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Troque o caro pelo barato

Dá para substituir uma dívida com juros altos por outra com taxas baixas

Cartões de crédito (Marcos Santos/USP Imagens)

Cartões de crédito (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 17h24.

São Paulo - S abe aquela prestação do carro, da geladeira ou o crediário da reforma da casa que estão atrasados? O pagamento pode ficar em dia se você trocar essas dívidas por outras com juros menores. Alguns gerentes de banco já sugerem uma renegociação dos créditos aos clientes que começam a atrasar os pagamentos.

“Administre seu orçamento e, quando perceber que perdeu o controle, procure o gerente para propor o refinanciamento”, diz Ademiro Vian, diretor adjunto de produto e financiamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. O banco irá sugerir a renegociação para evitar que você entre na lista dos inadimplentes, sem acesso a crédito e a outros produtos disponíveis nas prateleiras das instituições financeiras. 

Na hora de trocar uma dívida por outra, procure aquela que se encaixe nas suas necessidades. Não adianta usar o limite do cheque especial para rolar a dívida de um carro. “De cada dez pessoas, oito usam créditos inadequados e pagam mais caro pela dívida”, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em São Paulo.

O cheque especial tem uma das maiores taxas de juros do sistema financeiro, que podem variar entre 9% e 12% ao mês. De cada 100 pessoas que têm acesso a essa linha de crédito, apenas 25 optam por usá-la, segundo uma pesquisa da Febraban. Mesmo sabendo que os juros são altos, o consumidor usa o cheque especial porque é rápido, acessível e sem burocracia. Se você tem uma dívida de 5 000 reais no cheque especial, por exemplo, sugira ao gerente usar o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), com parcelas fixas mensais, para pagar o débito. Os juros ficam entre 3% e 5% ao mês. 

Juros baixos

Quando você vai ao banco pegar dinheiro emprestado para comprar um bem durável, como carro, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e equipamentos profissionais, a taxa de juros do CDC é mais baixa do que as demais ofertas de crédito. O prazo de pagamento das parcelas fixas pode variar de 12 a 24 meses. E se você oferecer seu carro como garantia, os juros caem ainda mais.

Trata-se do CDC com alienação fiduciária. Nesse caso, a taxa fica entre 1,8% e 3% ao mês. “Quanto melhor a garantia do empréstimo, como um carro ou uma casa, menores são os juros”, diz Syllas Ramos, planejador financeiro e diretor do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).


Funcionários com registro em carteira podem negociar para que a prestação da dívida seja descontada na folha de pagamento, desde  que a parcela comprometa até 30% do salário do trabalhador da iniciativa pública ou privada. Costumam ser fechadas parcerias entre os bancos e a área de recursos humanos das empresas para oferecer esse tipo de crédito, que é conhecido como consignado. Desde que foi regulamentado, em 2003, os juros variam entre 1,8% e 2,3% ao mês. O prazo médio de pagamento costuma ser de 36 meses.

Portabilidade

Quem quer reduzir os juros de uma dívida já parcelada no CDC, por exemplo, pode usar a portabilidade do débito. O cliente transfere a dívida atual para um banco que oferece juros menores. A nova instituição faz um contrato de financiamento com o cliente e envia o dinheiro para o outro banco para que a dívida antiga seja quitada. Na portabilidade, só os juros mudam. O valor  e o saldo continuam os mesmos. 

Caso você decida transferir a dívida para outro banco e ainda queira pegar mais dinheiro emprestado, haverá um refinanciamento com incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o valor adicional de crédito. Se o prazo de pagamento superar um ano, haverá a aplicação da alíquota do IOF de 1,5% sobre o adicional, acrescido também de 0,38%.

Nas operações até 12 meses, o IOF é de 0,0041% ao dia mais 0,38% sobre o empréstimo adicional. Fique esperto. “A diferença dos juros entre um banco e outro costuma ser pequena. Muitas vezes, só a mudança dos juros não resolve o problema. É preciso mais dinheiro e prazo maior para pagar e é quando entra o refinanciamento com incidência do IOF”, diz Ademiro Vian, da Febraban.

No final de 2010, preocupado com o risco de aumento da inflação, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juro, a Selic, para 11,25% ao ano, aumentou o depósito compulsório e elevou a exigência de capital das instituições financeiras. “Os bancos ficaram mais criteriosos na concessão de crédito”, diz Luis Santacreu, analista da agência classificadora de risco Austin Rating, em São Paulo. Pelo menos, a dívida do cartão de crédito e do cheque especial ainda pode ser renegociada em parcelas fixas mais baratas.

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