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Seu dinheiro pode render mais

A poupança vale a pena para quem tem até 30.000 reais, acima desse valor você ganha mais investindo em outras aplicações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 16h00.

São Paulo - A caderneta de poupança é reconhecida como investimento ideal para quem quer segurança, facilidade para sacar a grana e comodidade. Mas não é só isso. Com a estabilidade financeira dos últimos 15 anos, que derrubou a inflação e levou junto os juros, a poupança se tornou rentável também.

A caderneta rende, em média, 7% ao ano, e não há cobrança nem de Imposto de Renda nem de taxa de administração. “Em nenhum outro lugar do mundo se consegue garantir uma rentabilidade em um investimento conservador de 0,5% ao mês ou de quase 7% ao ano, como é a poupança”, diz Caio Torralvo, consultor financeiro pessoal, de São Paulo.

Além disso, em caso de quebra do banco, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) permite o saque de até 60 000 reais que estiverem depositados na caderneta de poupança. Para efeito de comparação, os fundos de renda fixa que seguem a taxa básica de juro, a Selic, rendem por volta de 8% ao ano e é preciso descontar a taxa de administração e IR.

Na prática, quem coloca 10.000 reais em um fundo de renda fixa, por um ano, vai sacar menos do que quem coloca a mesma quantia na poupança . 

No médio e longo prazos (acima de cinco anos), no entanto, o investimento em poupança não oferece a mesma atratividade. Veja um exemplo: quem colocou 10.000 reais na poupança em 1995 acumulou em dezembro do ano passado 13 875 reais, descontada a inflação.

Já quem investiu a mesma quantia nas Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), emitidas pelo governo e com baixo risco, acumulou 43.826 reais, descontada a inflação. O investimento em LTFs oferece rentabilidade três vezes maior se comparada à da caderneta de poupança.

A caderneta é um investimento para quem quer preservar seu patrimônio. “Se o investidor tiver alguém que diga como é possível ganhar mais, certamente ele vai buscar informações para aumentar seu patrimônio”, diz Patrícia Quadros, gerente de popularização da BM&FBovespa, em São Paulo. 


Para o consultor Raphael Cordeiro, sócio da Raphael Cordeiro Consultoria de Investimentos, em Curitiba, Paraná, faltam bons profissionais para orientar o investidor que procura uma alternativa à poupança.

“Na maioria das vezes, o investidor tem como única opção conversar com o gerente do banco, que tem vários outros clientes para assessorar”, diz. Não tem jeito, quem quer fazer o dinheiro render precisa tomar as rédeas da sua vida financeira. 

A caderneta só vale a pena para quem tem até 30.000 reais, acima disso o melhor é diversificar suas aplicações para fazer o dinheiro render mais. “Investir mais do que isso na poupança compromete negativamente o ganho do investidor”, diz Eduardo Jurcevic, superintendente de investimentos do Grupo Santander, em São Paulo. Historicamente, investimentos arrojados, como a bolsa de valores, proporcionam melhores retornos .

Mudanças à vista

Aos poucos, o porto seguro da caderneta de poupança está dando lugar a outros investimentos. O Grupo Santander já começou a registrar uma mudança no comportamento de seus clientes. De janeiro a março de 2010, 68% dos novos investidores que passaram pela análise de perfil do investidor, implantada pelos bancos no início deste ano, tinham perfil moderado ou arrojado. Ou seja, podem ficar longe da conservadora poupança e se aproximar de investimentos que rendem mais.

Por exemplo, quem investe 10.000 reais na poupança pode acumular 10.650 reais ao final de um ano. Por outro lado, quem aplicar o mesmo valor em CDB, que paga 95% do CDI, pode acumular 10.706 reais no mesmo período. Uma diferença de 56 reais. Claro, existem investimentos que dão retornos menores do que a poupança.

Quem aplica os mesmos 10.000 reais num fundo com taxa de administração de 3% ao ano, por exemplo, vai acumular 10.488 reais em um ano. Para quem quer ser arrojado, mas nem tanto, uma boa opção são os fundos de capital protegido.

Eles garantem ao investidor que as perdas não vão ultrapassar um valor predeterminado, mas cobram uma taxa de administração mais alta do que a dos fundos tradicionais. “Foram os investimentos que mais cresceram na instituição. Três vezes mais do que qualquer outro produto do banco”, diz Eduardo Jurcevic, do Grupo Santander. 

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