(Deagreez/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2019 às 14h09.
É sempre muito comum dúvida sobre o uso do termo "cujo". Vejamos esta dúvida, enviada pelas Mídias Sociais:
"Professor, é verdade que a expressão DE CUJAS está errada?"
Proveniente do latim "cuju, cujus", o pronome relativo cujo significa "de que ou de quem"; "do qual, da qual, dos quais, das quais". Traz o dicionário Aurélio uma interessante construção:
É um gás a cujas exalações ninguém resiste.
Para o adequado uso do pronome relativo, é importante conhecer a regência de nomes e verbos; não saber a possível preposição - exigida pelo regente - levará a uma construção inadequada de acordo com o padrão.
Sendo assim, usemos três importantes passos para a compreensão dos pronomes relativos:
1º Identificar verbo ou nome principal;
2ª Conhecer a regência desse termo;
3ª Inserir a possível preposição antes do pronome relativo.
No exemplo do Aurélio, o verbo principal é o resistir; tal verbo é transitivo indireto e exige a preposição "a"; em respeito a essa regência, a preposição deve aparecer antes do pronome relativo "cujas": "...A CUJAS EXALAÇÕES NINGUÉM RESISTE."
Em suma: a preposição antes do relativo dependerá do regente. Se trocássemos - naquela oração - o verbo resistir pelo verbo precisar:
"É um gás de cujas exalações ninguém precisa."
Se houver a troca pelo verbo acreditar:
"É um gás em cujas exalações ninguém acredita."
Sobre a ideia de posse ou pertença, lembremo-nos de que o nome posposto a "cujo" pertence ao anteposto, ou seja, "as exalações do gás".
Por fim, vale uma determinação gramatical: inexistentes são as expressões "cujo o" e "cuja a ". Não há razão para o uso do artigo, seja no singular, seja no plural.
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DIOGO ARRAIS
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Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS