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Senador propõe que quem mentir no currículo deve ser preso e multado

Projeto de Jorge Kajuru (PSB/GO) também critica pessoas que usam o título "doutor" sem ter feito um doutorado

Currículos: (foto/Thinkstock)

Currículos: (foto/Thinkstock)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 11 de junho de 2019 às 21h26.

Última atualização em 29 de junho de 2020 às 15h08.

São Paulo —Currículos de pessoas públicas no Brasil têm gerado desconfiança nos últimos meses. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por exemplo, informou que tinha feito parte de seu curso de doutorado na universidade americana de Harvard — ele ainda está cursando Universidade Federal Fluminense (UFF) e não saiu do Brasil para estudar —, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que era mestre em direito público pela Universidade de Yale, onde não esteve como aluno. Fora da política, a professora Joana D'Arc teria apresentado um diploma falso, também de Harvard.

Eles não estão sozinhos nessa: segundo um levantamento feito pela DNA Outplacement com base em 6 mil currículos, 75% dos brasileiros mentem na hora de redigir o CV. 

Para evitar que situações como essa continuem a acontecer não só no mercado de trabalho, mas também na esfera pública, o senador Jorge Kajuru (PSB/GO) propôs, em um Projeto de Lei, que quem mentir no currículo deverá ser penalizado com multa e reclusão de dois a seis anos. Para servidores públicos, a pena deve ser aumentada em um sexto.  

"Esse projeto de lei visa tipificar e criminalizar os agentes que se beneficiam de falsos títulos acadêmicos, sejam eles mostrados, falados ou insinuados, de forma a induzir ao erro a população", escreveu ele no documento.

 

Kajuru cita em seu projeto, principalmente, casos nos quais o candidato a uma vaga mente sobre os cursos que já fez ou falsifica diplomas. Para ele, é preciso que regras ainda mais severas sejam adotadas para a administração pública. "Se, para galgar uma vaga de trabalho em uma empresa de construção é necessário apresentar o diploma de engenheiro, o que acontecerá com aquele que apresenta um falso título universitário?", questiona.

O senador também aproveita para criticar pessoas que se afirmam como "doutores", mas que não possuem doutorado. "Diz o dito popular: doutor mesmo é quem tem doutorado. Verídico, aprovado e certificado."

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