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Startup-se: Empresa investe em acordos para endividados

O empreendedor Edgard Melo conta como desenvolveu a empresa Acordo Certo, que aproxima credores e devedores

Acordo Certo (Reprodução)

Acordo Certo (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 09h15.

Esta é a primeira reportagem da série Startup-se. A cada semana, INFO apresentará uma jovem empresa brasileira que desenvolve um negócio promissor na área de tecnologia. Inspire-se com essas ideias e não se esqueça: começaram as inscrições para a segunda edição do INFO Start, prêmio da INFO que elegerá 10 startups promissoras. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui, até o dia 16 de setembro de 2013. 

São Paulo – Uma pesquisa divulgada em agosto pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo indicou que 63,1% das famílias entrevistadas se declararam endividadas. Em comparação ao mesmo período no ano passado, foi registrado crescimento de 3,3% no número de pessoas com problemas de crédito.  

De olho nesses números, o paulistano Edgard Melo, de 35 anos, resolveu desenvolver o site Acordo Certo, uma plataforma para que os endividados consigam quitar seus débitos. “Trabalhei durante 12 anos em uma empresa de call center que realizava cobranças e percebia como a atitude dos credores era invasiva. Seria muito mais fácil criar um espaço para que os próprios endividados enviassem suas propostas de negociação”, diz o empreendedor.

Apesar de ter a ideia da empresa em 2006, Melo lançou o site de maneira oficial em novembro de 2011. Desde então, mais de 8 mil usuários realizaram um cadastro no serviço e enviaram propostas para saldar dívidas com bancos, grandes lojas e operadoras de celulares. “Somadas, as propostas de negociação chegam a 9 milhões de reais”, afirma.

Após receber a mensagem do usuário, a equipe do Acordo Certo entra em contato com as empresas onde as dividas estão registradas, buscando acordos coletivos. “Nosso objetivo é construir uma plataforma colaborativa: quanto mais pessoas utilizarem nosso site, mais fácil será propor negociações com as grandes empresas”, diz Melo.

O aumento do número de pessoas que utilizam o serviço também é necessário para que a empresa consiga aumentar sua receita. Afinal de contas, para cada negociação concluída com sucesso, as empresas credoras oferecem uma faixa de participação de 5 a 25% do valor recebido.

Melo acredita que seu modelo de negócio está consolidado e busca um investidor para solidificar a plataforma. Para os próximos meses, ele pretende contratar até 10 funcionários para trabalhar em um call center localizado no centro de São Paulo. “Mas não haverá nenhum tipo de cobrança do jeito tradicional. Nós apenas ligaremos para as pessoas que já entraram em contato conosco, desejando achar uma maneira de acabar com as suas dívidas.”

De acordo com o empreendedor, iniciativas como essa ajudam a resolver parte do problema do endividamento das famílias, mas só isso não basta. “Infelizmente, não temos uma educação financeira adequada, o que gera um ciclo de novos devedores. Mas as pessoas estão mais antenadas e podem achar um jeito na internet de buscarem solucionar essa questão”, afirma Melo. 

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