Escritório da Salesforce do futuro: prioridade serão as conexões humanas que não podem ser replicadas no online (Salesforce/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 10h00.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 14h00.
A Salesforce, líder global em software de gestão corporativa, definiu como será sua política de trabalho flexível após o término da pandemia.
Ao consultar seus funcionários, a empresa americana descobriu que quase metade deles gostaria de trabalhar presencialmente apenas algumas vezes no mês. E 80% revelaram o desejo de manter conexão com o espaço físico.
Assim, a companhia definiu três políticas de trabalho: a flex, a totalmente remota e a presente no escritório.
Na primeira, os funcionários poderão escolher a ida ao escritório de uma a três vezes na semana para colaborar com a equipe ou se reunir com clientes. Na segunda, os funcionários podem dar adeus ao escritório.
Apenas uma pequena parte dos funcionários vai entrar na terceira modalidade e irá ao escritório de quatro a cinco vezes na semana.
Segundo posicionamento da empresa enviado à Exame, esse tipo de modelo híbrido é o futuro do trabalho.
Assim, o flexível será o padrão na empresa. Os outros modelos serão escolhidos pela proximidade da pessoa ao local de trabalho, a necessidade de infraestrutura, as necessidades do seu cargo, a produtividade do time e o desenvolvimento pessoal do empregado.
Para Brent Hyder, diretor de pessoas da empresa, a mudança para o modelo flexível será a morte do expediente das 9h às 17h. “A experiência dos funcionários é mais do que mesas de pingue-pongue e lanches”, comenta.
Uma mudança que a empresa espera é que a flexibilidade como padrão ajude a impulsionar a diversidade. Com o fim da obrigação de estar no escritório em determinado horário, eles esperam que o ambiente corporativo seja mais acolhedor para mulheres com filhos pequenos ou pessoas com deficiência, por exemplo.
E também chega a hora de redesenhar o escritório. A Salesforce já era conhecida por espaços acolhedores, com locais para lazer, reuniões mais informais e salas de meditação. Agora, a companhia espera acabar com os “mares de mesas” e focar no que já fazia a ida ao trabalho valer a pena.
Eles já criaram uma imagem para mostrar sua visão do escritório do futuro. A prévia mostra sofás com mesas para trabalho em conjunto, uma política de “clean-desk” (a mesa limpa de pertences pessoais) e muitas lousas para desenvolver projetos.
A prioridade serão as conexões humanas que não podem ser replicadas no online.
Essa foi a mesma ideia que está guiando a Heineken para repensar seus escritórios. O espaço será reservado para a colaboração e, para isso, eles vão acabar com salas do presidente e dos vices.
Na Hotmart, empresa da educação virtual que já embarcou no trabalho remoto para sempre, o objetivo é fazer com que as pessoas queiram vir para o escritório e que essa presença seja genuína. Para definir o que seria o escritório do futuro, eles perguntaram aos próprios funcionários.
“A gente está fazendo algo grandioso, diferente do que conheço em Belo Horizonte. A previsão é que fique pronto ainda esse ano”, comenta o diretor de talentos, César Barboza.
Após a reforma, algumas das novidades serão um espaço aberto com internet, academia e salas para silêncio.