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Truques para obter melhores benefícios no trabalho nos EUA

O que os setores de finanças, tecnologia e manufatura nos EUA têm em comum? Funcionários com poder de barganha. E bons benefícios


	Emprego nos EUA: fato de empresas de tecnologia e finanças oferecerem os melhores benefícios não surpreende
 (Justin Sullivan/AFP)

Emprego nos EUA: fato de empresas de tecnologia e finanças oferecerem os melhores benefícios não surpreende (Justin Sullivan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 22h07.

O que os setores de finanças, tecnologia e manufatura nos EUA têm em comum? Funcionários com poder de barganha. E bons benefícios para os trabalhadores.

A Glassdoor analisou 470.000 avaliações em seu site no tocante à qualidade dos benefícios em diferentes posições. Os usuários do site podem dar notas de 1 a 5 para 55 benefícios individualmente e para pacotes inteiros.

A Glassdoor estudou os dados para saber quais setores oferecem as melhores condições de licença-maternidade e paternidade, aposentadoria e outros agrados.

"Queríamos ver o que poderíamos aprender com essas avaliações sobre onde os benefícios são bons ou ruins", disse o economista-chefe da Glassdoor, Andrew Chamberlain. "Não só quais setores oferecem benefícios, mas a qualidade deles."

Em vez de analisar notas médias por setor, que podem esconder a diversidade, os pesquisadores estudaram a distribuição de todas as notas. Finanças, tecnologia e manufatura tiveram as maiores notas médias e também as notas altas de maneira mais consistente.

O fato de empresas de tecnologia e finanças oferecerem os melhores benefícios não surpreende. Mas nem Chamberlain esperava ver companhias industriais no topo. "O noticiário costuma ser ruim porque é um setor em decadência nos EUA, que não aumenta muito o número de vagas", ele disse. "Mas é altamente sindicalizado e esses trabalhadores negociam benefícios de qualidade."

Programadores e traders raramente participam de sindicatos, mas seu poder de negociação emana de outra fonte. "Esses mercados de trabalho são muito competitivos", disse Chamberlain. "É difícil atrair e manter esses trabalhadores." Na batalha por talentos, benefícios e agrados são as armas.

Companhias nesses setores fortaleceram as políticas de licença-maternidade e paternidade e acrescentaram novos benefícios, como ajuda para pagar o financiamento estudantil, na tentativa de atrair e reter os melhores profissionais.

Aprofundando a análise, a Glassdoor descobriu que finanças e tecnologia da informação ofereciam as melhores condições de licença-maternidade e paternidade, por exemplo. Já os funcionários de instituições financeiras também deram as maiores notas a seus planos de previdência.

Nem todos no mercado de trabalho estão em vantagem, o que causa um hiato de benefícios. Enquanto os agrados ficam cada vez melhores para alguns, a maioria não tem acesso a benefícios que no Brasil são garantidos por lei.

Apenas 21 por cento das empresas sondadas pela Sociedade de Gestão de Recursos Humanos oferece licença-maternidade remunerada, de acordo com a pesquisa anual de benefícios. Já o Escritório de Estatísticas Trabalhistas do governo americano calculou uma parcela ainda menor, de 11 por cento em 2012. Mesmo quando recebem benefícios, trabalhadores de áreas sem poder de barganha, como varejo e serviços de alimentação, não têm pacotes com notas boas, de acordo com a pesquisa da Glassdoor.

"Esses empregos exigem baixa qualificação, a substituição é fácil", disse Chamberlain. "E não há muita representação por sindicatos."

Os benefícios são uma parte cada vez mais importante da remuneração, sendo agora a maior parcela já calculada. De certo modo, podem valer mais para os trabalhadores do que dinheiro. Um período de licença quando um filho nasce ou é adotado é "algo bem difícil de comprar ", disse Chamberlain. Um problema adicional é que os empregos com menos benefícios também são os que pagam menos.

Então, o que os americanos podem fazer para receber benefícios melhores?

"A primeira melhor escolha é obter qualificação e entrar em uma área com maior demanda de pessoas como você", explicou Chamberlain, admitindo que muita gente não tem essa opção. "A segunda melhor escolha é a organização. Isso nunca vai te prejudicar."

Mas é mais fácil falar do que fazer isso. O Sindicato Internacional de Funcionários do Setor de Serviços, um dos maiores dos EUA, vem tentando sindicalizar empregados de redes de fast food há mais de três anos.

Se nenhum desses planos funcionar, Chamberlain sugere uma terceira opção: "Informe-se para ter poder", ele recomenda. A esperança é encontrar um empregador como as varejistas Trader Joe’s ou Costco, que tratam seus funcionários de maneira diferenciada.

"Existem agulhas no palheiro que oferecem benefícios melhores", ele afirmou.

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