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Ucrânia: um Davi entre dois Golias

Lições da Guerra na Ucrânia para jovens no mundo corporativo

(Bloomberg Creative/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2022 às 19h04.

A tragédia vivida pelo povo ucraniano invoca nossa solidariedade e nossas preces: esperamos que esse conflito tenha curta duração. Impossível não nos sensibilizarmos com o sofrimento de milhões de pessoas, que arcam com o ônus das decisões desastrosas de todos os envolvidos: invasor e invadido.

É honrosa a postura do presidente ucraniano durante o conflito, mas vale uma reflexão sobre decisões equivocadas e erros gigantes de avaliação, durante o processo que levou à invasão de seu país.

Acreditar que poderia flertar com a OTAN impunemente, mesmo depois da anexação da Crimeia, em 2014, foi um erro colossal de avaliação do presidente ucraniano.

Crer que a Rússia, de alma czarista, permitiria um enclave ocidental na Ucrânia, eliminando o buffer entre o território russo e o ocidente, revela falta de conhecimento histórico, leitura do perfil e das motivações econômicas de Putin.

E o que tem tudo isso a ver com o mundo corporativo? Muito, meu caro leitor. Especialmente se você se encontra no meio do fogo cruzado entre dois poderosos executivos, ou departamentos, ou se tenta, na busca de maximizar seus ganhos, jogar com duas partes mais fortes que você.

Meu pai sempre dizia que meninos pequenos brincando com meninos grandes deveriam ter muito cuidado; aliás, se pudessem, deveriam evitar brincar com eles. Zalensky jogou com a OTAN e a Rússia durante muito tempo, desconsiderando o poder do gorila de 800kg postado em sua fronteira.

Se você, meu caro leitor, está no meio de um conflito entre gigantes e não sabe exatamente quem é a marionete, provavelmente é você. Lição número um.

Se cutuca um gigante na expectativa de ser defendido pelo adversário dele, considere que a ajuda pode demorar a chegar, ou pode nunca vir, e caberá a você arcar com a ira do gigante cutucado enquanto espera.

O mais fraco sempre tem a torcida e a solidariedade do público, mas o ônus é por ele arcado. Assim ocorre com a Ucrânia enquanto espera a ajuda da OTAN, que virá a conta-gotas e na velocidade que não impedirá os danos vividos pelo seu povo.

Posts humanitários e gritos de apoio nas redes sociais têm efeito limitado, enquanto bombas caem em Kiev e pessoas morrem em combates.

Lição número dois: no final das contas, se você é o Davi, não adianta muito a solidariedade do público, enquanto aguenta o peso das represálias do Golias que cutucou.

Lição número três: tentar o equilíbrio entre duas partes poderosas é algo que até pode ser feito, desde que:

A - Sua posição de neutralidade não afete interesses significativos de uma das partes;

B - A pseudo neutralidade ocorra por um curto espaço de tempo, principalmente se seu objetivo é escolher um lado e ficar definitivamente com ele;

Tentar esse jogo por tempo prolongado é perigoso e a história mostra que muitos poucos conseguem ser uma Suíça impunemente.

Aprender com a história e a experiência alheia é sempre mais eficiente e menos custoso. Pense nisso antes de encarar o jogo com dois Golias.

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A tragédia vivida pelo povo ucraniano invoca nossa solidariedade e nossas preces: esperamos que esse conflito tenha curta duração. Impossível não nos sensibilizarmos com o sofrimento de milhões de pessoas, que arcam com o ônus das decisões desastrosas de todos os envolvidos: invasor e invadido.

É honrosa a postura do presidente ucraniano durante o conflito, mas vale uma reflexão sobre decisões equivocadas e erros gigantes de avaliação, durante o processo que levou à invasão de seu país.

Acreditar que poderia flertar com a OTAN impunemente, mesmo depois da anexação da Crimeia, em 2014, foi um erro colossal de avaliação do presidente ucraniano.

Crer que a Rússia, de alma czarista, permitiria um enclave ocidental na Ucrânia, eliminando o buffer entre o território russo e o ocidente, revela falta de conhecimento histórico, leitura do perfil e das motivações econômicas de Putin.

E o que tem tudo isso a ver com o mundo corporativo? Muito, meu caro leitor. Especialmente se você se encontra no meio do fogo cruzado entre dois poderosos executivos, ou departamentos, ou se tenta, na busca de maximizar seus ganhos, jogar com duas partes mais fortes que você.

Meu pai sempre dizia que meninos pequenos brincando com meninos grandes deveriam ter muito cuidado; aliás, se pudessem, deveriam evitar brincar com eles. Zalensky jogou com a OTAN e a Rússia durante muito tempo, desconsiderando o poder do gorila de 800kg postado em sua fronteira.

Se você, meu caro leitor, está no meio de um conflito entre gigantes e não sabe exatamente quem é a marionete, provavelmente é você. Lição número um.

Se cutuca um gigante na expectativa de ser defendido pelo adversário dele, considere que a ajuda pode demorar a chegar, ou pode nunca vir, e caberá a você arcar com a ira do gigante cutucado enquanto espera.

O mais fraco sempre tem a torcida e a solidariedade do público, mas o ônus é por ele arcado. Assim ocorre com a Ucrânia enquanto espera a ajuda da OTAN, que virá a conta-gotas e na velocidade que não impedirá os danos vividos pelo seu povo.

Posts humanitários e gritos de apoio nas redes sociais têm efeito limitado, enquanto bombas caem em Kiev e pessoas morrem em combates.

Lição número dois: no final das contas, se você é o Davi, não adianta muito a solidariedade do público, enquanto aguenta o peso das represálias do Golias que cutucou.

Lição número três: tentar o equilíbrio entre duas partes poderosas é algo que até pode ser feito, desde que:

A - Sua posição de neutralidade não afete interesses significativos de uma das partes;

B - A pseudo neutralidade ocorra por um curto espaço de tempo, principalmente se seu objetivo é escolher um lado e ficar definitivamente com ele;

Tentar esse jogo por tempo prolongado é perigoso e a história mostra que muitos poucos conseguem ser uma Suíça impunemente.

Aprender com a história e a experiência alheia é sempre mais eficiente e menos custoso. Pense nisso antes de encarar o jogo com dois Golias.

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