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2012 é um ano para poupar, não para gastar

O engenheiro e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros acredita que, mesmo com a crise internacional, o país vai crescer e as pessoas terão mais dinheiro neste ano. Não há desculpa para você não investir


	Luiz Carlos Mendonça de Barros
 (Germano Lüders/Site Exame)

Luiz Carlos Mendonça de Barros (Germano Lüders/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 16h10.

São Paulo - Várias incertezas econômicas internacionais rondam este ano, mas elas não vão impedir que o país cresça e que as pessoas tenham renda suficiente para poupar.

Essa é a avaliação de Luiz Carlos Mendonça de Barros, sócio-fundador da Quest Investimentos, em São Paulo, e ministro das Comunicações e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Nesta entrevista, ele fala sobre os fatores que podem afetar seus investimentos em 2012 e diz que não é preciso ter pressa para ganhar dinheiro. 

VOCÊ S/A - O ano de 2012 vai ser bom?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Não vai ser ruim, vai ser menos brilhante. A economia deve crescer, a inflação pode ficar entre 5,2% e 5,3% e o consumo vai aumentar. As pessoas podem dizer que o país vai crescer menos, mas a renda está muito maior. Os brasileiros já têm carro, televisão, já compraram o que queriam. Agora é hora de começar a pensar em investir. 

VOCÊ S/A - A bolsa de valores é uma boa opção de investimento?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Minha expectativa é que a bolsa suba entre 25% e 30% neste ano, depois que a situação econômica na Europa começar a se definir. Como o preço das ações está em baixa, é hora de comprar ações. Mas as aquisições precisam ser feitas de forma racional, porque esse mal-estar do mercado financeiro pode demorar mais dois ou três meses. 

VOCÊ S/A - A crise na Europa pode afetar os investimentos no Brasil?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Essa é uma questão que não tem uma resposta conclusiva. A situação na Europa ainda está em evolução. Há muitas possibilidades que podem acontecer nos próximos meses. A situação pode ser muito favorável ou desfavorável para o Brasil. 

VOCÊ S/A - Qual situação seria favorável?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - A crise europeia se estenderia pelos próximos meses, mas não haveria uma ruptura na zona do euro. Com crescimento baixo entre os países que fazem parte da comunidade europeia, os investidores teriam de procurar regiões onde os investimentos rendessem mais. Nesse caso, o Brasil seria uma boa alternativa.

A indústria de fundos de pensão na Europa é muito grande e menos de 4% dos investimentos estão nos mercados emergentes. Eles estão investindo na parte errada do mundo. 

VOCÊ S/A - E o cenário desfavorável?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Se houver ruptura na zona do euro, o estrago será grande para o Brasil.

VOCÊ S/A - A inflação preocupa?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Não. Com o esfriamento das economias europeia e americana, o preço das commodities caiu e ajudou a derrubar a inflação. Mesmo assim, a inflação deve encerrar 2012 entre 5,2% e 5,3%, dentro da meta que é de 4,5%, com a variação de dois pontos percentuais.

VOCÊ S/A - E a situação americana?

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Os Estados Unidos devem ter um crescimento medíocre. O problema é o ajuste fiscal. Se não houver um acordo político, a economia pode desacelerar mais e o país entrará em recessão. O Brasil poderá crescer menos do que 3,5%.

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