Giorgio Armani: estilista dizia que o trabalho era o segredo de sua vitalidade (Tristan Fewings/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 10h20.
Giorgio Armani, fundador da grife que leva seu nome, morreu na quinta-feira, 4, aos 91 anos, após manter uma rotina de trabalho até seus últimos dias. A companhia afirmou que ele seguia dedicando atenção às coleções e aos projetos em andamento e futuros.
O estilista, nascido em 11 de julho de 1934, na Itália, controlava de perto os detalhes da empresa, que hoje inclui alta-costura, roupas prontas para vestir, hotéis, itens para casa e flores.
Em sua última entrevista ao Financial Times, Armani reconheceu que sua maior fraqueza era a dificuldade de abrir mão do comando.
O bilionário chegou a supervisionar remotamente detalhes como provas de roupas e maquiagens de modelos quando, pela primeira vez em sua carreira, não pôde comparecer a três desfiles em junho e julho devido a problemas de saúde. “Tudo o que vocês verão foi feito sob minha direção e tem minha aprovação”, disse ele à publicação.
Embora sorte e genética sejam consideradas fatores importantes para a longevidade, especialistas apontam que a rotina diária e a ética de trabalho de Armani também merecem destaque.
Armani dizia que o trabalho era o segredo de sua vitalidade. Ele atuou na moda por 50 anos e creditava sua profissão como um fio de vida.
“O trabalho é o melhor remédio”, afirmou ao Wall Street Journal em 2024, quando tinha 90 anos. Naquele verão, enfrentou problemas de saúde não revelados, mas disse: “assim que voltei a trabalhar, me senti melhor”.
A pesquisadora Heidi Tissenbaum, professora de biologia do câncer que estuda envelhecimento saudável, já afirmou ao Business Insider que manter a mente ativa é essencial para a longevidade.
Um estudo de 2023, por exemplo, mostrou que centenários saudáveis entrevistados eram intelectualmente engajados e focados nos aspectos positivos da vida. Embora a estimulação mental não possa impedir o envelhecimento do cérebro, evidências sugerem que pode ajudar a criar resiliência contra sintomas do Alzheimer, como lapsos de memória.
Armani seguia uma dieta descrita como “saudável e equilibrada”. Seu prato favorito era macarrão ao molho pomodoro — mas, como contou à Harper’s Bazaar em 2012, ocasionalmente abria exceções.
No café da manhã, costumava tomar café acompanhado de torradas e geleia, além de frutas frescas e iogurte. “A mesma refeição que eu comia quando era criança”, disse.
O almoço geralmente era leve, com frutas como lanche da tarde, além de muita água e chás, quentes e frios. No jantar, reunia ingredientes simples como mozzarella, tomates, frango ou peixe, contou à Harper’s Bazaar em 2016.
Sua dieta reflete a chamada dieta mediterrânea, baseada em alimentos integrais, vegetais, frutas e proteínas magras.
Até pelo menos novembro de 2016, quando tinha 82 anos, Armani se exercitava todas as manhãs, segundo a Harper’s Bazaar. A rotina começava com uma caminhada de 30 minutos ao ar livre ou na esteira, seguida de exercícios aeróbicos e de peso, e finalizada com alongamentos. Estar fisicamente ativo na velhice está associado à redução do risco de morte precoce e de doenças crônicas.