o local apropriado para inserir o valor total recebido durante o ano fiscal. 

Além disso, é fundamental informar os valores retidos na fonte, como o Imposto de Renda Retido e o INSS, pois isso evita problemas com a Receita Federal.

Qual é o comprovante de renda do Pró-Labore?

O comprovante de renda do pró-labore é um documento essencial para demonstrar a renda recebida de uma empresa como sócio ou diretor.

Esse comprovante é emitido pela própria empresa e deve conter informações detalhadas, como o valor total pago ao beneficiário durante o ano fiscal, bem como os valores retidos na fonte.

Além disso, o comprovante deve conter o nome e o CNPJ da empresa, os dados pessoais do beneficiário, o período de referência e a assinatura do responsável pela empresa.

Esse documento é fundamental para a declaração correta no Imposto de Renda e para fins de comprovação de renda em diversas situações.

Quem recebe pró-labore tem direito à aposentadoria?

Quem recebe pró-labore tem direito à aposentadoria, mas é necessário realizar contribuições previdenciárias para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O pró-labore é considerado uma forma de remuneração pelo trabalho exercido na administração da empresa, e os valores pagos a título de pró-labore estão sujeitos à contribuição previdenciária.

Assim, os sócios e administradores que recebem pró-labore devem efetuar o recolhimento do INSS sobre esses valores para garantir seus direitos previdenciários, incluindo a aposentadoria.

A contribuição previdenciária sobre o pró-labore segue as mesmas regras aplicadas aos salários tradicionais, sendo descontada diretamente na fonte. Muitas pessoas podem optar por complementar a renda de sua aposentadoria com uma previdência privada, tipo de ativo bastante flexível.

Portanto, a regularidade no pagamento dessas contribuições é essencial para assegurar o acesso aos benefícios previdenciários, como a aposentadoria, quando necessário.

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