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Veja como a IA e outros programas podem deixar o seu currículo mais atrativo em 2024

Executivo traz dicas para deixar o CV e a carta de apresentação mais atraentes no mercado de trabalho atual

Gianpiero Sperati, CHRO da Gupy: é importante que os candidatos que utilizam plataformas de recrutamento e seleção construam seus currículos de forma a facilitar a leitura de dados pela IA (Divulgação: Maria Korneeva/Getty Images)

Gianpiero Sperati, CHRO da Gupy: é importante que os candidatos que utilizam plataformas de recrutamento e seleção construam seus currículos de forma a facilitar a leitura de dados pela IA (Divulgação: Maria Korneeva/Getty Images)

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 17h33.

Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 18h05.

Está em busca de um novo emprego este ano? O primeiro passo é atualizar ou criar um bom currículo, afinal, é por meio dele que normalmente os recrutadores selecionam seus candidatos.

Para ajudar os profissionais que estão buscando se destacar nesta primeira etapa do processo seletivo, Gianpiero Sperati, CHRO da Gupy, traz dicas de como formar um bom currículo para este ano.

Use e abuse da inteligência artificial

A utilização de inteligência artificial, de forma geral, é uma tendência que veio para ficar, e não é diferente quando falamos sobre RH e processos seletivos. Por isso, é importante que os candidatos que utilizam plataformas de recrutamento e seleção, construam seus currículos de forma a facilitar a leitura de dados pela IA, de forma a se destacar entre as milhares de candidaturas que podem ser recebidas em uma vaga, afirma Sperati.

Uma dica do executivo é sempre destacar habilidades e conquistas específicas relacionadas à área de atuação. No campo de experiências, por exemplo, em vez de colocar “gerenciamento de projetos de marketing”, prefira contar sobre sua participação neste projeto: “Gerenciamento de projeto de rede social que aumentou em 60% o volume de seguidores e impactou também no aumento de 10% da receita da empresa” — evitando jargões que possam ser muito específicos de uma empresa ou cargo anterior para facilitar a leitura da IA.

Outra dica relevante de Sperati é não se concentrar em palavras-chave. “A IA da Gupy, por exemplo, foi desenvolvida para interpretar o contexto do currículo através da semântica das palavras e também identificar todas as características profissionais que tornam uma pessoa candidata apta para a vaga. Logo, tanto faz usar a palavra “liderança” ou “fui responsável por um grupo de cinco pessoas para entregar um projeto”, mas, vale retomar o primeiro ponto: o mais importante é contar uma boa história.”

Além disso, o executivo reforça dois pontos:

  • personalize seu currículo para cada aplicação, ressaltando como suas qualificações se alinham aos requisitos específicos da posição.
  • Vale reforçar que a inteligência artificial usada para recrutamento e seleção não classifica ou desclassifica pessoas de um processo seletivo, apenas ordena e sugere candidatas e candidatos de acordo com os requisitos da vaga — é a empresa recrutadora que analisa os perfis e decide quem passa para as próximas etapas.

Qual modelo de CV escolher: o criativo ou o formal?

Para CVs mais criativos, há sites como Canva, VisualCV e Novoresume que oferecem modelos personalizáveis que podem dar um toque único ao seu currículo, utilizando cores e designs inovadores.

“No site da Gupy, temos um modelo de currículo pronto que a pessoa pode baixar e preencher com seus dados, é um formato mais tradicional.”

Mesmo com esses formatos atualmente muitas empresas utilizam plataformas online de recrutamento e seleção que já solicitam os dados necessários para que para que você consiga se candidatar a diferentes vagas, reaproveitando os dados que já foram preenchidos em um primeiro cadastro.

Em qual ordem devemos colocar as informações? E quais fontes usar?

A ordem ideal para as informações no currículo é começar com dados pessoais, seguido pela formação acadêmica, experiência profissional, habilidades, idiomas e, por fim, cursos e certificações, segundo Sperati.

“Esta estrutura facilita a leitura do recrutador e destaca suas qualificações de maneira coerente. É importante inserir dados consistentes sobre competências profissionais desejadas, experiência, rotinas do cargo e resultados atingidos, de forma a destacar o seu perfil em meio às pessoas que estão se candidatando para uma vaga.”

Sobre as fontes, o recomendável são a Arial, Calibri ou Times New Roman, em tamanhos de 10 a 12, porque são de fácil leitura e trazem um aspecto profissional ao currículo.

Devemos citar portfólios ou não?

Mencionar portfólios pode ser valioso e o destaque do seu currículo, afinal, é a hora que você pode mostrar seus resultados mais significativos.

“Portfólios enriquecem a análise da IA e das pessoas recrutadoras que estão selecionando para a vaga, especialmente em áreas criativas, fornecendo mais dados sobre habilidades e experiências práticas. Inclua links para trabalhos relevantes ou projetos anteriores que demonstrem suas experiências de forma mais concreta”, afirma Sperati.

Três páginas são demais para um CV?

Em geral, é recomendado manter o currículo entre uma e duas páginas. Isso garante que o recrutador consiga revisar suas informações de maneira eficiente, focando nos aspectos mais importantes de sua carreira.

O que colocar em uma carta de apresentação? Tem algum formato a seguir?

Ao redigir uma carta de apresentação, lembre-se de ser conciso, limitando-a a uma página, evitando informações falsas e personalizando o texto para refletir sua história, afirma Sperati, que reforça os seguintes pontos:

  • Revise cuidadosamente para corrigir erros.
  • Inclua um cabeçalho com suas informações essenciais, uma saudação e apresente-se brevemente, abordando sua formação e experiências.
  • Destaque habilidades cruciais para a vaga desejada e demonstre pesquisa sobre a empresa, conectando-se à sua cultura.
  • Encerre a carta de forma educada e assine-a de acordo com apropriado.

CVs mudam de acordo com o país e área de formação

Ao candidatar-se internacionalmente, é fundamental adaptar o seu currículo para atender aos padrões locais, segundo o executivo, que reforça que é importante pesquisar as preferências do país em questão quanto à apresentação de informações e formatos de currículo.

Isso também vale para o uso ou não de foto no CV. “Em alguns países e setores, é comum colocar a foto, enquanto em outros não é recomendado. Pesquise as normas do local e da área em que está aplicando para tomar a decisão adequada”, afirma Sperati.

A abordagem do currículo pode variar também conforme a área de atuação. Em setores criativos, como moda, é possível adotar um formato mais visual com portfólios visuais, projetos anteriores e destaque para habilidades artísticas. Para áreas mais técnicas, como engenharia, o melhor a se fazer é priorizar informações sobre suas habilidades técnicas e experiências práticas.

Independentemente da área, o executivo reforça que é importante destacar realizações e qualificações relevantes para a vaga específica, adaptando o currículo e a carta de apresentação para destacar o que é mais valorizado naquele setor.

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