Criptomoedas, CBDCs e NFTs: a evolução do mercado de ativos digitais
As criptomoedas foram os primeiros ativos digitais utilizando a tecnologia blockchain a serem adotados em massa, mas há muito mais nesse mercado
Mariana Maria Silva
Publicado em 29 de novembro de 2021 às 16h13.
Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 17h04.
O ecossistema de ativos digitais é baseado na tecnologia blockchain, tecnologia essa baseada na descentralização e capaz de oferecer produtos e serviços mais ágeis, acessíveis e seguros do que tecnologias centralizadas. Ao longo dos anos, desenvolvedores vêm elaborando novas formas de utilizar esse tipo de tecnologia DLT ( Decentralized Ledger Technology ), abrangendo diversos setores econômicos e consequentemente, criando novos produtos financeiros.
Atualmente, o mercado de ativos digitais inclui principalmente criptomoedas, stablecoins, moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e tokens não-fungíveis ( NFTs ). Juntos, estes ativos já atingiram mais de US$ 3 trilhões de capitalização de mercado, e aproximadamente US$ 125 bilhões em transações diárias entre mais de 200 milhões de pessoas.
As criptomoedas foram os primeiros ativos digitais utilizando a tecnologia blockchain a serem adotados em massa. Já o bitcoin, foi primeira moeda digital de sucesso e hoje é líder de mercado. No momento, o bitcoin possui uma definição mais abrangente do que tinha em sua origem. Atualmente, a criptomoeda além de facilitar pagamentos peer-to-peer sem a presença de intermediários, é definido como uma reserva de valor, tornando-se um ativo de proteção contra a inflação em muitos portfólios institucionais.
Essa nova definição do bitcoin, tem estimulado a entrada de investidores institucionais no mercado digital, e impulsionado a criação de legislações específicas para ativos digitais, o que resulta na valorização da moeda e maior segurança e confiança no mercado cripto.
O ether, a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado e moeda transacional do blockchain Ethereum, viabiliza a substituição de documentos físicos por contratos inteligentes, capazes de executar automaticamente cláusulas preestabelecidas. A plataforma Ethereum está sendo atualizada para a versão 2.0, a fim de aumentar sua funcionalidade e escalabilidade, além de reduzir sua pegada de carbono em mais de mil vezes, devido a redução de energia necessária para operar a sua rede de computadores - EVM ( Ethereum Virtual Machine ).
Devido a adoção em massa destes ativos digitais, a tecnologia blockchain vem disruptando os setores financeiros tradicionais. Contudo, para acompanhar essa transformação, muitos governos, empresas, instituições financeiras e ONGs têm adentrado o ecossistema cripto para participar e consequentemente oferecer uma diversidade maior de ativos digitais.
O Paypal, uma das empresas do mercado financeiro que tem investido fortemente no ambiente digital, informou que 50% dos seus 370 milhões de consumidores já possuem ativos digitais. A Coinbase, maior exchange de criptomoedas norte-americana e empresa de capital aberto, está oferecendo diversos serviços e produtos relacionados a ativos digitais para mais de 68 milhões de usuários, 9.000 instituições e 160.000 parceiros em mais de 100 países. Essa oferta de ativos digitais levou a empresa a gerar aproximadamente US$ 193 bilhões em volume de transações diárias.
Diante destes dados, os bancos tradicionais também estão se interessando e procurando oferecer aos seus clientes produtos e serviços relacionados aos ativos digitais.
Os bancos americanos JPMorgan e BNY Mellon deram os primeiros passos em direção a descentralização. O JPMorgan, se tornou pioneiro ao realizar pagamentos instantâneos utilizando a tecnologia blockchain, e o BNY Mellon está desenvolvendo uma plataforma de administração e custódia institucional para múltiplos ativos digitais.
As stablecoins, outra categoria de criptomoedas, também tem sido rapidamente adotadas por investidores, atingindo mais de US$ 2,8 trilhões em volume de transações, apenas no primeiro semestre de 2021. Isto tem incomodado o mercado tradicional, pois as stablecoins são conceitualmente lastreadas por moedas fiduciárias (ex: dólares, euros) ou títulos do tesouro, impactando a capacidade dos bancos centrais de realizar sua habitual política monetária e desintermediando o acesso das massas a moedas como o dólar.
Stablecoins lastreadas em dólares norte-americanos têm alcançado recordes de capitalização de mercado próximos de 1.000% nos últimos 12 meses, o que se pressupõe um avanço ainda maior para o próximo ano. A capitalização de mercado deste ativo digital era inferior a 2% do total no início de 2020, já no início deste mês, criptodólares chegaram a aproximadamente 5% do total de criptoativos transacionados. Acreditamos que essa tendência se deve muito as possíveis legislações norte-americanas que facilitaram a adoção de stablecoins por bancos e a extrema liquidez de criptodólares, além da proliferação de produtos de renda fixa atrelados as stablecoins.
A entrada de stablecoins no mercado digital tem forçado governos e instituições financeiras a se posicionarem em relação ao mercado cripto, o que também tem resultado na criação de CBDCs. Países como a China têm avançado na criação de sua própria CBDC, a medida que percebem a redução do uso do papel-moeda e o aumento na adesão de ativos digitais. A tendência é que CBDCs facilitem novas politicas monetárias governamentais e auxiliem no controle de uma possível inflação pós-COVID.
Mas, o que realmente tem chamado a atenção nos últimos tempos, são os tokens não-fungíveis (NFTs). O mercado de NFTs tem crescido consideravelmente, atraindo mais de 200 mil participantes com vendas em torno de US$ 3 bilhões só em agosto de 2021. Baseados em contratos inteligentes, os NFTs permitem ao criador da obra artística digital (ex: música, arte, filmes, etc.) a receber royalties sempre que o NFT é vendido e revendido. E, uma vez registradas no blockchain, as obras digitais se tornam únicas e exclusivas.
Apesar do rápido crescimento e da valorização de mercado, os ativos digitais ainda estão em seus primórdios. Entretanto, estima-se que em torno de 221 milhões de pessoas já utilizaram a tecnologia blockchain, demonstrando a grande adesão e a futura expansão do ecossistema.
Essa evolução tem impulsionado a indústria a aprimorar seus processos e governos a avançarem na regulamentação da indústria, o que possibilita a entrada de novos participantes. A digitalização de ativos em geral é uma tendência que veio para ficar porém entender os riscos associado a esses ativos, bem como seus benefícios, pode ser a chave para extrair lucro deste mercado.
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O ecossistema de ativos digitais é baseado na tecnologia blockchain, tecnologia essa baseada na descentralização e capaz de oferecer produtos e serviços mais ágeis, acessíveis e seguros do que tecnologias centralizadas. Ao longo dos anos, desenvolvedores vêm elaborando novas formas de utilizar esse tipo de tecnologia DLT ( Decentralized Ledger Technology ), abrangendo diversos setores econômicos e consequentemente, criando novos produtos financeiros.
Atualmente, o mercado de ativos digitais inclui principalmente criptomoedas, stablecoins, moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e tokens não-fungíveis ( NFTs ). Juntos, estes ativos já atingiram mais de US$ 3 trilhões de capitalização de mercado, e aproximadamente US$ 125 bilhões em transações diárias entre mais de 200 milhões de pessoas.
As criptomoedas foram os primeiros ativos digitais utilizando a tecnologia blockchain a serem adotados em massa. Já o bitcoin, foi primeira moeda digital de sucesso e hoje é líder de mercado. No momento, o bitcoin possui uma definição mais abrangente do que tinha em sua origem. Atualmente, a criptomoeda além de facilitar pagamentos peer-to-peer sem a presença de intermediários, é definido como uma reserva de valor, tornando-se um ativo de proteção contra a inflação em muitos portfólios institucionais.
Essa nova definição do bitcoin, tem estimulado a entrada de investidores institucionais no mercado digital, e impulsionado a criação de legislações específicas para ativos digitais, o que resulta na valorização da moeda e maior segurança e confiança no mercado cripto.
O ether, a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado e moeda transacional do blockchain Ethereum, viabiliza a substituição de documentos físicos por contratos inteligentes, capazes de executar automaticamente cláusulas preestabelecidas. A plataforma Ethereum está sendo atualizada para a versão 2.0, a fim de aumentar sua funcionalidade e escalabilidade, além de reduzir sua pegada de carbono em mais de mil vezes, devido a redução de energia necessária para operar a sua rede de computadores - EVM ( Ethereum Virtual Machine ).
Devido a adoção em massa destes ativos digitais, a tecnologia blockchain vem disruptando os setores financeiros tradicionais. Contudo, para acompanhar essa transformação, muitos governos, empresas, instituições financeiras e ONGs têm adentrado o ecossistema cripto para participar e consequentemente oferecer uma diversidade maior de ativos digitais.
O Paypal, uma das empresas do mercado financeiro que tem investido fortemente no ambiente digital, informou que 50% dos seus 370 milhões de consumidores já possuem ativos digitais. A Coinbase, maior exchange de criptomoedas norte-americana e empresa de capital aberto, está oferecendo diversos serviços e produtos relacionados a ativos digitais para mais de 68 milhões de usuários, 9.000 instituições e 160.000 parceiros em mais de 100 países. Essa oferta de ativos digitais levou a empresa a gerar aproximadamente US$ 193 bilhões em volume de transações diárias.
Diante destes dados, os bancos tradicionais também estão se interessando e procurando oferecer aos seus clientes produtos e serviços relacionados aos ativos digitais.
Os bancos americanos JPMorgan e BNY Mellon deram os primeiros passos em direção a descentralização. O JPMorgan, se tornou pioneiro ao realizar pagamentos instantâneos utilizando a tecnologia blockchain, e o BNY Mellon está desenvolvendo uma plataforma de administração e custódia institucional para múltiplos ativos digitais.
As stablecoins, outra categoria de criptomoedas, também tem sido rapidamente adotadas por investidores, atingindo mais de US$ 2,8 trilhões em volume de transações, apenas no primeiro semestre de 2021. Isto tem incomodado o mercado tradicional, pois as stablecoins são conceitualmente lastreadas por moedas fiduciárias (ex: dólares, euros) ou títulos do tesouro, impactando a capacidade dos bancos centrais de realizar sua habitual política monetária e desintermediando o acesso das massas a moedas como o dólar.
Stablecoins lastreadas em dólares norte-americanos têm alcançado recordes de capitalização de mercado próximos de 1.000% nos últimos 12 meses, o que se pressupõe um avanço ainda maior para o próximo ano. A capitalização de mercado deste ativo digital era inferior a 2% do total no início de 2020, já no início deste mês, criptodólares chegaram a aproximadamente 5% do total de criptoativos transacionados. Acreditamos que essa tendência se deve muito as possíveis legislações norte-americanas que facilitaram a adoção de stablecoins por bancos e a extrema liquidez de criptodólares, além da proliferação de produtos de renda fixa atrelados as stablecoins.
A entrada de stablecoins no mercado digital tem forçado governos e instituições financeiras a se posicionarem em relação ao mercado cripto, o que também tem resultado na criação de CBDCs. Países como a China têm avançado na criação de sua própria CBDC, a medida que percebem a redução do uso do papel-moeda e o aumento na adesão de ativos digitais. A tendência é que CBDCs facilitem novas politicas monetárias governamentais e auxiliem no controle de uma possível inflação pós-COVID.
Mas, o que realmente tem chamado a atenção nos últimos tempos, são os tokens não-fungíveis (NFTs). O mercado de NFTs tem crescido consideravelmente, atraindo mais de 200 mil participantes com vendas em torno de US$ 3 bilhões só em agosto de 2021. Baseados em contratos inteligentes, os NFTs permitem ao criador da obra artística digital (ex: música, arte, filmes, etc.) a receber royalties sempre que o NFT é vendido e revendido. E, uma vez registradas no blockchain, as obras digitais se tornam únicas e exclusivas.
Apesar do rápido crescimento e da valorização de mercado, os ativos digitais ainda estão em seus primórdios. Entretanto, estima-se que em torno de 221 milhões de pessoas já utilizaram a tecnologia blockchain, demonstrando a grande adesão e a futura expansão do ecossistema.
Essa evolução tem impulsionado a indústria a aprimorar seus processos e governos a avançarem na regulamentação da indústria, o que possibilita a entrada de novos participantes. A digitalização de ativos em geral é uma tendência que veio para ficar porém entender os riscos associado a esses ativos, bem como seus benefícios, pode ser a chave para extrair lucro deste mercado.
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