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‘Vale-Natal’ de R$ 1.000? Por que empresas estão trocando cestas de fim de ano por saldo digital?

Levantamento mostra alta de 100% na procura do vale entre 2023 e 2024

A adoção do Vale-Natal acelerou no último ano levando flexibilidade para o funcionário aproveitar a festa de fim de ano como desejar  (LumiNola/Getty Images)

A adoção do Vale-Natal acelerou no último ano levando flexibilidade para o funcionário aproveitar a festa de fim de ano como desejar (LumiNola/Getty Images)

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 10h07.

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Quem viveu o fim de ano nas empresas conhece o roteiro: pallets de cestas, itens perecíveis pedindo refrigeração, times deslocados para receber, armazenar e distribuir tudo em poucas horas. Funcionários equilibram caixas volumosas no transporte cheio. O desconforto para quem recebe vira gargalo logístico e risco de perda para o RH.

É nesse ponto que o Vale-Natal ganha espaço. Em vez das tradicionais cestas, o saldo cai no mesmo cartão de benefícios dos funcionários, com ampla aceitação em diferentes estabelecimentos. O modelo digital elimina o recebimento e o estoque, reduz desperdícios e devolve autonomia ao trabalhador para escolher onde usar o benefício.

“O vale vence na operação: logística zero para o RH, sem estoque, sem janela de entrega, menos perdas e mais aderência, porque cada pessoa decide onde e como gastar. Há ainda menor impacto ambiental e mais governança, com valor digital, relatórios e regras por política”, afirma Nicolas Batista, diretor de estratégia e novos negócios da Swile.

Nicolas Batista, da Swile: “As cestas físicas seguem em setores tradicionais, mas a migração para saldo digital avança à medida que o RH precifica o custo logístico e busca eficiência na alta temporada de dezembro” (Swile Brasil /Divulgação)

Crescimento acelerado

A adoção do Vale-Natal acelerou no último ano. Segundo a Swile Brasil, a procura pelo benefício digital dobrou de 2023 para 2024. Desde 2022, o produto cresceu 56% em 2023 e 100% em 2024, alcançando 220 mil pessoas. O tíquete médio é de R$ 330.

Mas há empresas que investem forte no benefício. É o caso da farmacêutica Lundbeck Brasil.

“Neste ano, o tíquete de Natal será no valor de R$ 1.000. É um benefício significativo, pensado para reconhecer o esforço do time e permitir que cada funcionário escolha como quer celebrar essa época do ano”, afirma Alba Eiras de França, diretora de Pessoas e Comunicação da Lundbeck Brasil.

Veja também: ‘Hoje a nossa maior dor é a do varejo: juros altos e menor poder de compra’, diz CEO da Corello

Aonde os funcionários gastam o benefício?

A quem prefira fazer o jantar com a família ou ir a um restaurante. Segundo a pesquisa, os gastos nos supermercados respondem por 54% das transações, seguidos por restaurantes (16%), varejo (12%), serviços (8%), automotivo (5%), boletos (2%) e saúde (2%).

“Entre as empresas que testaram no primeiro ciclo, mais de 35% migraram para o modelo recorrente. As cestas físicas seguem em setores tradicionais, mas a migração para saldo digital avança à medida que o RH precifica o custo logístico e busca eficiência na alta temporada de dezembro”, afirma Batista.

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