Mulheres na liderança: líder inspirador, segundo a pesquisa, estabelece metas, mas dá liberdade para que as pessoas busquem atingi-la da forma que entendem como mais eficiente (Ponomariova_Maria/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 16h56.
Última atualização em 19 de outubro de 2021 às 16h35.
Cerca de um em cada três líderes das 100 melhores empresas para trabalhar apontadas pela Fundação Instituto de Administração tem o perfil conhecido como inspirador, segundo a pesquisa Estilos de Liderança. Este estilo de liderança é um entre os sete tipos mais comuns.
De acordo com Lina Nakata, professora da FIA Business School, o ideal é que as empresas tenham equipes com diversos tipos de liderança. Na classificação da FIA, os sete tipos de liderança são: inspirador, educador, democrático, direcionador, maternal, coercitivo e bloqueador.
O líder inspirador, segundo a pesquisa, estabelece metas, mas dá liberdade para que as pessoas busquem atingi-la da forma que entendem como mais eficiente. Esse é um dos pontos fortes positivos. Eles funcionam bem também com equipes que são menos experientes e esperam ser conduzidas. Como desafio, suas performances são menos favoráveis quando a equipe que ele está conduzindo é mais experiente, ou melhor tecnicamente, que ele. Esse perfil está em 31,9% das lideranças.
A pesquisa também aponta que existem momentos em que os líderes de determinados perfis devem ser "utilizados". No caso dos líderes inspiradores, eles têm uma flexibilidade de poder ser utilizados em qualquer situação. No caso do líder educador, por exemplo, que vem em segundo lugar em número, um das melhores indicações de utilização é na gestão de equipes novas, mas que tenham desejo de permanecer um bom tempo nas empresas.
Esse tipo de líder tem maior foco no desenvolvimento das pessoas do que nas entregas. Ele tem um bom desempenho quando as pessoas conhecem seus gaps de desenvolvimento e querem evoluir, mas não tanto quando as pessoas são resistentes a se desenvolverem.
Em terceiro lugar está o líder democrático, que dá voz à equipe nas decisões e cria um ambiente flexível, gerando novas ideias. Podem ser bem utilizados em empresas com pessoas que tenham bom entendimento sobre seu papel e sobre os objetivos e visão da empresa.
“Uma boa liderança hoje tem de entender quem é seu público, seus liderados. O líder tem de ser um facilitador. O gestor que precisa saber criar empatia, traduzir isso para as tarefas e fazer o contrário também. Absorver o que as pessoas precisam, criar um ambiente socioemocional agradável. Mas nem sempre ele capta essa mensagem de quem é a equipe, para que ele tenha o estilo mais adequado para a liderança”, observa a professora Lina Nakata.
Lina também comenta que destaca que é possível aprender cada tipo de liderança.
“Alguns setores vão precisar mais de inspirador, direcionador etc. A gente não tem uma resposta, e o ideal é encontrar o ponto certo. Antes se tinha uma teoria de que se nascia líder, hoje entendemos que podem ser desenvolvidos.”
Veja descrições sobre os outros tipos de liderança:
O líder direcionador prevê alta performance de sua equipe e tem grande entrega ele mesmo. É exigente. Tem impacto positivo sobre pessoas auto motivadas e competentes, com características parecidas com as do líder. Mas deve ter um impacto mais negativo sobre os outros empregados que não conseguem acompanhar seu ritmo.
Já o coercitivo é do tipo "faça o que eu falo". Pode ser efetivo em mudanças estruturais, desastres ou para trabalhar com empregados difíceis. Por outro lado, este estilo diminui a motivação dos trabalhadores e reduz a flexibilidade dentro da organização.
Por fim, o bloqueador menospreza os membros de sua equipe e dificulta a realização de suas tarefas. Este é o único estilo que não deve ser aplicado de maneira alguma pelos gestores. Além de prejudicar o clima organizacional da equipe, afeta também a produtividade das pessoas e da empresa como um todo.
Abaixo, veja o gráfico com a divisão completa dos tipos de liderença.