Manifestantes protestando na Jorndânia, na Primavera Árabe (Muhammad Hamed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 22h00.
São Paulo - Os homens estão enxergando um novo mundo com temperos de humanismo, iluminismo e sustentabilidade social, ambiental, de talentos e de negócios. O renascimento se dá pelas mídias digitais, a praça global, onde idealistas, utópicos e sonhadores unem-se e estão livres para se manifestar.
É uma caixa de Pandora, um caldeirão de emoções intuitivas, cognitivas e dramáticas de tirar o fôlego. Vivemos releituras da história universal. Relembramos, em 2011, o revolucionário mantra da década de 1960: "Eu tenho um sonho hoje". Meio século atrás, o mundo também vivia um momento de questionamento de velhas crenças.
Nos Estados Unidos, a população afrodescendente resolveu dar um basta nas políticas de segregação racial. Os anos de 1960 não renasceram também em 2008, quando o povo encheu uma praça em Berlim para aplaudir o discurso "o Muro caiu e um continente se uniu" do presidente americano Barack Obama?
Em 2009, na Moldávia, país mais pobre da Europa, milhares de pessoas se organizaram pelas mídias sociais e clamaram em praças públicas "se algo não mudar com as eleições, calam-se as vozes e levantam-se as armas". No mesmo ano, teve início os torpedos digitais no Irã.
No começo do ano, ocorreu a Primavera Árabe, a tempestade derruba-ditador que varreu Hosni Mubarak do poder no Egito. No mês passado, o vento de mudança espalhou-se em dezenas de praças europeias, especialmente na Espanha, e ganhou forma o movimento "Democracia já", um manifesto contra o lema "O mundo é assim, e sempre será" e canta nas praças "Nossos sonhos não cabem em suas urnas".
Ainda fracos, esse ventos já banham nosso país. Vide o #RioGrevedoNorte, a marcha da liberdade ou a palestra fantasiosa no Facebook "Como Ficar Milionário, como o Ministro da Casa Civil". A ventania ganha força.
A revolução já estava em gestação há tempos, como se percebe relendo os grandes líderes. "Chegou o tempo de preencher as lacunas que nos separam. Chegou o tempo de construir", disse o sul-africano Nelson Mandela.
No seu discurso derradeiro, Salvador Allende declarou: "Muito mais cedo do que se espera, vão abrir-se de novo as grandes alamedas por onde passará o homem livre que construirá uma sociedade melhor".
Nas palavras de João Paulo II, "a humanidade entrou numa era de irresistível solidariedade e de insaciável fome de justiça social". A maior revolução no século 21 não é digital, e sim social, moral e de valores. O Sol voltará a brilhar e a humanidade renascerá mais exuberante e fortalecida.