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Sua casa é o escritório

Com mais de 8 milhões de usuários cadastrados, incluindo brasileiros, a plataforma oDesk torna-se o maior marketplace de trabalho remoto do mundo. Veja por que vale a pena ter seu currículo lá

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 11h53.

Antes de começar a ler esta reportagem, responda de maneira sincera: quantas vezes passou por sua cabeça a ideia de levantar da cadeira, arrumar calmamente as coisas, dar um tchauzinho para o chefe e nunca mais dar as caras na empresa? Mas nem sempre é fácil encontrar uma sintonia entre novas oportunidades de trabalho e estabilidade financeira. Uma possível solução para isso pode estar em seu notebook e atende pelo nome oDesk.

Plataforma americana de trabalho remoto, a oDesk tornou-se o serviço mais usado no mundo por pessoas dispostas a oferecer sua força de trabalho a clientes interessados em contratar serviços terceirizados. Com mais de 8 milhões de usuários cadastrados em quase 180 países, o site conta com boas oportunidades para diferentes profissionais, como programadores, designers e publicitários. “O trabalho online está crescendo de maneira mais rápida do que o offline, permitindo que pessoas de todo o mundo se encontrem e atuem de modo eficiente”, disse a INFO o norueguês Kjetil Olsen, vice-presidente internacional da plataforma oDesk.

Com mais de 100 000 oportunidades de emprego postadas mensalmente, o serviço permite, assim como o -LinkedIn, que o usuário crie um perfil com dados do histórico acadêmico e das realizações profissionais, incluindo um breve portfólio de trabalhos. Há também a possibilidade de fazer testes oferecidos pelo site, que incluem avaliações sobre conhecimento de línguas e certificações técnicas. A nota final é incluída em uma espécie de currículo, apresentado ao futuro recrutador. Com o perfil bem recheado, é chegada a hora de se candidatar às diferentes vagas oferecidas pelos mais de 2 milhões de clientes atuantes na plataforma.

Para que os dois lados se conectem bem, a oDesk criou opções para os recrutadores. Além de verificar os portfólios, é possível checar a pontuação dos candidatos em projetos já realizados, com quesitos como pontualidade e satisfação geral. Após estipular o valor da remuneração, que utiliza o parâmetro dólares por hora, recrutador e freelancer estabelecem o prazo de entrega do trabalho, mantendo a comunicação por meio de um serviço de mensagens oferecido pela oDesk.

A plataforma faz ainda o monitoramento das tarefas. A cada 10 minutos, uma espécie de diário de trabalho tira um screenshot da tela do profissional conectado. Mede ainda quantos cliques no mouse foram dados e quantas teclas foram digitadas durante o trabalho. Assustador? A oDesk explica que essa é uma forma de auditoria para que o pagamento seja totalmente fiel ao número de horas trabalhadas.

O pagamento pode ser por PayPal, cartão de crédito ou transferência bancária. No ano passado, a empresa movimentou 750 milhões de dólares em pagamentos feitos pelos clientes a freelancers. A oDesk fica com 10% do total movimentado.

A empresa foi fundada em 2005 para resolver um problema geográfico. O grego Odysseas Tsatalos, que havia se mudado para o Vale do Silício para estudar, queria criar uma startup com um amigo de infância que ficara na Grécia. A tecnologia que permitiu a realização do trabalho a distância acabou se tornando o negócio da dupla. A empresa já recebeu 44 milhões de dólares, injetados por investidores.

Em dezembro, a oDesk fez uma fusão com a Enlance, empresa que oferece serviço similar. Operando de forma independente, as duas querem manter a dianteira no mercado de trabalho online, que deve girar 5 bilhões de dólares até 2018.

Apesar de o serviço não ter versão em português, os brasileiros marcam presença na plataforma. No primeiro trimestre de 2014, houve um aumento de 41% nos serviços prestados por brasileiros em relação a 2013. O volume de pagamentos cresceu 75%. Segundo Olsen, neste ano a empresa deverá deslocar uma equipe que fará workshops no Brasil. “Os profissionais brasileiros, especialmente os de tecnologia e trabalho criativo, contam com ótima reputação na oDesk”, diz Olsen.

O estudante de engenharia da computação Rodrigo Mansueli, 24 anos, buscava um trabalho com horário flexível para conciliar com o curso. Achou na oDesk. “Posso trabalhar para clientes distintos sem sair de casa”, diz Mansueli.

Empresas nacionais também usam o site para recrutar. O publicitário Matt Montenegro, criador da plataforma de educação Beved, diz que contratar freelancers é bom para projetos que ainda não saíram do papel. “A oDesk permite isso”, diz Montenegro. Para se certificar da qualidade da entrega, o publicitário realiza uma avaliação rigorosa dos currículos.

Um levantamento feito pelo Instituto de Internet da Universidade Oxford, da Inglaterra, analisou os horários em que os freelancers de todo o mundo trabalham na oDesk e chegou à conclusão de que os filipinos não fazem distinção entre o dia e a noite. Isso mostra, por exemplo, que eles estão trabalhando majoritariamente para o mercado americano. Na Índia, outro país que utiliza a plataforma intensamente, há uma distinção maior entre o dia e a noite, provavelmente porque os indianos estão fazendo trabalhos como a programação de softwares, em que não é tão importante estar sincronizado com o fuso horário do cliente. No Brasil, o trabalho é feito durante o dia.

“Essas plataformas online ajudam a quebrar a ideia de que o trabalho tem hora e local para acontecer”, diz André Brik, autor do livro Trabalho Portátil, que discute a prestação de serviços remota e descentralizada. “Um programador pode trabalhar em qualquer lugar do mundo, decidindo quantas horas terá seu expediente.” Brik aconselha ao profissional que quer se lançar em voo solo na carreira que seja o mais organizado possível, para gerir bem o tempo e as finanças. É importante também oferecer qualidade e estar sempre dentro do prazo para que a procura das empresas seja constante. “Isso traz segurança financeira sem perder a flexibilidade”, afirma Brik. Feito isso, você já pode dar aquele tchauzinho para seu chefe.
 

 

Para usar bem

A pedido da INFO, o vice-presidente de negócios internacionais da oDesk listou sete dicas para quem deseja iniciar uma carreira como freelancer

1_Crie um perfil que se destaque dos demais. Para isso, faça os testes de habilidade disponíveis na oDesk, descreva sua experiência profissional e sua formação acadêmica, além de anexar um portfólio de trabalhos.

2_Mantenha um canal de comunicação constante com os clientes.

3_Não deixe de fazer perguntas para esclarecer todos os pontos, evitando mal-entendidos e atrasos no andamento das tarefas.

4_Forneça projeções realistas sobre os passos do projeto e alerte o cliente sobre problemas.

5_Seja pontual na entrega. Avise com muita antecedência se for atrasar.

6_Ouça os problemas dos clientes e forneça prognósticos positivos. Uma atitude otimista é chave para construir  uma boa relação profissional.

7_Sempre entregue um trabalho que exceda as expectativas. Esse é o segredo para uma carreira como freelancer de sucesso.

 

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