Carreira

Aumentam os programas de trainee regionais

Empresas têm investido em programas regionais. Concorrência menor e possibilidade de carreira perto de casa são atrativos

O baiano Adriano Alves Moreira, 29 anos: chance de crescer e fazer carreira perto de casa
 (Fernando Vivas / VOCÊ S/A)

O baiano Adriano Alves Moreira, 29 anos: chance de crescer e fazer carreira perto de casa (Fernando Vivas / VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 18h30.

São Paulo - Em geral, quando se fala em programas de trainee, o que vem à cabeça são grandes seleções nacionais e, em caso de aprovação, um período de treinamento de um a três anos na matriz. Isso está mudando.

Algumas companhias têm optado por regionalizar seus programas, fazendo seleções em cada estado onde têm unidades. Hoje, os trainees regionais já representam 5% dos programas disponíveis no país, segundo a consultoria Foco Talentos. Um dos fatores que pesam para essa regionalização é a redução de custos.

A economia proporcionada pela seleção estadual aparece nos salários, já que a remuneração de quem faz os treinamentos regionais pode começar em torno de 2.000 reais, valor abaixo do praticado numa matriz do Sudeste, por exemplo. No entanto, mais que economia, o principal objetivo é suprir a demanda de profissionais qualificados em determinadas filiais. Por isso, de acordo com as empresas, há ótimas oportunidades de construir carreira longe do eixo Rio-São Paulo.

A auditoria Ernst & Young Terco tem escritórios em 11 estados brasileiros e faz seleções individuais para cada um deles. "É importante recrutar trainees da região porque eles compreendem melhor o mercado em que vão atuar", explica Armando Bordallo, diretor de RH da companhia.

Mesmo assim, ele destaca que, após o programa, que tem duração de um ano, o profissional é contratado e pode vir a ser transferido para outras localidades onde a empresa tem escritórios. "Mas, se quiser ficar na cidade onde foi selecionado, o trainee também tem espaço para desenvolver sua carreira em casa", afirma.

Em busca dessa possibilidade de crescer na carreira sem ter de sair da cidade onde mora é que o baiano Adriano Alves Moreira, de 29 anos, se inscreveu no programa de trainees da filial de Salvador da Totvs, empresa de tecnologia da informação.

Hoje, quase oito meses depois de ter passado pelo programa, Adriano comemora a contratação e as possibilidades de ascensão na Totvs. "O aprendizado durante o período de treinamento foi fundamental para meu desenvolvimento profissional e pessoal", diz.


Segundo Patrícia Rocha, diretora de serviços da organização, o programa de Salvador é uma iniciativa para recrutar talentos na área de TI, escassos em todo o país. Ao fim de três meses, mais da metade dos 15 trainees é contratada. 

O grupo RBS, do setor de telecomunicações, que tem escritórios em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também forma turmas regionais de trainees, embora o processo seletivo seja unificado. O objetivo do treinamento, que dura três anos, é formar gestores para cada unidade da empresa. No primeiro ano, o candidato faz um job rotation. No segundo, será indicado para trabalhar em uma área específica. No terceiro, assume uma posição de liderança, sob acompanhamento. 

De acordo com Antonio Tigre, vice-presidente de gestão e pessoas do grupo RBS, o fato de um trainee iniciar suas atividades em uma filial não impede sua mobilidade dentro da empresa. “Ir para a matriz, em Porto Alegre, é uma possibilidade factível. As oportunidades de crescimento são para todos”, acrescenta. Outra companhia que garante que o peso dos programas de trainees regionais é igual ao da sede é a Bayer, que atua nas áreas de saúde e agronegócios. 

A cada edição, dependendo das necessidades das filiais, são realizados treinamentos em São Paulo, Ribeirão Preto (no interior paulista), Goiânia, Curitiba e Belford Roxo (região metropolitana do Rio de Janeiro). Todos os jovens trainees começam ganhando cerca de 5.000 reais e, durante o treinamento, participam de quatro imersões na sede.

"Há uma grande conexão com São Paulo e com os executivos da matriz", diz Lucilha Spíndola, consultora de desenvolvimento da Bayer e responsável pelo programa. De acordo com Lucilha, após o programa o trainee pode até ser convidado a participar de projetos em qualquer unidade da organização.

Mesmo assim, o gerente de relacionamento da Foco Talentos, Gustavo Nascimento, sugere que o profissional cheque a relevância de alguns programas regionais antes de se candidatar. "Em alguns casos, essa modalidade restringe as inscrições a determinados estados, e perdem-se a diversidade e a força do programa", completa Gustavo.

Por outro lado, se o programa é bem estruturado, pode ser mais fácil optar por esse caminho para desenvolver uma carreira de sucesso, já que a hierarquia nas unidades costuma ser menor e a possibilidade de mostrar serviço e fazer a diferença é maior. Ficou interessado? Então confira algumas oportunidades de trainees regionais em todo o Brasil.

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