Carreira

Um desapego para o futuro do trabalho e 4 aprendizados para hoje

No mundo pós-covid, chegou a hora do desapego. Antes de jogar tudo para o ar, confira as recomendações dos especialistas

 (nadia_bormotova/Getty Images)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 6 de julho de 2020 às 13h10.

Última atualização em 6 de julho de 2020 às 14h23.

No novo normal após a pandemia, a transformação digital está chegando com toda a força dentro das empresas e o escritor Sandro Magaldi, coautor do best-seller Gestão do Amanhã, alerta para uma grande armadilha que os profissionais podem cair: o velho no novo.

Durante o painel de encerramento do evento Big Business, organizando pela Cia de Talentos, ele explicou sobre esse conceito que fala em seus livros, dando como exemplo a chegada da televisão no Brasil na década de 1950.

“Quando surge a TV, a linguagem era a narrativa do rádio. Um programa popular eram as radionovelas. Na TV, queriam fazer a novela, mas faziam com todos de pé em frente ao microfone. Era o velho no novo. Até que trouxeram a linguagem inovadora das telenovelas como conhecemos hoje”, explica ele.

Segundo o escritor, manter o modelo mental de como fazíamos o trabalho antes é um risco para a inovação. Ele recomenda que os profissionais pratiquem o desapego das crenças que os trouxeram até aqui e do modo antigo de fazer as coisas.

De fato, enquanto no mundo pré-pandemia a maioria das empresas colocava em seus planos um dia de home office para testar nos próximos anos, todos tiveram de adaptar seus modelos de trabalho para o remoto da noite para o dia. Foi uma questão de sobrevivência.

No evento online, Magaldi estava acompanhado de Maira Habimorad, CEO do Utech, e Gustavo Caetano, CEO do Samba Tech. Todo o evento pode ser visto no canal da EXAME no YouTube.

A CEO da UTech conta que está criando sua empresa no meio desse cenário de mudanças, o que é apavorante e uma oportunidade para começar já questionando o que é mais moderno. Ela acredita que o futuro do mercado de trabalho funcionará a partir de três premissas: ser digital e humano, ter foco da liderança na transformação cultural e fazer o centro da gestão ser a experiência do cliente.

Após desapegar do antigo, com o que fica o profissional? Magaldi afirma que dentro das empresas é preciso priorizar a cultura do aprendizado. No lugar das regras certas, as companhias e as pessoas dentro delas precisam “aprender a desaprender para aprender o novo.” A ideia é que a pessoa saia de uma mentalidade fixa para abrir espaço a novos conhecimentos a todo momento.

Sobre o processo de aprendizagem, o CEO do Samba Tech trouxe uma lição do desenho Cavaleiros do Zodíaco, onde os personagens só podiam ser atingidos pelo mesmo golpe uma vez. “Isso quer dizer que você pode errar coisas diferentes, só não fica errando a mesma coisa”, falou ele.

Outro ensinamento para todos, agora tirado do próprio negócio, é aprender a trabalhar sem hierarquias. “Não tem parede ou sala de presidência. Eu sento no meio de todo mundo, não tem parede para separar as pessoas. Outra coisa relevante é transparência. Se quero empoderar as pessoas a me ajudar a resolver problemas, preciso contar os problemas para as pessoas. Do estagiário ao CEO, a gente tem as mesmas informações”, contou o CEO.

Outra lição importante para se adaptar ao futuro do trabalho é o foco na solução de problemas complexos: “A primeira coisa que está no nosso guia de cultura. Se você nos traz um problema e não nos traz a solução, você é parte do problema agora. Isso é cultura do empreendedor”, explicou ele.

Para o futuro do trabalho, é preciso um pouco de desapego, como uma limpeza na sua mentalidade para dar espaço a modelos mais flexíveis que vão ser acelerados dentro do mercado. Para começar a entender o novo, os especialistas já mostram o que aprender hoje para ter a mentalidade digital: a capacidade de aprendizado contínuo, flexibilidade cognitiva, autogestão e resolução de problemas complexos.

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