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Você deve ter esta característica se quiser emprego na AB InBev

À frente da maior fabricante de cervejas do mundo, o brasileiro Carlos Brito busca candidatos que tenham a mesma mentalidade que guiou sua trajetória

Copo de cerveja da Stella Artois, da Anheuser- Busch InBev (Jock Fistick/Bloomberg/Bloomberg)

Copo de cerveja da Stella Artois, da Anheuser- Busch InBev (Jock Fistick/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 14h00.

Última atualização em 6 de outubro de 2017 às 14h00.

Conhecido por sua incansável disposição e considerado um dos melhores líderes empresariais do mundo, o brasileiro Carlos Brito é CEO da AB InBev desde 2005. 

Em 2016, o grupo que ele lidera – e que já era dono de marcas como Budweiser, Corona, Stella Artois, Leffe, Skol, Brahma, Original e Antarctica – concluiu a compra da cervejaria anglo-sul africana SABMiller. 

Foi uma operação cheia de superlativos: trata-se da terceira maior aquisição da história e a maior da Inglaterra, que custou mais de US$ 100 bilhões. Hoje, a AB InBev é a maior fabricante global de cervejas.

A compra trouxe para o portfólio a segunda maior companhia de bebidas do mundo, atrás apenas da própria AB InBev. Após a ampliação, a empresa também se tornou a quinta maior fabricante de bens de consumo do planeta em termos de faturamento. 

Embora os números chamem atenção, a operação representa apenas mais um passo em uma longa série de fusões e aquisições bilionárias realizadas pelo grupo. Ações ousadas como essas colocaram os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, principais nomes por trás do fundo 3G Capital, segundo maior acionista da AB InBev, no mapa do capitalismo mundial.

Como líder executivo, Carlos Brito esteve profundamente envolvido em todos passos do crescimento exponencial do grupo. “Se nós estamos animados, aprendendo, progredindo e desenvolvendo coisas, isso se reflete na empresa”, explicou. “Não é a empresa ou nós: nós somos a empresa.”

Os valores por trás do sucesso

Em uma lista elaborada pela Harvard Business Review em 2015, Carlos Brito aparece como o 16º melhor líder de empresas do mundo.

Grande parte desse reconhecimento é devido à sua gestão eficiente e obsessão por resultados. Segundo o próprio executivo, seu estilo é baseado em três valores fundamentais: sonho grande, pessoas e cultura.

Trata-se de colocar em prática e difundir os princípios forjados pelos fundadores do Garantia, que funcionam tanto no setor privado quanto no terceiro setor, como comprova a Fundação Estudar, que teve sua história contada no livro Cultura de Excelência.

O sonho grande da AB InBev, segundo Brito, é mirar em um grande objetivo a ser conquistado no longo prazo. Para o empresário, este objetivo é torná-la a maior empresa de bebidas do mundo. 

Como pessoas são fundamentais para fazer um negócio crescer com qualidade, ele afirma que é importante que tenham como objetivo fazer carreira dentro da empresa, como ele mesmo fez, e evitar o perfil de executivos profissionais que pulam de negócio em negócio a cada dois ou três anos.

Para descobrir esses talentos, Brito acompanha de perto seu quadro de funcionários – e não só quando se trata de altos executivos.

Segundo Jorge Paulo Lemann, ele é “extremamente ligado, sabe de cor a lista dos high potentials [grandes potenciais] da empresa, tem uma ideia de quem são os trainees bons, onde estão e como estão evoluindo.”

Em sintonia com a cultura

A cultura corporativa, por sua vez, é responsável por unir os dois fatores anteriores. Carlos Brito considera fundamental colocar as pessoas certas em sintonia com o sonho da empresa e estimular a visão de dono em todos os seus colaboradores.

É por isso que os executivos não recebem carros ou viagens de primeira classe como benefícios: o dinheiro da empresa é tratado como o dinheiro de todos e os colaboradores sempre descobrem melhores formas de poupá-lo.

No fim, estar em harmonia e confortável com onde se trabalha, compartilhar um grande objetivo e trabalhar em conjunto para atingi-lo faz parte da receita de Brito para encontrar satisfação profissional.

“A vida é muito curta para trabalhar em uma empresa chata”, afirmou. “Já que vivemos só uma vez, por que não usar esse ambiente para desenvolver algo que vai te orgulhar no futuro?”

A trajetória de Carlos Brito

Um dos pontos de virada na carreira do empresário foi ser aceito em um MBA da Stanford University, nos EUA. Na época trabalhando na Shell e sem dinheiro para pagar as altas taxas do curso, pediu ajuda para Jorge Paulo Lemann, então banqueiro à frente do Banco Garantia.

Ele aceitou pagar a pós-graduação com uma condição: que Brito fizesse o mesmo por outro estudante no futuro. Assim surgiu a Fundação Estudar, organização fundada pelo Lemann, Sicupira e Telles e que hoje oferece bolsas de estudos para os brasileiros mais talentosos do país, conhecidos como Líderes Estudar.

Desde então, a carreira de Carlos Brito nunca mais parou.

Em 1999, recém-chegado do MBA, mal havia começado a trabalhar no Garantia quando o banco adquiriu a cervejaria Brahma. Marcel Telles, um dos principais sócios, ficou encarregado da companhia e levou Brito como parte do time que iria implementar um choque de gestão na nova empresa.

Em 2000, compraram a sua maior rival no Brasil, a Antártica e formaram a Ambev, hoje maior empresa da América Latina em valor de mercado. Em 2004, Brito assumiu como CEO. No mesmo ano, a Ambev trocou ações com a cervejaria belga Interbrew, fabricante de marcas como Stella Artois, formando a InBev. Na nova companhia, Brito foi nomeado presidente para a América do Norte e, um ano mais tarde, CEO.  

Já como executivo-chefe da InBev, Carlos Brito negociou a compra da gigante americana Anheuser-Busch, cervejaria responsável pela Budweiser, criando a AB InBev.

Em 2015, em mais um grande movimento no mercado, a equipe de Brito deu início à compra da cervejaria britânica SABMiller, até então sua maior concorrente. Essa nova aquisição, que levou cerca de um ano para ser concluída, garante à AB InBev o controle de um terço do mercado mundial de cerveja e vendas anuais acima de US$ 50 bilhões.

* Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar

 

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