Carreira

‘Vivi muitos anos correndo, mas fiz um ajuste de rota’, diz executiva que virou conselheira

Após 20 anos como executiva, Roberta redesenhou a carreira com apoio dos programas da Saint Paul — e hoje busca oportunidades onde pode gerar mais valor

Roberta Farina: do marketing à mentoria, agora ela impulsiona negócios com propósito (Arquivo Pessoal)

Roberta Farina: do marketing à mentoria, agora ela impulsiona negócios com propósito (Arquivo Pessoal)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 25 de junho de 2025 às 08h00.

Durante mais de 20 anos, Roberta Farina foi movida pelo “desafio de resolver problemas reais para consumidores reais” – como ela mesmo define. Criar marcas fortes, tocar negócios bilionários e desenvolver soluções de impacto era a sua rotina. “Minha vida era trabalhar com marketing, pessoas e negócios”, resume. Mas, um dia, uma nova pergunta se impôs: e agora, o que mais eu quero construir? 

Uma inquietação que não surgiu de uma crise, mas de um desejo por ampliar visões, papéis e possibilidades. “Percebi que a minha experiência poderia ser usada de forma mais transversal, colaborando com empresas diferentes”, revela. 

Nascia ali o desejo de uma transição. Roberta saiu da posição de executiva e passou a atuar como conselheira da Brasilata, uma das maiores empresas do setor de embalagens metálicas da América Latina. Além disso, é mentora do programa Winning Women, da EY, líder global em auditoria, impostos, transações e consultoria. “Eu direciono minha energia e empolgação de uma forma diferente”, define.

O começo de tudo

Uma trajetória que ganhou novos contornos há pouco tempo, mas que começou lá atrás, na infância. “Desde pequena, eu brincava de vender coisas. Sempre gostei desse universo de negócios”, conta a executiva. 

O desejo era tanto que, aos 19 anos, já estava no mercado.  Descobriu o marketing por acaso (após um estágio na área), mas se apaixonou à primeira vista – e fez disso a sua carreira. 

Durante duas décadas, Roberta construiu uma carreira sólida em multinacionais como Nestlé, Bacardi, Merck e P&G. Chegou a liderar um time inteiro em um negócio multimilionário e projetos em toda a América Latina. Passou por posições especialistas e estratégicas, locais e regionais. Fez inovação, posicionamento, execução. Viu de perto o que faz uma marca ser relevante.

Mas, com a maternidade aos 40 anos, a vontade de viver de outro modo também apareceu – e foi o empurrão para Roberta repensar sua carreira.

"Sentia que precisava ter mais flexibilidade de agenda para estar mais próxima da criação dos meus filhos ainda pequenos"Roberta Farina, conselheira da Brasilata e mentora do Winning Women, da EY

A decisão também veio da vontade de se aprofundar em temas que Roberta considera fundamentais para a empregabilidade futura. “Essa flexibilidade permite unir-me a uma rede ampliada de talentos e negócios, aumentando as possibilidades de gerar impacto em projetos relevantes”, conta.

Quando a mudança abre novos caminhos

Foi então que decidiu mergulhar nos programas avançados da EXAME e Saint Paul. Começou pelo Advanced Boardroom Program for Women (ABP-W) – voltado para conselheiras e futuras conselheiras – e, na sequência, o SEER: Programa Avançado para CEOs, Conselheiros e Acionistas – este com foco maior em humanidades. 

Roberta Farina diz que o ABP-W fortaleceu sua transição para a liderança em conselhos (Arquivo Pessoal)

Os dois a ajudaram a estruturar sua transição. “O ABP-W me fortaleceu como profissional, me reconectou com temas que eu não acessava há anos”, explica. “Já o SEER ampliou meu olhar como ser humano”, completa.

"Muita coisa evoluiu desde que me formei em Administração de Empresas. Voltar à sala de aula me trouxe repertório e confiança para esse novo momento"Roberta Farina, conselheira da Brasilata e mentora do Winning Women, da EY

SAIBA MAIS: Conheça o ABP-W e junte-se a essa rede de mulheres líderes 

O valor do tempo

Hoje, além da atuação como conselheira, Roberta também acompanha de perto startups e empreendedoras com alto potencial. Sua missão agora é mais ampla: ajudar a construir negócios relevantes – e mulheres líderes mais fortes.

“Ser mentora é uma troca profunda. Eu dou, mas aprendo também. Esse caminho funcionou para mim, mas escutar o sonho de outras mulheres e ajudá-las a encontrar o delas é um exercício riquíssimo”, diz.

Com a nova rotina, Roberta se tornou mais criteriosa na escolha dos projetos que aceita. Sua decisão agora segue diretrizes bem definidas: ela só se envolve em iniciativas que estejam alinhadas aos seus valores pessoais e nas quais sua experiência possa realmente fazer a diferença. 

"Tenho orgulho de ajudar pessoas e negócios a alcançarem o próximo nível"Roberta Farina, conselheira da Brasilata e mentora do Winning Women, da EY

Entre as novas prioridades, estão estar presente para os filhos, estudar temas do futuro da liderança – como adaptabilidade, visão sistêmica e colaboração – e seguir contribuindo para o ecossistema de negócios com seu olhar de marketing. 

SAIBA MAIS: Conheça o ABP-W e prepare-se para assumir posições estratégicas. 

“A construção de uma rotina e de uma agenda de reuniões fora do mundo corporativo não é tarefa fácil”, afirma. “Preciso ser estratégica em que invisto meu tempo, buscando aprender com profundidade e me conectar a pessoas com quem eu possa construir projetos e negócios de valor, de forma complementar."

O brilho no olho continua o mesmo, só que agora ele se equilibra com tempo, propósito e presença. “Vivi muitos anos correndo, mas fiz um ajuste de rota para chegar a um lugar de melhor performance e impacto positivo”, avalia.

Acompanhe tudo sobre:Branded MarketingLiderançaMulheres executivasConselhos de administração

Mais de Carreira

Confiança em tempos de código: para quem a IA trabalha?

Brasil tem 2 milhões de jovens em empregos verdes - mas falta capacitação, aponta Unicef

Três prompts do ChatGPT que desbloqueiam o modo ‘tomador de decisões’ na ferramenta

5 profissões para quem é fã de Ficção Científica e Fantasia