Carreira

Só 34% das empresas demitiriam líder que fez comentário discriminatório

Como evoluir sem transformar o presente? A pesquisa Empresas do Futuro traz resultados nada animadores, diz Sofia Esteves

Multiple white hands are pointing index fingers from the right to the left at one set of hands.  The pair of hands that are being pointed at are up in a defensive pose, with fingers to the sky and palms towards the pointing fingers. (foto/Getty Images)

Multiple white hands are pointing index fingers from the right to the left at one set of hands. The pair of hands that are being pointed at are up in a defensive pose, with fingers to the sky and palms towards the pointing fingers. (foto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2019 às 12h00.

Última atualização em 27 de maio de 2019 às 12h00.

É inquestionável a importância do tema Futuro do Trabalho, pois a tecnologia digital – não apenas, mas principalmente ela – está redefinindo as formas de trabalhar e redesenhando modelos de negócios. Ser uma empresa reconhecida ou um profissional de sucesso requer uma nova maneira de pensar e de agir.

Ter capacidade de fazer as coisas acontecerem tem sido um grande desafio para as pessoas e para as organizações. O fato é que tem se dedicado muito tempo para mapear o futuro e pouco investimento em transformar o presente.

Recentemente, o Grupo Cia de Talentos, empresa de educação para carreira, junto com o GPTW (Great Place to Work), autoridade global no mundo do trabalho, lançaram a 1ª edição da pesquisa Empresas do Futuro, que teve por objetivo mapear o quanto as empresas brasileiras já trilharam com relação ao futuro.

Os resultados não são animadores de observar:

Em 66% das empresas, as equipes operacionais e a liderança não compartilham um mesmo espaço de trabalho. Ter lugares exclusivos para a gestão e alta liderança inviabiliza a proximidade da equipe e a comunicação fluida, além de incentivar o distanciamento hierárquico. Isto está bem longe dos modelos previstos para o futuro.

Para 34% das empresas, o tema pessoas é a última pauta a ser discutida em uma reunião estratégica, isso quando é! Os mais diferentes estudos sobre gestão de pessoas apontam que o sucesso de uma empresa depende do engajamento dos seus colaboradores e esse envolvimento é resultado da experiência positiva do profissional com a empresa. Só temos condição de oferecer experiência positiva se colocarmos as pessoas no centro das decisões estratégicas.

Apenas 34% das empresas demitiriam um líder que fez um comentário em público, ofensivo e discriminatório a um determinado grupo, como por exemplo, mulheres, negros, LGBTs, idosos...Já foram feitas muitas discussões sobre a importância de termos equipes diversas (para a sociedade e para os negócios), então não podemos mais admitir qualquer tipo de atitude que bloqueie a inclusão, que impeça a sensação de pertencimento porque é isto que faz a diferença e não a quantidade de negros, mulheres LGBTs ou idosos que temos na folha de pagamento.

De 10 treinamentos a serem realizados pelas organizações, apenas dois tratam de competências socioemocionais. Todas as dificuldades de mudanças apontadas acima não são por falta de conhecimento técnico, não é mesmo? As competências técnicas são importantes, mas precisamos ampliar nosso olhar, não podemos focar apenas no curto prazo e ensinar habilidades que preparem os funcionários para entregas do aqui e agora. É preciso pensar no caminho que ainda precisamos trilhar até o futuro e elas exigem habilidades socioemocionais.

Não é simples fazer as mudanças necessárias, mas elas são urgentes. E precisamos assumir o nosso papel neste grande processo porque empresas são feitas por pessoas. Quando falamos que as empresas não estão mudando, estamos dizendo que nós, profissionais, não estamos fazendo diferente.

Projetar a organização preparada para este Futuro do Trabalho é uma tarefa difícil e marcada por tentativa e erro, já que não existe um caminho certo – e muito menos um único. Não somos obrigados a acertar tudo de primeira, mas somos obrigados a agir diferente, a fazer as coisas acontecerem e consertar rapidamente o que não está na diretriz correta. E também somos obrigados a celebrar as conquistas, porque somos capazes de grandes feitos! Se você ficou interessado em conhecer na íntegra a pesquisa “Empresas do Futuro” clique aqui!

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