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Joice Berth: “As cidades são espelhos das desigualdades”

Yasmine Sterea e Joice Berth conversam sobre as formas de expressão do feminismo e as possibilidades de diálogos em diversas esferas sociais

A arquiteta, urbanista e autora, Joice Beth e Yasmine McDougall Sterea, CEO do Free Free e colunista da Exame. (Divulgação/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 12h54.

Última atualização em 11 de agosto de 2021 às 15h12.

Com Joice Berth, arquiteta e urbanista e autora do livro O Que é Empoderamento, o tema desta edição do Nosso Olhar são as formas de expressão do feminismo, as possibilidades de diálogos em diversas esferas sociais e os papéis das cidades na equidade de gênero.

Berth comenta sobre o despertar de seu entendimento sobre o feminismo, ainda na infância e dentro de casa. “Sempre tive muito contato com as mulheres. Minha mãe, durante um bom período, trabalhou como trancista em casa e muitas mulheres passavam por lá, então eu ouvia muitas histórias. Desde cedo eu tive a percepção de que existia um mundo diferente entre homens e mulheres, pelos próprios casos que eu via dentro e fora da minha família.

A arquiteta traz o tema para o lado profissional, desde o início de seus estudos universitários. “Como arquiteta eu me lembro que eu não estudei nada referente às mulheres na faculdade. Me lembro que a Lélia Gonzalez foi uma autora que me despertou para isso. Ela diz que se você não levar o seu ativismo para dentro da sua profissão, está fazendo alguma coisa errada. Então, essas ocorrências da vida foram me direcionando para esse caminho”, conta.

A conversa segue sobre a segurança das cidades e a importância do urbanismo para uma melhor qualidade de vida às mulheres.

“Em conversas, eu inicio perguntando ‘a cidade que tem gênero?’ E todo mundo fala que não, a cidade é um espaço livre que a gente pode transitar por todos os cantos. Mas não é bem assim, a percepção das pessoas com relação aos espaços da cidade precisam ser provocadas. A gente sabe que existe questões relacionadas ao assédio sexual nas ruas, no transporte público, mas isso é só uma a pontinha do iceberg que tá imerso em muitos outros problemas”, comenta Berth.

Para ela, a função dos arquitetos é fazer a ponte entre a sociedade e os profissionais da área. “Existe um limite da atuação do profissional de arquitetura e urbanismo, né? A gente não tem como dar conta de tudo, mas eu penso que se a gente conseguir efetivar o diálogo da sociedade com o profissional, a gente vai ganhar muito, né? E sobretudo se as mulheres estiverem tendo a as facilitadoras desse diálogo”.

As entrevistas do canal estão disponíveis na página do YouTube da Exame, com vídeos novos às quartas-feiras.

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Berth comenta sobre o despertar de seu entendimento sobre o feminismo, ainda na infância e dentro de casa. “Sempre tive muito contato com as mulheres. Minha mãe, durante um bom período, trabalhou como trancista em casa e muitas mulheres passavam por lá, então eu ouvia muitas histórias. Desde cedo eu tive a percepção de que existia um mundo diferente entre homens e mulheres, pelos próprios casos que eu via dentro e fora da minha família.

A arquiteta traz o tema para o lado profissional, desde o início de seus estudos universitários. “Como arquiteta eu me lembro que eu não estudei nada referente às mulheres na faculdade. Me lembro que a Lélia Gonzalez foi uma autora que me despertou para isso. Ela diz que se você não levar o seu ativismo para dentro da sua profissão, está fazendo alguma coisa errada. Então, essas ocorrências da vida foram me direcionando para esse caminho”, conta.

A conversa segue sobre a segurança das cidades e a importância do urbanismo para uma melhor qualidade de vida às mulheres.

“Em conversas, eu inicio perguntando ‘a cidade que tem gênero?’ E todo mundo fala que não, a cidade é um espaço livre que a gente pode transitar por todos os cantos. Mas não é bem assim, a percepção das pessoas com relação aos espaços da cidade precisam ser provocadas. A gente sabe que existe questões relacionadas ao assédio sexual nas ruas, no transporte público, mas isso é só uma a pontinha do iceberg que tá imerso em muitos outros problemas”, comenta Berth.

Para ela, a função dos arquitetos é fazer a ponte entre a sociedade e os profissionais da área. “Existe um limite da atuação do profissional de arquitetura e urbanismo, né? A gente não tem como dar conta de tudo, mas eu penso que se a gente conseguir efetivar o diálogo da sociedade com o profissional, a gente vai ganhar muito, né? E sobretudo se as mulheres estiverem tendo a as facilitadoras desse diálogo”.

As entrevistas do canal estão disponíveis na página do YouTube da Exame, com vídeos novos às quartas-feiras.

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