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Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2010 às 11h33.
NOVA YORK (Reuters) - Ben Bernanke pode ter vencido a oposição a seu segundo mandato como chairman do Federal Reserve, mas não ficou livre de encontrar uma postura pouco amigável por parte dos parlamentares durante seu discurso ao Congresso previsto para quarta e quinta-feiras.
Com a economia saindo só agora da pior recessão desde a Grande Depressão, o Fed e Bernanke enfrentam críticas por não terem feito o suficiente para conter a crise. Ainda assim, Bernanke obteve no mês passado aprovação, por 70 votos a 30, a mais apertada da história do Senado, para um novo mandato.
"Talvez a parte mais interessante do testemunho será a forma como os comitês (do Congresso) tratarão o chairman, depois da hostilidade que eles recentemente demonstraram com o Fed e com o próprio Bernanke, especialmente durante a questão da confirmação (para o novo mandato)", disse Larry Meyer, ex-diretor do Fed que agora está na Macroeconomic Advisers.
De certa forma, já se conhece o testemunho desta quarta-feira. No começo do mês, o Fed divulgou os comentários preparados para uma participação de Bernanke no mesmo Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, mas o evento não aconteceu devido a uma nevasca.
Dado o nível de detalhamento fornecido naquele discurso e as diferenças internas no Fed sobre pontos importantes como a melhor sequência de retirada das medidas de estímulo, Bernanke deverá ser bastante pressionado para dar mais informações nessa parte.
"Eu não espero nada extremamente novo, dado que ele acabou de ser confirmado (para um novo mandato) e ele já deu um testemunho", disse Larry Kantor, diretor de pesquisa do Barclays Capital.
Em vez disso, Bernanke deverá tentar reforçar a visão de que o aumento na taxa de redesconto feito na semana passada foi um movimento técnico e não uma mudança na política.
Ele também poderá usar a oportunidade para defender o papel do banco central na supervisão financeira.
Bernanke também deve reiterar a ampla faixa de ferramentas que tem à disposição para retirar as medidas de estímulo.