Carreira

Síndrome do impostor atormenta 83% dos gerentes de produto, diz pesquisa

Profissionais sofrem com o pouco conhecimento sobre a área e falta de autonomia, segundo pesquisa da PM3

Síndrome do impostor: (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Síndrome do impostor: (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 11h00.

Você sabe o que faz um gerente de produto? Um problema das profissões novas na área de tecnologia é que fica difícil explicar sua função e alinhar as expectativas dentro da própria empresa. Um sinal disso é o alto índice de profissionais sofrendo com síndrome de impostor na área: 83,2% dos gerentes de produto já tiveram esse sentimento.

Esse é o resultado de destaque da pesquisa Panorama do Mercado de Product Management, realizada pela PM3, edtech para profissionais da área que recentemente foi adquirida pelo grupo Alura. Mais de mil profissionais responderam o levantamento durante os meses de julho e agosto de 2021.

Para responder à pergunta inicial: nas empresas focadas em entregar produtos inovadores e com foco no cliente, o gerente de produto é o responsável por ligar as áreas de tecnologia, marketing e UX. O profissional vai garantir o andamento do desenvolvimento de um produto e ter o entendimento dos desejos do consumidor para também garantir o sucesso daquele produto.

“Ele é a cola de todas as áreas em prol do software”, explica Marcell Almeida, CEO da PM3.

O CEO conta que o objetivo da pesquisa era trazer um entendimento maior sobre a área de produtos e o perfil do profissional.

Para ele, o resultado sobre a síndrome do impostor foi o grande fator de surpresa. E ele entende que existem dois pontos cruciais para entender o número:

  • Não existe receita de bolo para o serviço: “as pessoas querem uma segurança de que estão fazendo certo, mas nessa área tudo depende do seu contexto. E é necessário ter criatividade para se adaptar. Isso gera muita insegurança, pois não tem muita regra”.
  • Conhecimento e alinhamento dentro da empresa: “Tem que vir de cima também. A liderança da empresa precisa entender o que precisa de alguém de produto. A pessoa precisa de autonomia para olhar a estratégia de acordo com os dados que percebe dos usuários e dos produtos”

O fator da autonomia aparece na pesquisa quando os profissionais respondem sobre os fatores que menos gostam no trabalho de produtos. Veja os mais frequentes:

  • 50,4% - muito tempo em reunião
  • 32,7% - tarefas operacionais
  • 30,5% - Falta de autonomia na estratégia da empresa

Os resultados não são apenas relevantes para os profissionais, mas mostram pontos de atenção para negócios que querem implementar soluções ágeis e inovadoras na área de produtos.

Considerando que as duas principais reclamações do profissionais fazem parte da rotina do cargo, melhorar a autonomia da área de produto e trazer os gerentes para perto da estratégia é uma sugestão do CEO da PM3.

Depois, no lado dos profissionais, a síndrome do impostor pode ser combatida através do consumo de mais conteúdo, em cursos ou eventos, de forma muito crítica. Assim, os profissionais podem validar o conhecimento sendo gerado na área comparando com sua própria experiência.

Para Almeida, outro ponto de destaque é que quase metade dos profissionais da pesquisa trabalham em empresas com mais de 500 funcionários.

“As maiores contratam mais PMs e tem muitas empresas menores que não têm pessoas de produto e ficam mais tempo sem ter um PM. Isso chocou um pouco”, diz.

Para o executivo, a tendência é que a contratação que gerentes de produto acompanhe a demanda por desenvolvedores nas empresas. A proporção com que a edtech trabalha é um cálculo de um gerente contratado para cada sete desenvolvedores na equipe.

Acompanhe tudo sobre:Dicas de carreiraEXAME-Academy-no-InstagramPesquisaprofissoes-em-alta

Mais de Carreira

Escala 6x1: veja quais setores mais usam esse modelo de trabalho, segundo pesquisa

Como preparar um mapa mental para entrevistas de emprego?

Para quem trabalha nesses 3 setores, o ChatGPT é quase obrigatório, diz pai da OpenAI, Sam Altman

Sam Altman diz que usou esta estratégia para viver sem arrependimentos: 'Arriscado é não tentar'