Carreira

Universidades do Reino Unido devem aceitar mais alunos estrangeiros

Política de preços do governo britânico pode fazer com que universidades abram mais vagas para alunos internacionais

 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

(Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2022 às 16h05.

Última atualização em 20 de julho de 2022 às 16h23.

Universidades do Reino Unido podem passar a dar prioridade para alunos internacionais nos próximos anos. Ao menos é isso que dizem especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian. O motivo seria a política de preços diferenciada para alunos estrangeiros e do Reino Unido.

Devido à legislação local, alunos britânicos pagam tarifas mais baixas que os estrangeiros. Atualmente, o valor limite cobrado dos estudantes nacionais é de £ 9.250. Esse valor permanece o mesmo de 2017, quando a tarifa subiu £ 250. Já no caso de alunos internacionais, são as próprias universidades que definem os valores cobrados, que aumentam anualmente.

Essa diferença faz com que os preços pagos pelos alunos britânicos não sejam suficientes para cobrir os gastos que as universidades têm com a educação desses estudantes. Por isso, as universidades enxergam nos alunos estrangeiros uma opção financeiramente mais viável.

Quanto custa estudar no Reino Unido

“Provavelmente temos o melhor setor universitário do mundo, que é subsidiado publicamente, mas é financeiramente melhor para as universidades ensinar e aprimorar jovens de países concorrentes. É uma situação bizarra”, opina o cofundador de uma assessoria de admissões universitárias do Reino Unido, Mark Corver.

Ainda segundo Corver, o valor cobrado hoje pelas instituições britânicas será, até setembro, equivalente a £ 6.350. Neste mesmo ano, a tarifa máxima estabelecida pelo governo era de £ 9 mil. Segundo Russell Group, composto de universidades como Cambridge e Oxford, a perda chega a £ 1,75 mil por aluno anualmente.

Essa perda no valor recebido pelas universidade, na opinião do professor Colin Riordan, chefe da Universidade de Cardiff, fará com que as universidades prefiram alunos internacionais e de pós-graduação. Segundo ele, as universidades “terão que começar a reduzir o número de estudantes domésticos que levam” especialmente em áreas como ciência, engenharia e tecnologia, as chamadas STEM.

Como funcionam as tarifas universitárias no Reino Unido?

Atualmente, as universidades públicas do Reino Unido seguem uma política de preços estabelecida pelo governo. Isso significa que o parlamento de cada país que compõe o reino — Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte — deve definir um valor máximo cobrado anualmente dos estudantes.

Esses valores são válidos para os “estudantes domésticos”, ou seja, alunos que nasceram no Reino Unido. Nos casos da Escócia, Gales e Irlanda do Norte, alunos que nasceram em cada um desses países pagam valores mais baixos nas universidades locais do que os que nasceram em outras regiões da Grã-Bretanha. Em alguns casos, alunos da União Europeia também recebem desconto nas anuidades.

Os valores pagos por “estudantes domésticos” é de, no máximo, £ 9,25 mil na Inglaterra. Em Gales o limite é de £ 9 mil, na Irlanda do Norte alunos da região pagam £ 4.275 e do restante do Reino Unido £ 9,25 mil. Já na Escócia os escoceses podem estudar de graça, enquanto britânicos vindos de outra região pagam  £ 9,25 mil.

Por outro lado, alunos estrangeiros não contam com uma política de tabelamento de preços.

Quem deve ser impactado pela nova medida

Cada universidade pode escolher o valor conforme o curso e o prestígio da instituição. Segundo levantamentos feitos pela Times Higher Education e pelo Instituto Quacquarelli Symonds, os preços pagos por alunos internacionais variam £ 10 mil e mais de £ 38 mil. Porém, cursos como os de medicina podem ultrapassar a casa das £ 50 mil libras em lugares como Cambridge e Oxford.

A política de preços estabelecida pelo governo vale apenas para cursos de graduação. Já para os cursos de mestrado e doutorado não existe uma distinção legal entre alunos nacionais e internacionais. Os cursos de mestrado e doutorado têm valores parecidos com os praticados nas graduações de alunos estrangeiros, entre £ 10 mil e mais de £ 50 mil.

Uma das estratégias adotadas para aumentar o acesso dos estudantes aos cursos de nível universitário é a concessão de bolsas. Em Oxford, por exemplo, existem tanto auxílios exclusivos para alunos britânicos quanto para estudantes estrangeiros. Opções como a Reach Oxford cobrem todas as tarifas e até o custo de vida de alunos com excelente desempenho acadêmico.

Dicas de carreira, vagas e muito mais

Você já conhece a newsletter da EXAME Academy? Você assina e recebe na sua caixa de entrada as principais notícias da semana sobre carreira e educação, assim como dicas dos nossos jornalistas e especialistas.

Toda terça-feira, leia as notícias mais quentes sobre o mercado de trabalho e fique por dentro das oportunidades em destaque de vagas, estágio, trainee e cursos. Já às quintas-feiras, você ainda pode acompanhar análises aprofundadas e receber conteúdos gratuitos como vídeos, cursos e e-books para ficar por dentro das tendências em carreira no Brasil e no mundo.

Inscreva-se e receba por e-mail dicas e conteúdos gratuitos sobre carreira, vagas, cursos, bolsas de estudos e mercado de trabalho.

Acompanhe tudo sobre:Cursos no exteriorReino Unido

Mais de Carreira

Home office sem fronteiras: o segredo da Libbs para manter o trabalho remoto sem parar de crescer

Escala 6x1: veja quais setores mais usam esse modelo de trabalho, segundo pesquisa

Como preparar um mapa mental para entrevistas de emprego?

Para quem trabalha nesses 3 setores, o ChatGPT é quase obrigatório, diz pai da OpenAI, Sam Altman