homem com dúvida: muita gente erra ao usar formas de verbos que são abundantes (SIphotography/Thinkstock)
Redação Exame
Publicado em 7 de maio de 2019 às 13h01.
Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 11h51.
Você já ouvir falar sobre verbos abundantes? São aqueles que apresentam duas ou três formas: havemos e hemos; constrói e construi; pagado e pago; secado e seco.
Normalmente, tal abundância ocorre no particípio e o uso correto depende do verbo auxiliar.
A forma regular do particípio (com final em –ado ou –ido) deve ser combinada com os auxiliares “ter” ou “haver”, como ilustra este exemplo:
“O presidente havia aceitado as manifestações.”
Já a forma irregular do particípio – que se flexiona em gênero e número – deve ser combinada com os auxiliares “ser” ou “estar”:
“As reclamações foram aceitas pelo presidente.”
Vale anotar que os verbos “chegar”, “comprar” e “trazer” não são abundantes. Ratifico: inexistem as formas, no particípio, “foi compro”, “foi trago”, “tem chego”.
Por outro lado, devido ao uso, o verbo “pegar” acabou se tornando, no Brasil, abundante. Usando corretamente o verbo auxiliar, vale sim registrar:
“A Polícia tinha pegado prova contra o traficante.”
ou
“Prova contra o traficante foi pega (é ou ê) pela Polícia.”
É verdade que apenas por uso linguístico brasileiro surgiu o famoso “pego”? Sim! Etimologicamente, o particípio irregular “pego” não possui lógica.
As formas verbais “secado” e “seco”, por exemplo, advêm do Latim “siccare” e “sicus” respectivamente. Para o verbo “pegar”, o Latim registra apenas “picare - pegado”, e nunca “picus - pego”.
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DIOGO ARRAIS
YouTube: MesmaLíngua
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS
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