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Você sabe a diferença entre "afora" e "a fora"? Professor explica

Estória ou história? Em sua coluna, o professor de português tira dúvidas sobre confusões comuns no uso da Língua

 (Deagreez/Getty Images)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 15h34.

Você conhece a diferença entre as expressões "afora" e "a fora"? Afora pode ser classificada morfologicamente como advérbio ou como preposição. Como advérbio:

"Apresentou-se Brasil afora e sumiu depois."

Nesse caso o termo tem o sentido de "por toda a extensão". Como preposição, o sentido será como "com exceção de" ou "além de":

"Afora esse termo, temos a mesma ideologia."

"Afora ser o tópico mais complexo, Sintaxe demanda muita prática."

Fora é o oposto de "dentro", certo? Por isso, usar "a fora" tem uma relação direta com "de dentro para fora", "de dentro a fora".

Em nossa Língua Portuguesa, aqui no Brasil, há uma expressão bem conhecida: de fora a fora.

"Estendeu uma cerca nos limites da propriedade, de fora a fora."

CÂMARA e CÂMERA

Neste momento, você pensa: ninguém erra essa diferença. Na fala, na hora da pronúncia, há ainda muita confusão (até mesmo porque existe semelhança quanto aos sons).

Câmara, no seu uso mais comum, representa local, aposento, recinto. Exemplo clássico: Câmara dos Deputados.

Câmera designa o aparelho fotográfico ou de vídeo.

Em nossos registros oficiais, como nos dicionários, "câmara" pode também representar o utensílio fotográfico, cinematográfico, de vídeo, sem a devida recomendação de uso.

ESTÓRIA E HISTÓRIA

A grafia “estória” é forma arcaica da própria Língua Portuguesa. Na época medieval, “estória” existiu ao lado de “istória”, quando ainda não havia grafia uniformizada para os nossos vocábulos – com invenções distintivas de significado. Houve ainda a forma intermediária “hestoria”.

Em 1919, o gramático João Ribeiro admitia o emprego de “estória” – ao lado de “história”.

Em 1943, com a vigência do nosso sistema gráfico, a Academia Brasileira de Letras eliminou tal distinção gráfica, recomendando o uso de “história” em qualquer situação: realidade ou ficção.

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DIOGO ARRAIS
http://www.ARRAISCURSOS.com.br
YouTube: MesmaLíngua
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS

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