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Vinci compra controle do Outback no Brasil em operação de R$ 2 bi

Gestora de private equity ficará com 67% do capital da rede e Bloomin' Brands manterá os 33% restantes

Gestora ficará com 67% da operação brasileira; Bloomin' Brands manterá os 33% restantes (Outback/Divulgação)

Gestora ficará com 67% da operação brasileira; Bloomin' Brands manterá os 33% restantes (Outback/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 10h28.

Última atualização em 8 de novembro de 2024 às 10h28.

A Vinci Partners acaba de anunciar a compra do controle da Bloomin’ Brands, dona do Outback no Brasil, avaliando a companhia em R$ 2 bi, incluindo dívida e equity, conforme antecipado pelo INSIGHT.

Com a transação, a Vinci ficará com 67% da operação brasileira e a Bloomin’ manterá os 33% restantes.

Além das cerca de 170 lojas de Outback, a parceria envolve ainda as marcas Abraccio e Aussie Grill, que ainda são mais incipientes no país.

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“Estamos muito entusiasmados com a sociedade que estamos construindo com a Bloomin' Brands, especialmente pelo fato de que o Outback é uma marca icônica que faz parte da vida dos brasileiros há quase três décadas, com uma proposta de valor e atendimento ao cliente que dificilmente encontramos em outras operações no Brasil”, disse Carlos Eduardo Martins, co-chefe de Private Equity da Vinci, em nota.

Principal operação internacional da Bloomin’ Brands, o Outback Brasil tem um negócio bastante saudável, com R$ 2,5 bilhões de faturamento anual e uma margem EBITDA de cerca de 10%.

O valuation, portanto, foi de cerca de 7 vezes o EBITDA da rede de casual dining, que “cresce com as próprias pernas e praticamente não tem endividamento”, segundo uma fonte que conhece de perto o negócio.

O modelo é de lojas próprias, com sócios-operadores locais, que normalmente tem cerca de 5% dos empreendimentos.

As gestoras Advent e Mubadala, controladora da Zamp, dona do Burger King, chegaram a avaliar o ativo.

A Vinci já tem experiência no setor de alimentação no Brasil. Foi uma das grandes responsáveis pelo crescimento do Burger King no país ainda antes do IPO e mais multiplicou o capital investido na companhia até a saída completa no ano passado.

É ainda acionista da Domino’s, de pizzas, por aqui, e chegou a aventar inclusive uma fusão com o Burger King, em 2021, que acabou frustrada.

A entrada no Outback pode ser um ponta pé inicial de uma holding que reúne outras operações de casual dinning no país, de acordo com uma fonte próxima à gestora. A gestora é sócia ainda da rede Camarada Camarão.

A venda do controle do Outback no Brasil faz parte de uma agenda levada a cabo pela gestora ativista Starboard para destravar valor na Bloomin’ Brands, da qual tem 10% do capital.

O entendimento é que a empresa, hoje avaliada em US$ 1,3 bilhão na Nasdaq, não reflete corretamente a soma das partes.

A avaliação da gestora é que a operação brasileira é uma joia escondida e que merece um prêmio em relação aos negócios nos Estados Unidos, dado o perfil de crescimento nos últimos anos e a força da marca por aqui.

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