(Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2022 às 09h00.
Última atualização em 5 de outubro de 2022 às 13h47.
Foi ainda no século XVI (1501 - 1600) que as primeiras mudas de cana de açúcar chegaram ao Brasil trazidas pelos portugueses e, a partir de então, os canaviais foram desenvolvidos. Com o passar dos anos, outros produtos foram cultivados e o Brasil se tornou um dos maiores produtores de café, soja e grãos do mundo. O termo agronegócio passou a ser usado por volta do século XX traduzido do inglês Agribusiness.
Com seus quase 500 anos no Brasil, o agronegócio sempre teve que lidar com o problema da capacidade de produção. Com o passar dos anos, a população mundial aumenta, mas o espaço físico para se produzir alimentos, não. Outro ponto importante, que ganhou mais atenção nos últimos anos, são os impactos ambientais que a agricultura e a pecuária causam e a necessidade de achar formas de minimizá-los ou mesmo acabar com eles.
Surge então, a urgência em encontrar soluções para otimizar a produção do agronegócio e preservar o meio ambiente. O resultado é que o setor centenário está passando por uma revolução, que não é a primeira. A chamada quarta revolução do agronegócio impulsiona o conceito da Agricultura 4.0, que está baseada em solucionar os problemas do campo através da tecnologia e da inovação.
Acontece que essa revolução está gerando uma demanda por um novo perfil de profissional do agronegócio, o Agro Digital Manager. Para se tornar um, não é exigida formação específica em agronomia ou outras profissões diretamente ligadas à produção no campo. É uma oportunidade para quem quer entrar em um setor bilionário que existe há séculos, mas não quer sair das grandes cidades.
Mas, antes de se aprofundar na função do Agro Digital Manager e em como fazer para se tornar um, vamos explicar a revolução do agronegócio e como chegamos na agricultura 4.0. Para quem já se interessar em saber mais sobre a nova profissão, basta acessar este site.
O agronegócio é dividido em quatro fases principais.
A primeira é chamada de Agricultura 1.0 e é marcada pela baixa produtividade e alto uso de energia. Faz uso de técnicas mais tradicionais e não tem muita presença de tecnologia.
A fase dois deu origem à Agricultura 2.0, que se intensificou a partir da década de 50. Nessa etapa, as máquinas foram levadas ao campo e aconteceu a Revolução Verde que disseminou sementes e práticas agrícolas por todo o mundo.
Seguindo a mesma lógica, a Agricultura 3.0 foi a terceira fase do setor iniciada em 1990. Foi nessa etapa que se começou a usar dados e a automatizar processos, com foco na produtividade. Na fase 3 começaram também as preocupações e alertas sobre os impactos ambientais da atividade agropecuária.
Enfim, a quarta revolução do agronegócio entrou em curso nesta década e é marcada pelo uso da tecnologia e da inovação para otimizar a produção e para práticas agrícolas mais sustentáveis. Nesta etapa, tem sido cada vez mais comum a utilização de softwares, drones, aplicativos, robôs e inteligência artificial no campo.
Esse movimento é importante para resolver o problema de sempre da agricultura: capacidade de produção de acordo com o crescimento populacional. Dados da organização norte-americana World Resources Institute (WRI) apontam que o mundo precisa aumentar em 60% sua produção de alimentos para suprir 10 bilhões de pessoas até 2050.
Apesar de desafiador, é uma meta possível. Nos últimos 72 anos, a produção de alimentos foi dobrada de 700 milhões de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas. Mas esse resultado também causou muitos danos ambientais. É por isso que a aplicação de práticas sustentáveis de agricultura se fazem tão necessárias. E elas já são uma realidade graças aos avanços tecnológicos.
Toda essa revolução no agronegócio e a importância para a alimentação mundial fazem surgir milhares de vagas no setor. Uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional em parceria com o Senai e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostrou que nos próximos dois anos, carreiras ligadas ao agronegócio devem gerar mais de 178 mil vagas de emprego.
Mas o levantamento também apontou que a previsão é de que só haja cerca de 32,5 mil profissionais qualificados para essas vagas. Ou seja, há cinco vagas em aberto para cada profissional qualificado hoje, e o mercado precisa de mais especialistas em agronegócio.
Mas é um novo perfil profissional. Quando se pensa em trabalhar no agronegócio, a ideia intuitiva é a de pessoas trabalhando no campo, nas plantações. Mas, com toda a digitalização da revolução 4.0, essa não é a realidade.
Hoje, as melhores oportunidades de trabalho no agronegócio estão na implementação de projetos digitais, uma atividade que geralmente é exercida de dentro de um escritório, e sem precisar sair das cidades ou se mudar para o campo. Como mostramos no início do artigo, esse profissional é chamado de Agro Digital Manager e é responsável pela implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas.
De forma simples, as funções desse especialista são identificar e mapear os problemas do campo e coordenar times em busca da solução para necessidades de produtores agrícolas e de todos os stakeholders do agronegócio.
E é a necessidade que faz os salários ofertados ultrapassarem os dois dígitos. Segundo o Glassdoor, plataforma que reúne vagas de emprego e permite que funcionários informem seus salários e benefícios de forma anônima, o salário médio nacional de um gestor em agronegócio é de aproximadamente R$ 12 mil por mês. Mas em uma pesquisa rápida no site é possível encontrar relatos de uma remuneração que alcança os R$ 26 mil.
Com o objetivo de ajudar a formar profissionais para suprir a demanda do agronegócio nos próximos anos, a EXAME preparou a série gratuita Carreira no Agronegócio. Programado para acontecer entre os dias 17 e 25 de outubro, o conteúdo vai revelar:
Para participar basta se inscrever clicando aqui ou no link abaixo.