3- Mark Zuckerberg, da Meta (Chris Unger/Zuffa LLC/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 30 de abril de 2025 às 06h16.
“Talvez nem todo mundo precise ir para a faculdade” — essa foi uma das declarações mais diretas feitas por Mark Zuckerberg em entrevista recente.
O fundador da Meta, que largou Harvard para fundar o Facebook, questionou se o ensino superior ainda acompanha as exigências do mercado de trabalho contemporâneo.
“Não tenho certeza se a faculdade está preparando as pessoas para os empregos que elas precisam hoje”, afirmou o bilionário ao comediante Theo Von, em conversa publicada nesta segunda-feira, 28.
Além de levantar dúvidas sobre a utilidade prática dos cursos universitários, Zuckerberg apontou o problema do endividamento estudantil.
Nos Estados Unidos, segundo dados da CollegeBoard, a dívida média de quem se formou em 2022-2023 é de US$ 29.300 por pessoa.
“Seria uma coisa se fosse somente uma experiência social”, disse. “Mas se a faculdade não te prepara para os empregos que você vai precisar, e ainda te deixa em um buraco de dívidas, então acho que isso não é bom.”
As falas de Zuckerberg ressoam com o cenário enfrentado por milhões de jovens.
Estudo recente da Deloitte indica que um terço da geração Z e dos millennials já está abrindo mão do ensino superior, citando os altos custos e a falta de retorno profissional.
O próprio Zuckerberg personifica esse dilema.
Ele saiu de Harvard em 2005, no segundo ano do curso, para se dedicar ao crescimento do Facebook. Mais de uma década depois, em 2017, foi agraciado com um diploma honorário pela universidade.
Apesar das críticas, ele reconheceu que a faculdade teve papel importante em sua trajetória pessoal: “Conheci muitas pessoas importantes na minha vida lá — minha esposa, os cofundadores do Facebook e amigos que mantenho até hoje”.
Zuckerberg também defendeu que alunos devem começar a aprender sobre tecnologias como inteligência artificial desde cedo, mas com uma ressalva: “A tecnologia muda muito, não uso mais as habilidades que aprendi aos 15 anos”, disse. “Mas entender como ela funciona e como usá-la ainda tem valor.”