Carreira

Volta do home office? Amazon adia presencial por falta de espaço nos escritórios

Política já anunciada pela empresa exigirá trabalho presencial cinco dias por semana, mas atrasos podem ir até maio

Funcionários da Amazon trabalham em escritórios corporativos enquanto a empresa ajusta prazos para implementação do retorno presencial em 2025. (picture alliance/Getty Images)

Funcionários da Amazon trabalham em escritórios corporativos enquanto a empresa ajusta prazos para implementação do retorno presencial em 2025. (picture alliance/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 07h02.

A Amazon anunciou o adiamento da implementação total de sua política de retorno ao presencial (RTO, em inglês) para alguns funcionários devido a problemas de capacidade em seus escritórios. A medida, que exige trabalho presencial cinco dias por semana a partir de 2 de janeiro de 2025, enfrentará atrasos em locais onde a infraestrutura ainda não está pronta, com prorrogações que podem se estender até maio do próximo ano.

A informação, revelada pela Business Insider, mostra que os escritórios em cidades como Atlanta, Houston, Nashville e Nova York estão entre os mais afetados. Segundo um porta-voz da Amazon, a maioria dos espaços estará preparada até a data inicialmente prevista, mas algumas localidades enfrentarão ajustes no cronograma.

Antecedentes da política de RTO da Amazon

Em setembro de 2024, a Amazon determinou que todos os funcionários deveriam retornar ao trabalho presencial cinco dias por semana, começando em janeiro deste ano. O CEO Andy Jassy, em um memorando direcionado aos colaboradores, destacou que a decisão tinha como objetivo “fortalecer ainda mais a cultura da empresa e suas equipes”, argumentando que o trabalho presencial melhora a colaboração e traz outros benefícios organizacionais.

No entanto, a nova política gerou resistência entre funcionários, que defendem a flexibilidade do trabalho remoto como um diferencial importante para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essa medida também representa uma abordagem mais rígida em comparação a algumas empresas concorrentes, que adotaram modelos híbridos com menos dias no escritório.

A situação atual reflete um problema recorrente na Amazon. Quando, em 2023, a companhia ordenou o retorno presencial de três dias por semana, vários escritórios não estavam prontos para acomodar a quantidade de funcionários. Isso gerou atrasos e descontentamento entre os colaboradores na época.

Ajustes temporários até o retorno ao escritório

Em comunicados internos, a equipe de imóveis corporativos da Amazon informou que os funcionários afetados devem continuar seguindo as orientações de trabalho atuais até que os novos espaços estejam prontos. Isso inclui aqueles que ainda não têm estações de trabalho designadas nos locais de atuação.

"Para a vasta maioria dos funcionários, os espaços designados estarão disponíveis até 2 de janeiro de 2025", dizia o comunicado oficial da Amazon. "Se o seu espaço ainda não estiver pronto nessa data, ainda esperamos que todos comecem a trabalhar totalmente no escritório até essa data."

Porém, com as limitações de infraestrutura identificadas em cidades estratégicas, prazos foram ajustados, e algumas equipes poderão adiar a transição completa para o trabalho presencial até maio de 2025.

Impacto nos funcionários e na cultura organizacional

O anúncio de atrasos traz um breve alívio para os colaboradores afetados, mas também levanta questões sobre o impacto da política de RTO na satisfação e retenção dos funcionários. Muitas empresas ao redor do mundo têm adotado abordagens mais flexíveis, como semanas híbridas, para acomodar as novas realidades do mercado de trabalho pós-pandemia.

Enquanto isso, a Amazon permanece firme em seu compromisso com a presença física no escritório como parte de sua estratégia para fortalecer sua cultura organizacional. O discurso interno enfatiza a necessidade de colaboração presencial como uma forma de inovação e desempenho, uma perspectiva defendida por líderes de grandes empresas globais.

No entanto, a falta de infraestrutura adequada pode minar a eficácia dessa política e gerar críticas tanto entre funcionários quanto entre observadores do setor. A capacidade de adaptação e a entrega dos novos espaços serão fatores essenciais para a implementação bem-sucedida da medida.

Caminho à frente

Com os atrasos, a Amazon enfrentará um período de transição delicada nos próximos meses. A companhia precisará equilibrar as expectativas de retorno presencial com os desafios logísticos e de infraestrutura que persistem em suas principais localidades. Além disso, o resultado dessa implementação poderá influenciar as decisões de outras grandes empresas em relação ao trabalho presencial no futuro.

Enquanto isso, os colaboradores afetados poderão continuar com suas rotinas de trabalho atuais até que os novos espaços estejam preparados. A situação reflete não apenas os desafios internos da Amazon, mas também as complexidades enfrentadas por empresas globais que buscam retornar aos moldes tradicionais de trabalho em um cenário ainda marcado pela preferência crescente por modelos híbridos e remotos.

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