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Sensatez nas compras coletivas

Tem gente que compra, não usa e perde o dinheiro


	Como em decisão de consumo, erra quem compra sem um mínimo de planejamento. Por exemplo, todos sabemos das liquidações de janeiro, mas são poucos os que realmente poupam, reservam o 130 e traçam uma estratégia para concentrar suas compras nessa época.
 (Getty Images)

Como em decisão de consumo, erra quem compra sem um mínimo de planejamento. Por exemplo, todos sabemos das liquidações de janeiro, mas são poucos os que realmente poupam, reservam o 130 e traçam uma estratégia para concentrar suas compras nessa época. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 12h36.

São Paulo - O fenômeno das compras coletivas irradiou-se com uma velocidade digna do ritmo das inovações tecnológicas. Surgiram há poucos meses e viraram febre.

A lógica das compras coletivas é simples. A venda em escala permite baixar preços sem trazer riscos para quem vende. Ao criar condições de várias pessoas comprarem simultaneamente um produto ou serviço, é possível adotar preços impraticáveis no varejo tradicional, garantir bom giro e ainda criar lucro suficiente para dividir com os organizadores do site

A sensação é que atingimos a perfeição nas práticas de consumo. Mas, ao ouvir diversos envolvidos, não tive essa impressão. Dos vendedores que analisei, o depoimento é de surpresa com o volume de vendas e faturamento, mas também de dificuldade para atender à demanda.

Há relatos de atraso na entrega, cancelamentos, perda da qualidade no serviço e de contratação de mão de obra avulsa às pressas. Deu resultado? Raramente há lucro, mas o sucesso de marketing é incontestável.

Entre os compradores, conheci verdadeiros aficionados por compras coletivas, alguns com mais de uma compra por dia. No item satisfação, os consumidores reportam estouro do prazo para usar a compra, frustração com a qualidade do serviço e insatisfação com o tratamento desigual — restaurantes, por exemplo, privilegiam a reserva de mesas para clientes que pagam preço cheio.

Como em decisão de consumo, erra quem compra sem um mínimo de planejamento. Por exemplo, todos sabemos das liquidações de janeiro, mas são poucos os que realmente poupam, reservam o 130 e traçam uma estratégia para concentrar suas compras nessa época.

Um spam de compras coletivas não é motivo suficiente para você se logar e consumar a compra. Avalie a disponibilidade de verba e as datas limites para uso do cupom, as condições de atendimento e, principalmente, a idoneidade de quem vende. Se estiver tudo certo, saia do site e pense por um tempo. Tome a decisão somente com a cabeça fria, longe do efeito sedutor que um “80% off” cria em sua mente. Sensatez é a regra.

Gustavo Cerbasi é consultor financeiro pessoal, sócio-diretor da Cerbasi & Associados Planejamento Financeiro e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos".

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