Fábrica da Embraer, em São José dos Campos: a brasileira vendeu à americana unidade de aviões comerciais regionais, ficando com jatos executivos e militares (Germano Lüders/Exame)
Graziella Valenti
Publicado em 24 de abril de 2020 às 15h30.
Última atualização em 24 de abril de 2020 às 18h57.
Os diretores da fabricante brasileira de aeronaves Embraer se reuniram nesta sexta-feira, 24, para discutir se a fusão da sua unidade de aviões comerciais regionais com a americana Boeing será concretizada.
Ambas as companhias não alcançaram condições precedentes para o fechamento da transação – anunciada em julho de 2018 – dentro do prazo previsto no contrato, que termina hoje. As duas partes têm o direito de desistir do negócio e já se alertaram sobre a situação. Quando se juntaram, as empresas avaliaram o negócio de jatos regionais da empresa brasileira em 4,75 bilhões de dólares.
O jornal britânico Financial Times publicou em seu site hoje, mais cedo, que a fusão está em perigo. Fontes confirmaram a informação à EXAME. Consultada, a Embraer não comentou o assunto.
A transação previa duas etapas. Em uma delas, a Boeing compraria 80% da operação de fabricação de jatos comerciais da Embraer. Na outra, as companhias formariam uma joint-venture para fabricação do avião de uso militar KC-390. Como parte do negócio, a empresa brasileira havia se comprometido a pagar 1,6 bilhão de reais em dividendos aos seus investidores.
As ações da Embraer caíram 10,7% na bolsa brasileira B3 hoje, levando o valor de mercado da Embraer, que estava em 12,6 bilhões de reais no fim de fevereiro, para 6,8 bilhões de reais.