Gustavo Araujo, cofundador e presidente do Distrito: “Estamos aqui querendo resolver dois problemas" (Distrito/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 20 de maio de 2021 às 10h19.
Última atualização em 20 de maio de 2021 às 10h20.
Como empresas de todas as áreas, não apenas de tecnologia, criando equipes para transformar seus negócios digitalmente, rapidamente o déficit de 260.000 profissionais de TI projetado para 2024 vai se tornando desatualizado.
A falta de profissionais preocupa, pois pode limitar o crescimento dos negócios e da inovação no Brasil. E ainda inflaciona o salário dos desenvolvedores por causa da competição entre as empresas.
Não tem como fugir da solução óbvia: é necessário formar mais pessoas e abrir oportunidades para que iniciantes possam entrar nas empresas.
Com o lançamento do programa “1.000 devs – Talentos para o bem na saúde”, o Distrito se junta à Johnson & Johnson com a solução que une esses dois pontos. A parceria com a escola Mesttra trará a formação gratuita de jovens como desenvolvedores juniores, enquanto empresas madrinhas vão patrocinar turmas e contratar os novos profissionais.
E ainda adiciona um terceiro: a oferta de uma carreira para jovens em situação de vulnerabilidade, que não teriam como custear um curso de programação.
“A gente começa com a saúde, depois queremos um programa que possa olhar para vagas no mercado financeiro e outras vertentes com alta necessidade de tecnologia”, explica Gustavo Araujo, CEO do Distrito.
A primeira turma, que terá 80 alunos, será patrocinada pela Johnson & Johnson, mas o site do programa está aberto para o cadastro de empresas que queiram participar como madrinhas nas próximas turmas. Do grupo de estreia, o objetivo é chegar a mil formados e depois tornar o programa regular, com vagas todos os anos.
As companhias participantes vão contribuir com bolsas de estudo; disponibilização de computadores, softwares e internet durante o período de treinamento; e oportunidades de trabalho de, no mínimo, três meses após o curso.
Fabricio Campolina, diretor sênior de Healthcare Transformation da J&J Medical Device, explica que o objetivo não é apenas suprir o mercado com mão de obra, mas transformar a vida dos estudantes.
“Em cinco meses, conseguimos capacitar um profissional para começar a atuar como desenvolvedor júnior. Esses jovens vão conseguir engatilhar uma carreira dentro de uma área com demanda aquecida e multiplicar a renda de suas famílias. Ao oferecer essa oportunidade, temos o potencial de mudar a vida daquele talento”, comenta o diretor.
Para também reforçar a formação em habilidades comportamentais e fazer a seleção dos perfis desejados, a iniciativa terá auxílio das empresas CIEE, Espro e Fundhas/Cephas. Os jovens interessados em participar do programa deverão se cadastrar no banco de talentos dessas instituições, entre 14 e 31 de maio. A 99 Jobs também está com inscrições abertas para o programa.
O primeiro curso terá foco na linguagem Python. As aulas serão online e ao vivo, com monitores ajudando e guiando o aprendizado. As instituições parceiras de seleção vão procurar por jovens que concluíram o ensino médio em até quatro anos e sejam de comunidades vulneráveis.
“Estamos aqui querendo resolver dois problemas. Tem o problema do mercado, que precisa de mão de obra. E tem o problema social do Brasil. Esses jovens vão ser preparados para um cargo de alta empregabilidade, o que pode mudar totalmente sua rota”, diz o CEO.
Nesta quinta-feira, 20, as empresas vão lançar oficialmente o programa durante um webinar às 17h:
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