Carreira

Vagas agora também no Twitter

A rede social que mais cresce na internet vira vitrine para divulgação de empregos. Você já tem seu avatar?

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 16h36.

São Paulo - Grandes empresas de recrutamento e seleção, como Asap, DMRH e Michael Page, começaram a usar o Twitter para publicar vagas e buscar profissionais.

"O site é hoje uma das melhores ferramentas para anunciar empregos e medir em tempo real a resposta dos interessados", diz Fabiana Nakazone, gerente do Grupo DMRH, de São Paulo. O site de recrutamento Elancers já divulgou 2 237 vagas desde maio do ano passado, que resultaram em 3 139 processos seletivos e 29 contratações pelo Twitter.

Nos setores de tecnologia, comunicação e publicidade o uso do Twitter para encontrar candidatos já é comum, mas há vagas em outras áreas também. A farmacêutica bioquímica Patrícia Yama, de 26 anos, conseguiu um emprego, no final do ano passado, de analista no laboratório Roche por meio de uma vaga publicada no Twitter pela gerente de marketing digital da companhia.

Ao ver o tweet (como se convencionou chamar os textos de até 140 caracteres publicados no Twitter) do anúncio, entrou em contato com a executiva e se colocou à disposição. O que a ajudou a conseguir a vaga? Primeiro, ela já seguia a Roche no Twitter, assim como outras empresas e pessoas que costumam escrever sobre o mercado farmacêutico.

Em segundo lugar, Patrícia não se candidatou para qualquer vaga, mas para um cargo adequado ao seu perfil. Finalmente, ela entendeu que o Twitter facilita o acesso ao recrutador, mas o que garante o emprego é o currículo e a competência que o profissional consegue demonstrar.

"O currículo foi importante, mas na entrevista ficou claro que o meu comportamento proativo de seguir o mercado no Twitter foi um diferencial", diz Patrícia. 

Para o recrutador ou empregador, a maior vantagem de redes sociais, como o Twitter, Facebook e LinkedIn, é a ampla oferta de candidatos em potencial.


"Mesmo que o profissional não se interesse pelo emprego, ele o encaminha a um colega que pode se encaixar no perfil desejado", diz Fabiana, da DMRH. De modo geral, as consultorias encaram o Twitter mais como um meio de divulgação de vagas do que como ferramenta de seleção.

"Não pauto minha decisão por um profissional considerando somente seu perfil no Twitter", diz João Paulo Camargo, diretor da Asap, que atua no Sul e Sudeste. Regra geral, as empresas costumam pedir às consultorias de recrutamento uma pesquisa mais aprofundada sobre os candidatos na etapa final da seleção.

Nesse momento, para delinear o perfil do candidato, as redes sociais são acessadas como fonte complementar de informação. Mas, segundo os recrutadores ouvidos pela reportagem, nenhum candidato chegou a ser desclassificado pelas postagens que fez no Twitter. 

Para quem busca um emprego as vantagens são o acesso direto ao recrutador e a oportunidade de ampliar a rede de relacionamento, o que pode acabar rendendo uma oferta.

Foi o que ocorreu com o cientista da computação Roberto Viana, de 31 anos. Ele trocou uma carreira de quase uma década em uma operadora de telefonia para ser gerente de produtos na Samba Tech, empresa mineira de softwares para gestão de vídeos na internet.

"O diretor de marketing anunciou a vaga e um amigo meu, que o seguia no Twitter, achou que a posição me interessaria", diz. Roberto entrou em contato com o diretor de marketing e o presidente da empresa pelo Twitter e LinkedIn.

"As redes sociais facilitam conhecer a empresa e o candidato melhor, e de forma mais rápida, o que me incentivou a fazer um contato pessoal. Liguei para o diretor de marketing, agendei uma entrevista. Tempos depois, recebi a proposta de trabalho", diz. "O mais bacana foi que, após a entrevista, o próprio dono da empresa comentou no seu Twitter que havia gostado do meu perfil", completa.


Em geral, as redes sociais são ambientes informais, mas convém tomar alguns cuidados se a sua intenção é buscar um emprego na web. Se o perfil que você usa, ou avatar, para ficarmos na linguagem das redes sociais, é muito pessoal, é conveniente criar outro perfil, estritamente profissional — um espaço para compartilhar insights sobre sua área de atuação e assuntos relacionados ao trabalho.

Não pega mal postar que você está em busca de oportunidades. Só evite fazer críticas ao atual empregador: faz mal à sua imagem e o chefe pode descobrir.

Outra dica é colocar informações de suas competências aliadas a uma ação. Por exemplo, "hoje apresentamos ao diretor da empresa o balanço do semestre. Foi um sucesso por causa disso e daquilo".  Mas não precisa ser algo muito sisudo. Lembre-se, duas das características mais preponderantes do Twitter são a espontaneidade e a informalidade. 

Outro ponto fundamental é o design. Quando for criar seu avatar use uma fotografia ou desenho adequado para o seu perfil. Além disso, troque o pano de fundo (background padrão) para algo mais criativo, que remeta aos temas que você acompanha.

Como os textos são limitados a poucos caracteres, deixe um link para seu currículo no espaço reservado à biografia. Outra estratégia é utilizar a ferramenta TwitRes, que possibilita que você poste seu CV e o divulgue entre seus seguidores. O funcionamento é simples.

Acesse twitres.com, clique em "Tweet Now" e coloque o mesmo login usado no Twitter. Você será direcionado a uma janela para fazer a inserção de seu currículo. O sistema gera um link que será automaticamente espalhado para toda sua rede de contatos. Agora que você já sabe como fazer, mãos à obra.

Acompanhe tudo sobre:Edição 140[]

Mais de Carreira

Escala 6x1: veja quais setores mais usam esse modelo de trabalho, segundo pesquisa

Como preparar um mapa mental para entrevistas de emprego?

Para quem trabalha nesses 3 setores, o ChatGPT é quase obrigatório, diz pai da OpenAI, Sam Altman

Sam Altman diz que usou esta estratégia para viver sem arrependimentos: 'Arriscado é não tentar'