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Desenvolver uma patente valoriza o currículo e dá destaque para profissionais que direcionam a carreira para a inovação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2013 às 15h00.

São Paulo - Profissionais de áreas científicas ou de software estão descobrindo o valor que uma patente pode trazer para o currículo. Ainda consideradas pouco inovadoras, as empresas brasileiras vêm investindo mais em pesquisa e desenvolvimento para manter a competitividade e, como consequência, registrar mais patentes.

Essa é uma boa notícia para quem optou ou pretende seguir a carreira de pesquisador. Os pedidos de patentes estão crescendo no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, no ano passado houve 26.000 solicitações, que renderam 2.800 patentes concedidas. Apenas no primeiro semestre deste ano, o número de patentes já chegou a 2.200.

Para o pesquisador que trabalha dentro de uma empresa, uma patente faz o currículo brilhar. Apesar de a patente virar propriedade da companhia, o profissional é citado no processo como autor, o que já traz prestígio ao seu nome, dentro e fora da organização.

Além disso, obter uma patente pode render ao criador uma promoção, bolsa de estudos e até mesmo dinheiro, com o repasse de uma porcentagem dos royalties. “Um patenteamento impulsiona a carreira, pois atesta oficialmente a criatividade e a capacidade inventiva, dando ao profissional mais notoriedade no mercado”, diz o especialista em propriedade intelectual do Instituto Inovação, Elimar Pires.

As empresas brasileiras começam a descobrir as vantagens de incentivar funcionários a inovar, criando ambientes propícios para o surgimento de novas ideias. A IBM, que tem sede em São Paulo, por exemplo, teve a primeira patente brasileira registrada em 2003. De lá para cá, foram 17 certificados.

Um dos autores é o engenheiro de computação Alcântaro Jovanco, de 38 anos, que desenvolveu um sistema e uma metodologia de comunicação com fornecedores, clientes e parceiros. Na época que realizou seu trabalho, Alcântaro era arquiteto de TI. Hoje, ocupa o cargo de gerente do centro de tecnologia Linux.

“O resultado me deu muita exposição dentro da empresa no Brasil e no exterior”, diz ele, que vê na patente um diferencial permanente para o currículo. “Se um dia eu quiser me recolocar, sei que a patente representará uma vantagem.” 


O Brasil, no entanto, pode melhorar muito no quesito inovação, o que deve ser uma oportunidade para profissionais brasileiros. Para ter uma ideia, a IBM da Índia obtém 50 patentes por ano e a da China, 20. O próprio Alcântaro reconhece que sua patente nasceu de uma necessidade prática.

Ele vislumbrou uma solução para um problema que tinha e começou um trabalho individual para resolvê-lo. “Só então fui me informar sobre o processo de patenteamento”, diz. Estar atento a oportunidades de inovar também é uma qualidade para os profissionais de pesquisa. Ao contrário do estereótipo do cientista nerd, as empresas querem pesquisadores que tenham conhecimento técnico, mas também um olhar para o mercado. Tanto que as empresas mantêm programas de sugestões abertos a todos os funcionários. 

Desenvolver um invento por conta própria, fora de uma empresa, também é possível e pode ainda ser mais gratificante, já que além de figurar como autor o inventor é o proprietário da patente, tendo direito exclusivo de exploração comercial da sua criação. “Financeiramente dá mais retorno, pois há assédio de grandes empresas, que podem se interessar em pagar pela compra ou licenciamento da novidade”, diz Elimar Pires.

Obviamente, um profissional independente não contará com os recursos da empresa para desenvolver sua pesquisa. Para quem desenvolve um trabalho autônomo ou pesquisa acadêmica, sem o respaldo de um empregador, o tino empreendedor é fundamental. “Uma solução recorrente na universidade é criar uma microempresa”, diz Renata Horta, coordenadora de educação para a inovação do Instituto Inovação.

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