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Seu chefe é um espião? Estudo mostra que vigilância no trabalho cresceu

Monitoramento extremo no ambiente corporativo cresce 54% e gera debate sobre produtividade, estresse e a verdadeira eficácia da liderança

 (Thinkstock/Thinkstock)

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Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 05h00.

A vigilância sobre funcionários nunca foi tão intensa. Entre março de 2020 e junho de 2023, a demanda por softwares de monitoramento no trabalho cresceu 54%. Ferramentas como rastreamento de tempo de tela, registro de teclas digitadas e captura de imagens tornaram-se comuns. E isso está transformando a gestão da produtividade em um sistema de controle rigoroso.

Segundo a ExpressVPN, 73% dos empregadores utilizam e-mails ou gravações de chamadas para avaliar desempenho de seus funcionários. Além disso, 37% afirmam que demitiram algum funcionário com base nesses registros.

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O crescimento dessas tecnologias lança luz em uma questão: o bom líder não é aquele que apenas monitora entregas, mas sim aquele que inspira seu time. 

Liderança vai além do controle de tarefas

Há diversos estudos que apontam que a produtividade de longo prazo não depende apenas da supervisão constante, mas de um modelo de gestão que equilibra autonomia, clareza de metas e desenvolvimento profissional.

Líderes que se apoiam excessivamente em ferramentas de monitoramento correm o risco de transformar a gestão em microgerenciamento.

Embora seja compreensível que empresas queiram garantir eficiência, a supervisão exagerada tem efeitos colaterais severos:

  • Aumento do estresse: Segundo a American Psychological Association, 56% dos trabalhadores que são monitorados relatam sentir tensão e ansiedade constantes, o que pode resultar em burnout e turnover elevado.

 

  • Redução da inovação: Funcionários que sentem que estão sob vigilância extrema tendem a evitar riscos, limitando o potencial de soluções criativas e estratégicas.

 

  • Clima organizacional tóxico: O excesso de monitoramento gera um ambiente de medo, no qual a transparência e a confiança são substituídas pela necessidade de parecer ocupado o tempo todo.

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Como ser um líder melhor?

Se o objetivo é garantir produtividade e, ao mesmo tempo, manter um ambiente de trabalho saudável, especialistas recomendam três princípios fundamentais:

1. Foque em metas, não em microgestão

Ao invés de monitorar cada clique, estabeleça indicadores de desempenho claros e focados em resultados. Empresas que priorizam a entrega final ao invés da mera presença virtual têm equipes mais motivadas e produtivas.

2. Estabeleça confiança mútua

A confiança é um dos pilares da liderança eficaz. Demonstrar confiança na equipe reduz a necessidade de monitoramento constante e cria um ambiente mais colaborativo e responsável.

3. Invista no desenvolvimento dos profissionais

Bons líderes sabem que crescimento profissional leva a uma equipe mais engajada. Programas de mentoria, treinamentos e feedbacks construtivos são mais eficazes do que relatórios automatizados sobre tempo de tela.

O que falta: bons líderes, não mais ferramentas de controle

O mercado de trabalho está carente de líderes preparados. Dados da consultoria McKinsey indicam que 70% da variação na satisfação dos funcionários está diretamente ligada à liderança. Isso significa que, mais do que investir em softwares que rastreiam o tempo de tela, empresas precisam formar gestores que saibam liderar por meio de inspiração e estratégia.

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No fim, a diferença entre um ambiente produtivo e um ambiente hostil é definida por uma escolha simples, mas crucial: confiar nas pessoas ou controlá-las. A produtividade real vem da primeira opção.

E as melhores lideranças sabem disso.

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